Mulheres e jovens são maioria nos cursos de pós-graduação da UFPI

Uma pesquisa realizada pelos alunos Paulo Germano Sousa e Daniela Bandeira de Carvalho, concludentes do curso de Bacharelado em Estatística da Universidade Federal da Piauí (UFPI), revelou que 65% dos alunos de pós-graduação da instituição são mulheres e 76% tem idade inferior a 30 anos. O estudo, orientado pelo professor Algaci Lopes, montou um perfil dos estudantes de mestrado e doutorado da universidade.

Do total de 1.217 alunos matriculados nos cursos de pós-graduação da UFPI, 223 foram entrevistados. Para chegar ao resultado apresentado na pesquisa foi utilizada a técnica da amostragem estratificada, na qual os entrevistados responderam a questionários. O método possibilitou estimar com maior precisão os parâmetros de cada centro e campus da instituição.

Segundo o professor Algaci Lopes, o perfil jovem dos alunos e a superioridade numérica feminina foi o que mais chamou atenção na pesquisa. Para o orientador, os dados apontam para uma mudança no perfil dos alunos de pós-graduação.

"Nas décadas de 70, 80 e 90 os estudantes de pós-graduação eram em sua maioria professores e técnicos de instituições públicas ou privadas e, por consequência, com mais de 30, 40 ou 50 anos. Isto vem se modificando desde os anos 90 e 2000. Além disso, a grande quantidade de mulheres nos cursos deixa evidente que o século XXI é a hora e a vez delas na política e nas mais variadas faces da sociedade moderna", destaca o orientador.

Lopes conta que montar um perfil dos alunos da UFPI sempre esteve entre os projetos de seu interesse. Para ele, estudos como este são importantes para a implantação de políticas acadêmicas e para as tomadas de decisão dos órgãos gestores.

"Quando recebi o convite para orientar dois estudantes do curso de graduação em Estatística, achei a oportunidade mais que conveniente. Instiguei os alunos que prontamente aceitaram o desafio. Todavia, devido ao fato da aplicação dos formulários ser por demais trabalhosa, reduzimos inicialmente apenas para alunos da pós-graduação", explica.

O estudo apontou ainda que a maior parte dos acadêmicos (49,8%), pretende aplicar os conhecimentos adquiridos em seu curso, na docência. Já a primeira oportunidade de emprego é apontada por 21,6% dos estudantes como interesse para aproveitamento do que foi estudado. Outras formas de aplicação tiveram 21,6% do número de citações.

Os números da pesquisa também mostram que 93,3% dos pós-graduandos concluíram a graduação em instituições públicas e 83,4% são naturais do Piauí, sendo os demais originários de estados como o Maranhão, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo.

"O ótimo número de publicações envolvendo os pós-graduandos, quase 2 artigos por aluno, também foi um ponto de destaque da pesquisa. Isso mostra que a pós-graduação no Brasil busca formar profissionais com excelência para atuarem como docentes e/ou pesquisadores. Neste sentido, os estudantes da UFPI estão condizentes com os propósitos do MEC", finaliza Algaci Lopes.