Ciência sem Fronteiras: "Experiência única", relata aluno da UFPI

Os alunos da Universidade Federal do Piauí integrantes do primeiro grupo de discentes que participam do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) já confirmam a importância que a experiência internacional está tendo em suas formações profissionais. É o caso do jovem de 20 anos, Tiago Gama Rodrigues, aluno na graduação de Ciências da Computação da UFPI e que acaba de retornar do intercâmbio nos Estados Unidos. Ele fala da importância da experiência em sua formação como uma "experiência única" e que "ajuda a construir caráter". "Trabalhei com pessoas de áreas diferentes, usei equipamentos mais avançados, que eu não tenho acesso aqui. Participei de projetos grandes, de um projeto internacional envolvendo universidades de todo mundo. Também tive acesso a estágios em empresas grandes nos EUA. Os professores são os "cabeças" nas áreas deles, os mais avançados nas áreas em que atuam, eles me ajudavam todos os dias, eu tinha acesso ao escritório deles. Foi muito bom".

Pensar em estar em outro país pode causar certo receio, mas Tiago fala da experiência com entusiasmo, e diz que " Ajuda bastante a construir caráter. Tem que se virar por si só, você está sozinho, não tem família, tem que aprender a viver nessa realidade. Além disso você conhece pessoas diferentes, de lugares diferentes, tem que aprender a lidar com essas pessoas. Superar esses desafios foi incrível. E o contato com novas culturas foi maravilhoso".

Tiago ficou 11 meses na Bucknell University, na cidade de Lewisburg, Pensilvânia, EUA. Neste período, teve um mês de férias, quando aproveitou a oportunidade para viajar pelo país, conhecendo vários estados. Ele relata que a experiência de morar na universidade lhe garantiu o convívio com estudantes de outros países, que foi possível fazer amigos e que apesar de dedicar a maior parte do tempo aos estudos, aproveitou o tempo livre para participar da vida social e cultural do país. A convivência fora da universidade foi muito importante. "No início há o choque, mas depois a gente supera, a adaptação é bem fácil", diz.

Sobre adaptação, é necessário lembrar a questão do domínio da língua do país que se pretende estudar. No caso de Tiago, que já estudava inglês há bastante tempo, não foi uma dificuldade. "Na primeira semana de aula foi um pouco complicado, tinha que ficar prestando atenção, ficar muito focado no que o professor estava falando, mas depois de um tempo acabei me acostumando", relata.

Tiago pretende continuar pesquisando, ir para o exterior novamente, adquirir conhecimento e trazer para o Brasil. Para isso, ele já faz planos para participar outra vez do programa. "No próprio programa Ciência sem Fronteiras tem bolsa para pós-graduação e eu vou tentar uma para o Japão ou Estados Unidos".

O programa CsF agrega muito valor a pesquisa e a vida do estudante. As diferenças de enfoque e didática de cada país, de cada universidade, ampliam as possibilidades de conhecimento. Da experiência, Tiago destaca um diferencial. "Eu saí da teoria que estudei aqui e pude aliá-la à prática, fazendo projetos". Esses projetos nortearam ainda uma possibilidade de futuro profissional ao jovem. "Nos EUA, eu trabalhei muito com Engenharia de Rede, com programas pra simular rede. Se eu puder, gostaria de continuar esse trabalho aqui", declara.

Inscrições - As inscrições para o Ciência sem Fronteiras (CsF) se encerram na próxima segunda-feira (14/01). As novas chamadas para Graduação Sanduíche do Programa são para as universidades localizadas na Austrália, Alemanha, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Itália, Japão, Portugal, Reino Unido e Suécia.

Em janeiro de 2013 já estão confirmados nove alunos da UFPI no programa. Os estudantes seguem para universidades do Canadá CBIE, Estados Unidos e Coreia do Sul. A Universidade Federal do Piauí participa do programa CsF desde o ano passado e vem encaminhando alunos para diversos países do mundo. Em janeiro de 2012 foram quatro alunos para os Estados Unidos. Em março, três alunos seguiram para Espanha e em setembro, 39 alunos foram encaminhados para países como Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Canadá, Portugal.

Sobre o Programa - O Ciência sem Fronteiras (CsF) é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento - CNPq e Capes -, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.