
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) teve dois projetos aprovados no Programa Nacional de Apoio à Permanência, Diversidade e Visibilidade para Discentes na Área da Saúde (AfirmaSUS), iniciativa do Governo Federal que promove a permanência estudantil de grupos historicamente vulnerabilizados por meio de ações de ensino, pesquisa, extensão e cultura. Ao todo, 124 projetos foram selecionados no Brasil. O programa busca fortalecer a integração entre ensino, serviço e comunidade; ampliar ações de educação permanente em saúde; promover equidade socioeconômica, étnico-racial e de gênero nas universidades; qualificar o cuidado em saúde; e reduzir a evasão universitária. Acesse o resultado final aqui.
Os projetos da UFPI foram submetidos ao edital do AfirmaSUS pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC). O pró-reitor, professor Emídio Matos, destaca que a UFPI aparece entre as 10 melhores colocações do país e enfatiza a importância do trabalho desenvolvido a partir dos saberes de comunidades tradicionais. “É um programa extremamente importante. Tanto o projeto de Teresina quanto o de Bom Jesus vão desenvolver ações junto a comunidades indígenas, aproximando estudantes, docentes e técnicos do modo de viver dessas comunidades tradicionais”, afirmou.
Em 10º lugar nacional, foi aprovado o projeto “Saúde Única em Territórios Indígenas do Sul do Piauí: vigilância participativa e estratégias de inovação em educomunicação interdisciplinar para promoção do cuidado em saúde e valorização dos saberes tradicionais”, desenvolvido no Campus de Bom Jesus (CPCE).
Em 73º lugar, foi aprovado o projeto “Interprofissionalidade, Interculturalidade e Intersetorialidade: caminhos para o cuidado e a formação em saúde de comunidades indígenas Guajajara e Warao em Teresina”, no Campus Ministro Petrônio Portella.
A professora Márcia Paula Oliveira Farias, coordenadora do projeto do CPCE, destaca que a iniciativa atua junto à etnia Akroá Gamela, promovendo ações de educomunicação intercultural, capacitação interdisciplinar e inovação em saúde. “Por meio de diagnósticos participativos, visitas domiciliares, rodas de conversa, levantamento etnobotânico e produção de conteúdos educomunicacionais, os estudantes desenvolverão competências como escuta qualificada, análise crítica dos determinantes sociais e ambientais, comunicação intercultural e tomada de decisão ética”, explicou.
O projeto de Teresina é coordenado pelo professor Paulo Ângelo e tem como público-alvo povos indígenas Guajajara e indígenas Warao refugiados da Venezuela. Serão desenvolvidas ações de ensino, pesquisa, extensão e cultura com grupos tutorias interprofissionais envolvendo estudantes de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Nutrição, Educação Física, Farmácia, Serviço Social, Biologia e Medicina Veterinária. “A metodologia prevê diagnósticos situacionais participativos, oficinas, rodas de conversa, feiras de saúde e produção de materiais bilíngues (português/Warao), fortalecendo identidades culturais e o protagonismo indígena. Esperamos ampliar o acesso à rede de saúde, valorizar saberes tradicionais e promover inclusão e justiça social no SUS”, enfatizou o professor.
A seleção ocorreu por meio do Edital SGTES/MS nº 5, de 16 de setembro de 2025, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde. O AfirmaSUS é uma parceria entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o país.