Ética na pesquisa é tema de minicurso durante XXV Seminário de Iniciação Científica da UFPI

Público esclarece dúvidas sobre limites na realização de pesquisas com seres humanos

Estudantes que participam do XXV Seminário de Iniciação Científica têm a oportunidade de aprofundar conhecimentos ligados à realização de pesquisas. Na tarde dessa quarta-feira (9), um dos destaques da programação do Seminário foi o minicurso “As Questões Éticas na Pesquisa”, ministrado pela professora Adrianna de Alencar Setúbal, ex-coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI.

A professora abordou os cuidados que os pesquisadores devem ter na hora de cadastrar os projetos de pesquisa na Plataforma Brasil e as mudanças ocorridas na resolução nº 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, que normatiza a realização de pesquisas com seres humanos.

Atualmente, a UFPI mantém três comitês de pesquisa nos campi de Teresina, Floriano e Parnaíba para análise e aprovação dos projetos. Além das exigências da formulaçao de um projeto de pesquisa, há também a preocupação com a ética na interlocução com os sujeitos da pesquisa. A apreciação ética dos projetos envolve análise de aspectos variados como gênero, classe social e risco à vida, por exemplo.

Professora Adrianna Setúbal, do Departamento de Ciências Jurídicas, fala dos limites ética na pequisa com seres humanos

Para a professora Adrianna Setubal, o pesquisador não pode se comportar de forma mecânica na colheita de entrevistas para chegar a um resultado. É indispensável valer-se de algumas posturas: colocar-se na posição do entrevistado, respeitando a dignidade da pessoa humana; reconhecer a vulnerabilidade do participante e respeitar seus limites; e considerar as necessidades da pessoa que aceita colaborar com a pesquisa, por exemplo, custeando gastos com alimentação e deslocamentos. Outra questão é esclarecer à pessoa que participa da pesquisa em quais procedimentos ela será envolvida.

“A grande dificuldade do pesquisador é perceber a necessidade de ter atenção ao ser humano que vai colaborar com a pesquisa. Um exemplo disso é achar que as perguntas são simples e não ofensivas aos participantes. Mas até aquele questionamento considerado simples pelo pesquisador pode constranger o participante. A pergunta ‘Quantos televisores você tem em casa?’ pode ser ofensiva a quem não tem nenhum aparelho em casa. Então, no comitê de ética temos o cuidado de orientar os pesquisadores quanto a essas perguntas”, explica Adrianna Setúbal.

Quem aceita conceder entrevista e acha que foi tratado de forma agressiva e desrespeitosa pelo pesquisador deve procurar o comitê de ética em pesquisa e fazer uma reclamação. 

“O comitê é aberto tanto para o pesquisador quanto para o participante. E o comitê tem obrigação de buscar esclarecimentos com esse pesquisador. A função do comitê é dizer esse projeto passou por analise e por isso o senhor enquanto participantes está sendo procurado para colaborar. Há inclusive responsabilidade que vão até a esfera penal, com representação na polícia federal. Mas de modo geral, o comitê não recebe muitas reclamações. Sinal de que nossos pesquisadores estão bem orientados”, avalia Setúbal.

Na tarde da quarta (9), ocorreram também os minicursos “Introdução à Análise Estatística de Dados”, com Tito Lívio da Cunha Lopes (Coordenador do Núcleo de Apoio Estatístico à Pesquisa – NAEP/PROPESQ), no Auditório do CT; e “Explorando o Portal de Periódicos da CAPES”, ministrado pela professora Elaine Aparecida da Silva (CT e PRODEMA/UFPI, no Auditório da Farmácia.

A programação do XXV Seminário de Iniciação Científica da UFPI segue nesta sexta-feira, com apresentação de pôsteres e premiação dos melhores trabalhos

Estudantes de diversos graduações participam dos minicursos do Seminário de Iniciação Científica da UFPI