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Pesquisa coordenada pela UFPI recomenda estratégias para qualificar atenção à Hanseníase em Floriano

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

Floriano é um dos municípios piauienses com maior risco de disseminação da Hanseníase, com mais de 10 casos por 10 mil habitantes – a recomendação da OMS é de, no máximo, 1 caso para cada grupo de 10 mil. A situação é tão grave que coloca Floriano entre os 253 municípios brasileiros com maior incidência da doença.

Para colaborar com o aperfeiçoamento das ações de atenção à Hanseníase, desenvolvidas pelos programas municipais, estaduais e federal, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, coordenou e executou, em parceria com a Universidade Federal do Ceará  (UFC), o  macroprojeto INTEGRAHANS/PIAUÍ. A pesquisa contou também com a colaboração das secretarias estadual e municipal de Saúde, e apoio financeiro de organizações não governamentais como a NBR Brasil e CIOMAL.

Durante quase dois anos, foram desenvolvidas ações vinculadas à vigilância em saúde, que contemplaram desde pesquisa e atenção integral às pessoas com Hanseníase e seus familiares até a qualificação da rede de atenção à saúde, para o atendimento aos casos. A pesquisa operacional foi realizada em colaboração com os próprios profissionais e gestores que atuam nos programas do município.

Os resultados da pesquisa foram apresentados na quinta-feira (11) no Auditório do Campus Amilcar Ferreira Sobral (CAFS/UFPI), em Floriano. A solenidade contou com a Vice-Reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira; a Coordenadora Estadual do INTEGRAHANS/Piauí, Profa. Dra. Telma Maria Evangelista de Araújo; a Vice-Diretora do CAFS, Profa. Dra. Regiane Araújo; o Prof. Dr. Alberto Novaes, da Universidade Federal do Ceará; a Coordenadora Municipal do INTEGRAHANS-PI e representante da Secretaria Municipal de Saúde, enfermeira Danuza Felinto; a representante da ONG NHP, Margarida Maria de Araújo; além de representantes da 10ª Regional de Saúde, da Atenção Básica, e pesquisadores envolvidos com o projeto.

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Durante realização do Seminário de apresentação dos resultados do Projeto Macro - INTEGRAHANS/Piauí

O projeto realizou resgate dos casos de Hanseníase em Floriano e também em Picos, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, no período de 2001 a 2014. Em Floriano, foram atendidas 553 pessoas, entre portadores da Hanseníase, seus contatos residentes e sociais. 9 novos casos da doença foram detectados entre os contatos, e existem ainda 21 pessoas em investigação.

Perfil - A coleta de dados revelou o perfil das pessoas convivendo com Hanseníase em Floriano. A maioria é de mulheres, com pouca escolaridade, e que vive em bairros periféricos da zona rural. As pessoas têm em média 33 anos.

Entre as demandas colocadas pelo projeto estão: implantar grupo de autocuidado para atender as demandas das famílias que convivem com incapacidades físicas relacionadas à Hanseníase; criar e implantar em nível estadual boletim de acompanhamento para seguimento ao longo de 5 anos; desenvolver ações de abordagem de contatos contextualizadas aos diferentes tipos de população (homem, criança, idoso, etc), e desenvolver material de informação e comunicação para famílias que vivenciaram Hanseníase em qualquer momento.

“É um projeto de pesquisa de pessoas que pensam a saúde pública com responsabilidade. À academia cabe a pesquisa, pensar protocolos e estratégias, mas não basta gerar dissertações, teses e publicações em revistas de alto impacto.  É preciso que os resultados dessas pesquisas cheguem à sua finalidade: servir à sociedade e chamar o poder público à sua responsabilidade”, disse a Vice-Reitora, Profa. Dra. Nadir Nogueira.

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Vice-Reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira

Nesta sexta-feira (12), haverá a construção das agendas de organização das redes de saúde municipal e estadual. Estarão em debate as recomendações feitas pelo INTEGRAHARS-PI, com base nos achados da pesquisa.

“Para que essa pesquisa operacional tenha êxito, é necessário que os resultados sejam realmente aproveitados e utilizados no controle efetivo da doença. Floriano vive uma situação muito delicada com relação à Hanseníase. É um município hiperendêmico, com muitos casos da doença e que precisa realmente de ações efetivas e inovadoras de controle, diferentes das que temos usado até agora”, enfatizou Telma Evangelista, coordenadora estadual do projeto.

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Coordenadora estadual do projeto, Profa. Dra. Telma Evangelista

Representante da Secretaria Municipal de Saúde, a coordenadora local do INTEGRAHANS-PI, Danuza Felinto, destacou a relevância da pesquisa, pela descoberta de casos escondidos e negligenciados, que redundou em pessoas sendo assistidas e levadas até a rede de Saúde para receber o devido atendimento.

“Após ouvir as recomendações, iremos discutir com a gestão do município, do estado, ministério público, assistência social, movimentos sociais o que possível e viável para executar dentro do município de Floriano.”, finalizou.

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