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Pesquisador do CSHNB participa de descoberta de ovo fossilizado com 110 milhões de anos na região de Simões

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Publicado: Terça, 03 de Novembro de 2020, 17h07 | Última atualização em Terça, 03 de Novembro de 2020, 17h21

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Saiu publicada na edição de sexta-feira, dia 30 de outubro de 2020, da Revista Brasileira de Paleontologia, um artigo com os resultados dos estudos de uma equipe de pesquisadores, que descobriram um ovo fossilizado em solo piauiense.

O professor do Curso de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros da Universidade Federal do Piauí (CSHNB /UFPI), Paulo Victor de Oliveira que coordena o Laboratório de Paleontologia de Picos (LPP), esteve presente na expedição de paleontólogos no Sítio Pé da Serra do Félix, no Município de Simões onde o espécime foi coletado.

Também fizeram parte da descoberta pesquisadores da Universidade Estadual do Vale do Acaraú - UVA (Sobral-Ceará), da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza) e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Botucatu- SP). A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado da aluna Dayane Abreu, da Universidade Federal do Ceará, que teve orientação dos professores, Maria Somália Sales Viana da UVA e Paulo Victor de Oliveira do CSHNB /UFPI.

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Na imagem parte da equipe responsável pela descoberta. Foto: divulgação

Segundo Dayane Abreu, “a preservação desse tipo de material já é por si só fabuloso. No Brasil, os registros de ovos fósseis são praticamente restritos à Bacia Bauru. Encontrar um espécime nos sedimentos da Bacia do Araripe foi importante no estudo desses raros fósseis (no sentido de entender sua morfologia e sua microestrutura, relacionando-o a um possível grupo produtor, e assim extrair informações Paleobiologicas), além de acrescentar informações no contexto Paleontológico da própria Bacia”.

Achado

O ovo fossilizado encontrado no Piauí é do período Cretáceo, tem aproximadamente 110 milhões de anos, e provavelmente pertence a um indivíduo do grupo dos crocodilomorpha. O material foi coletado em rochas da Formação Romualdo na bacia do Araripe que afloram na região de Simões.

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Ovo fóssil descrito no estudo

O material está tombado em uma coleção científica do Museu Dom José, em Sobral no Ceará. Como a pesquisa faz parte de um projeto interinstitucional o material coletado é dividido entre as instituições parceiras que são o CSHNB /UFPI e a UVA em Sobral.

Para o professor Paulo Victor, “é gratificante o fruto do nosso trabalho tomar forma da maneira em que estamos vendo. Fazemos a pesquisa, descobrimos, escrevemos o trabalho e é nossa função social publicar e divulgar para a comunidade. De nada nos vale descobertas dessa natureza e trabalhos científicos se eles ficarem dentro dos muros da Universidade. Então, isso tem que chegar até a comunidade. Precisamos da ajuda da comunidade até para que outras descobertas ocorram e para que os locais onde esse tipo de material é encontrado sejam preservados”, explica o docente.

Paulo Victor destaca que trabalham na região desde 2014. “Esse é o primeiro trabalho que conseguimos concluir, publicar e agora divulgar para a comunidade e sociedade em geral. Estamos continuamente e diariamente trabalhando para que novas descobertas e novos materiais possam vir a surgir e serem divulgados”, destaca.

Análise

Conforme o professor Paulo Victor, o material recebeu uma análise por meio de tomografia e as imagens mostraram a presença de um conteúdo no interior do ovo que lembra o embrião de crocodilo. Além disso, foram feitas análises da casca, que apresentaram o mesmo padrão presente nas cascas de ovos de animais desse grupo.

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Imagens tomográficas presentes no estudo

O docente explica ainda que “essa descoberta pode ajudar sobre os estudos do período Cretácio, do ponto de vista da Paleobilogia e Paleoecologia desses indivíduos do grupo dos crocodilomorpha. Pode fornecer alguns dados para se estudar melhor como era a interação dos animais desse grupo com o ambiente há 110 / 120 milhões de anos”, finaliza o pesquisador.

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