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Aluno com deficiência visual conclui licenciatura na UFPI

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

“É muito importante concluir um curso superior, porque não é só uma conquista pessoal, mas uma maneira de passar o que eu vivi e aprendi para outras pessoas que estão na mesma situação que eu e muitas vezes não têm coragem para ir atrás”. O relato é de Marcos Barbosa Soares, formando do Curso de Geografia da UFPI. Marcos, deficiente visual, ingressou na Universidade em 2008. “Não tinha muita certeza do que queria fazer, mas escolhi pela afinidade que eu tinha por geografia. No ensino médio, conseguia compreender mapa, relevo, biogeografia”, lembra. 

O formando conta que a aceitação no âmbito acadêmico foi positiva. “Não tive muita dificuldade por conta dos colegas e professores que sempre me ajudaram bastante. E no estágio, tive o acompanhamento de professores, que trabalharam para que eu pudesse administrar meu tempo disponível”, diz.

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Marcos conta que a aceitação no âmbito acadêmico foi positiva: “Não tive muita dificuldade por conta dos colegas e professores que sempre me ajudaram"

Para Marcos, a falta de compreensão das pessoas em relação às necessidades dos deficientes visuais é o mais difícil. “Muitas vezes as pessoas tomam atitudes erradas por não saberem como é a vivência de quem possui deficiência. Quando a pessoa tem oportunidade de vivenciar, fica mais fácil”, afirma. 

No trabalho de conclusão de curso, Marcos Barbosa discorreu sobre os conceitos de paisagens para quem possui deficiência visual. “Primeiro fiz a parte histórica, desde a visão mítica nos tempos antigos até o surgimento da medicina, do século XVII ao século XIX, passando pelo surgimento de políticas públicas das instituições”, ressalta.

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Em seu trabalho de conclusão de curso, Marcos analisou os conceitos de paisagens para quem possui deficiência visual

A pesquisa analisou também o uso das tecnologias assistidas, que auxiliam os deficientes, como o método braile e o surgimento da informática. “Com o acesso a essas ferramentas, os deficientes ganham autonomia para ler, orientar-se por meio de GPS, reconhecer um objeto ou produto. Também observei o uso de outros sentidos, que facilitam no processo de compreensão do conceito de paisagem e ambiente. Pois a pessoa que nasceu sem a visão ou a perdeu com menos de cinco anos, não tem referência visual alguma, então você tem que trazer para a realidade dela os edifícios, obras de arte, a natureza. Tem que fazer a pessoa se conhecer nesse contexto”, conta.

Marcos Barbosa acredita na importância de se proporcionar oportunidades para quem possui deficiência. “Acho que é preciso fortalecer a interação para que os deficientes sejam protagonistas, possam dizer “minha necessidade é essa” “preciso disso onde eu ando””, finaliza.  

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