Alunos do CMRV criam equipamento que atende comandos do cérebro

Um grupo de alunos de mestrado e doutorado está desenvolvendo ferramentas tecnológicas importantes através do Laboratório de Neuroinovação Tecnológica & Mapeamento Cerebral (Nitlab), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Ministro Reis Velloso, em Parnaíba, sob a supervisão e orientação do Prof. Dr. Silmar Teixeira. São criações surpreendentes e em fase final que serão defendidas pelos alunos no término do curso.

Ao todo são 19 projetos em diversas áreas e que variam desde um relógio que informa para um deficiente visual qual obstáculo ele terá pela frente ou até mesmo um equipamento que ao ser acoplado na cabeça vai atender comandos do cérebro, enviando informações a objetos como controle remoto da televisão ou até mesmo no envio de mensagem pelo celular com um pedido de ajuda.

Os criadores desses projetos são todos orientados pelo Prof. Dr. Silmar Teixeira, que é o responsável pelo laboratório que investe e desenvolve inovações tecnológicas dentro da universidade e que vem ganhando destaque pelo potencial dos projetos desenvolvidos. O pesquisador apresenta um dos dispositivos mais arrojados que foi criado pelo laboratório, em que um paciente consegue desenvolver ações predefinidas através da mente.

Em uma situação hipotética, se imaginar um deficiente físico, com uma lesão neurológica, que tenha um agravo que não o permita ter mobilidade e ainda comprometimento na fala, faz com que se crie um quadro que impossibilita esse paciente de fazer um comando verbal ou acionar alguma pessoa. A partir desse cenário como esse indivíduo vai se comunicar? O professor Silmar Teixeira responde: através da mente.

“Esse dispositivo nada mais é do que o indivíduo pensar por imagética, e através de comandos de pensamentos já pré estabelecidos, o software aciona esses comandos e assim permite que essa pessoa possa ter autonomia que varia desde pedir auxílio para exercer alguma atividade até ligar a televisão e assim ter um pouco mais de independência”, esclareceu.

Dispositivo informa obstáculos para deficientes visuais

Durante muitos anos a população com deficiência visual conviveu à margem da sociedade. Porém, atualmente cresce a conscientização das pessoas, buscando ajudar e incluir esses cidadãos em todas as atividades do cotidiano. Com o crescimento das inovações na área tecnológica, algumas ferramentas estão sendo fundamentais no auxílio aos deficientes para terem uma relação de igualdade perante a sociedade.

Esses artifícios também são conhecidos como Tecnologia Assistiva, que tem como objetivo principal identificar todo e qualquer recurso, ampliando as habilidades funcionais das pessoas com deficiência, promovendo vida independente.

Uma pesquisa desenvolvida pelo laboratório da UFPI conseguiu através de uma impressora 3D criar uma placa que recebeu uma plataforma do tipo Arduíno, sensores, dispositivos elétricos e até mesmo uma pulseira, do mesmo modelo utilizada em um relógio convencional, para criar um relógio inteligente que informa os obstáculos da rua para um cidadão com deficiência visual. As informações são emitidas através de um aplicativo de celular desenvolvido exclusivamente para esse fim.

“Essa é uma tecnologia assistiva. A tecnologia assistiva mais comum que existe é a bengala e outras tecnologias que seriam usadas com a informática, a gente não consegue ver no dia a dia porque custa caro, o desenvolvimento é mais internacional e os projetos nacionais acabam não saindo do papel e é isso que estamos tentando fazer através da UFPI, colocar o nosso dispositivo para o cotidiano das pessoas”, declarou Silmar.

Trata-se de um dispositivo de substituição sensorial, nominado App Guide. O Aplicativo é composto por uma central posicionada no pulso do usuário que controla os sensores. O hardware emite, via bluetooth, as informações ao aplicativo instalado em um Smartphone, que por sua vez comunica por voz ao deficiente visual. O protótipo faz parte de uma pesquisa de mestrado do Programa de Ciências Biomédicas desenvolvida pelo aluno Marcos Ayres sob a orientação do Prof. Dr. Silmar Teixeira e coorientação do Prof. Dr. Gildário Lima.

O aluno responsável pelo desenvolvimento do App Guide pretende avançar com a pesquisa migrando para um hardware menor, mais leve e com maior eficiência energética, para maior período de utilização sem recarga. Em médio prazo, o pesquisador pretende aprimorar o dispositivo com a colaboração dos usuários para construir um produto com maior qualidade para o usuário. (W.B.)

Realidade aumentada permite estudo da medula

A área de Qualificação Médica tem sido constantemente aperfeiçoada. Atualmente, os treinamentos são realizados utilizando-se manequins anatômicos que permitem o estudo e execução de algumas manobras comuns durante um atendimento. No entanto, muitos problemas são ainda identificados no processo de treinamento, tais como a falta de precisão e o pouco envolvimento do aluno.

Para atingir este objetivo, pesquisadores piauienses utilizaram recursos computacionais como imagens tridimensionais e realidade aumentada, de forma a criar um ambiente de simulação e estudo mais realista. Através de um tablet com a câmera ligada é possível reconhecer um código, do tipo QR, que se transformará em uma medula óssea humana, utilizando a realidade aumentada e trazendo assim todas as definições de uma medula de forma externa e interna, ideal para os professores dos cursos de saúde ensinar para os seus alunos sem precisar de um corpo humano.

“A câmera que é um sensor captura o marcador e ativa a realidade aumentada e gera uma imagem 3D da medula e essa imagem permite que a gente visualize as estruturas da medula, ou seja, as vias ascendentes e as vias descendentes”, finaliza o orientador dos projetos. (W.B.)

Fonte: http://jornal.meionorte.com/theresina/piauienses-criam-equipamento-que-atende-comandos-do-cerebro-314915