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Artigo analisa a relação alimentar entre transmissor da leishmaniose e vegetação tropical urbana

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Publicado: Sexta, 25 de Janeiro de 2019, 15h06 | Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

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Lutzomyia longipalpis. Foto: Ray Wilson, Liverpool School of Tropical Medicine 

 

A quantidade e a diversidade da flora em um habitat estão associadas à qualidade e disponibilidade de recursos aos insetos.  No entanto, pouco se sabe sobre interação inseto-planta e a respeito do comportamento alimentar dos insetos para completar seus ciclos de vida. O artigo “DNA barcode for the identification of the sand fly Lutzomyia longipalpis plant feeding preferences in a tropical urban environment” publicado em 2016, na revista Scientific Reports, pelo Prof. Dr. Leonardo Lima, coordenador do curso de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Picos, e o Prof. Dr. Carlos Costa, coordenador do Laboratório de Leishmaniose, também da UFPI, juntamente com o Dr. Alon Warburg e outros autores brasileiros e israelenses, aborda o assunto a partir da tecnologia denominada código de barras do DNA (DNA barcode).

Segundo o Prof. Dr. Leonardo Lima, o estudo objetivou identificar as relações alimentares entre flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis) e a vegetação tropical urbana utilizando sequências curtas de DNA de um segmento padrão do genoma para a identificação de espécies. “Ao final nós identificamos uma forte seleção alimentar dos flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis), com preferência pela família Fabaceae, comumente denominada leguminosa, considerada a terceira maior família de angiospermas. As espécies pertencentes a esta família possuem heterogeneidade de carboidratos, variando de açúcar simples a heteropolissacarídeos complexos”.

No estudo, a preferência foi demonstrada pelo fato de que, embora as plantas da família vegetal Fabaceae não fossem as mais abundantes no local de captura dos flebotomíneos, ou mesmo as mais próximas da armadilha, ainda assim, o DNA dessa família foi o mais prevalente na análise do conteúdo alimentar vegetal dos dípteros (insetos).

Leonardo Lima explica que 22 espécies de plantas foram coletadas e posteriormente identificadas no Herbário Graziela Barroso, na Universidade Federal do Piauí. “Para realização desta identificação foi inicialmente construída uma biblioteca vegetal de referência de DNA barcode a partir de todas as árvores e arbustos presentes até 100 metros de distância da armadilha dos flebotomíneos. Posteriormente o conteúdo alimentar vegetal presente nos Lutzomyia longipalpis coletados foi confrontado com a biblioteca de referência permitindo a identificação das plantas que serviram como fonte alimentar. Nesse estudo, o marcador molecular utilizado na identificação das relações alimentares inseto-plantas foi o gene da subunidade maior da ribulose-1,5-bifosfato carboxilase (rbcL), região conservada do cloroplasto. Todas as amplicons de DNA utilizados no estudo foram sequenciadas utilizando o método automático de Sanger”, explica.

 

Pesquisa dos Estados Unidos revela preferência do flebotomíneos pela Cannabis

Uma notícia publicada na Sociedade Brasileira de Medicina Tropical no dia 08 de janeiro de 2019, revelou que no artigo intitulado “Plant-feeding phlebotomine sand flies, vectors of leishmaniasis, prefer Cannabis sativa” publicado nos anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS) mostrou a preferência da Lutzomyia longipalpis (flebotomíneo transmissor da leishmaniose) pela Cannabis a demais vegetais.

Segundo o Prof. Dr. Leonardo Lima, os achados publicados recentemente estão de acordo com as suas descobertas anteriores. Segundo ele, em ambos os estudos se verificou preferência alimentar vegetal de flebotomíneos por determinadas plantas utilizando a tecnologia denominada código de barras do DNA (DNA barcode).

“Essa verificação, quanto à preferência por Cannabis não ocorreu em nosso estudo devido a esta planta não estar presente na nossa área de estudo”, finalizou.

 

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