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Estação de Aquicultura

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

A Aquicultura CMRV trabalha em varias vertentes, dentre elas o programa de melhoramento genético iniciado pelos trabalhos de implantação de microchips e larvicultura.
Larvicultura de camarões de água doce (nativos do Delta), está sendo produzida pela LABCAM. O laboratório de larvicultura de peixes que irá trabalhar com peixes nativos em sistema de RAS, além do quintal agroecológico que está sendo modificado para a experimentação de modalidades de cultivos diferenciados e replantio das horas econômicas.

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O Brasil possui mais de 8,5 milhões Km², representando 47,7% do território da América do Sul, é reconhecidamente donatário de um dos patrimônios hídricos mais importantes do planeta com vazão média anual de seus rios de cerca de 180.000 m³ por segundo (ANA, 2007). Segundo a mesma autora este valor corresponde a aproximadamente 12% da disponibilidade mundial de recursos hídricos.

A distribuição dos recursos hídricos, no Brasil, durante o ano não é uniforme, destacando-se os extremos do excesso de água na Amazônia e as limitações de disponibilidade no Nordeste (TUCCI, 2001). A maior parte da água se situa na região Norte, que junto ao Centro Oeste concentram pouco mais de 89% do potencial de águas superficiais do país. Apenas 3% do total de água existente no país encontram-se na região Nordeste, sendo que 63% destes estão localizados na bacia hidrográfica do rio São Francisco e 15% na bacia do rio Parnaíba, que juntos detêm 78% da água da região (BRITO et al., 2007).

No Brasil a água doce é destinada ao abastecimento para consumo humano, produção de energia elétrica, irrigação, recreação, navegação, pesca e aquicultura (CONEJO et al., 2007). A aquicultura é uma prática tradicional, encontrada em várias culturas pelo mundo. Há registros históricos evidenciando a técnica em documentos e manuscritos chineses datados de séculos remotos, e chega a ser mencionada até em hieróglifos egípcios. Os sistemas incluíam, de forma simplificada, o armazenamento de exemplares imaturos de diversas espécies de peixes, seu desenvolvimento condicionado a um ambiente propício, que não demandava adição de muitos insumos ou recursos externos, e por fim seu consumo pelas populações, sendo uma importante fonte alimentar (OLIVEIRA, 2009).

Atualmente, por definição a aquicultura é considerada uma atividade multidisciplinar, referente ao cultivo de diversos organismos aquáticos, incluídos neste contexto plantas aquáticas, moluscos, crustáceos e peixes, sendo que a intervenção ou manejo do processo de criação é imprescindível para o aumento da produção (OLIVEIRA, 2009).

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A aquicultura passou a destacar-se significativamente no cenário mundial a partir de 1990, quando acrescentou 13,1 milhões de toneladas de pescado as 85,9 milhões de toneladas capturadas no ambiente natural (águas marinhas e continentais). Desde então, o cultivo de organismos aquáticos tem participado de forma crescente, a cada ano, da produção mundial de pescado (PEREIRA, 2012).

Por contar com grande disponibilidade de recursos hídricos e clima favorável, o Brasil é considerado um dos países mais promissores para o desenvolvimento da aquicultura. De forma comercial, pode-se dizer que a piscicultura foi iniciada no Brasil, por volta de 1929 com o cientista Rodolfo Von Ihering, que estudou os peixes do Rio Mogi-Guaçu em Piracicaba - São Paulo, utilizando pela primeira vez hipófise para provocar a desova do Dourado Salminus maxillosus (Valencienes, 1849), fazendo surgir em 1939 a primeira Estação de Aquicultura do país, localizada em Pirassununga – São Paulo. Na década 50, foi realizada a introdução de espécies exóticas tais como carpa Cyprinus carpio (Linnaeus, 1758), tilápia Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) e truta Salmo trutta (Linnaeus, 1758), que começaram a ser cultivadas principalmente em tanques escavados de pequenas propriedades rurais.

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No início dos anos 70 sugiram, no sul do País, experiências de consorciamento entre algumas dessas espécies e a produção de aves e suínos, que se beneficiaram dos canais de comercialização por cooperativas do setor agropecuário. Chegando ao final da década com início dos experimentos de cultivo de camarão de água doce, ostras e moluscos por pequenos produtores. Nos anos subsequentes, expandiu-se no Brasil a pesca esportiva em tanques destinados aos ‘pesque e pague’, nas periferias das grandes cidades que incentivaram a produção de alevinos e juvenis que posteriormente eram transferidos aos tanques de produção (AGUIRRE et al., 1989).

A piscicultura ao longo dos anos tem se mostrado uma alternativa a mais de renda para a população, melhorando seu nível de vida, gerando renda e difundindo tecnologia de criação de peixes em cativeiro, suprindo o mercado regional e diminuindo a pressão da pesca. No Piauí, essa atividade está em constante expansão (LOPES, 2012). Da mesma forma, o cultivo de camarões de água doce tem sido reconhecido como uma forma de produção de crustáceos com baixo impacto ambiental, e, além disso, é um dos setores da aquicultura que mais cresce no mundo, superando 1000% nos anos 90 (NEW et al., 2000; MORAES-RIODADES e VALENTI, 2001).

Em 2011, a Região Sul assinalou a maior produção de pescado do país, com 153.674,5 t, correspondendo a 28,2% da produção aquícola continental nacional. Em função de ajustes na metodologia utilizada e atualização de informações estruturais do setor, houve um aumento substancial da produção para a região Nordeste que representou 24,7% do total da produção aquícola continental, com 134.292,6 t, sendo o Piauí responsável por 25.112,1 t (6.419,8 t oriundas da pesca e 18.692,3 t da aquicultura) (MPA, 2011). As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste vêm logo em seguida com, respectivamente, 17,4%, 15,9%, 13,8% de participação na produção total do país. A tilápia e o tambaqui foram às espécies mais cultivadas, que juntas representaram 67,0% da produção nacional de pescado oriundos da aquicultura continental (MPA, 2011). Considerando a produção de 18.692,3 t de pescado provenientes da aquicultura no Estado do Piauí, em 2011, pode-se estimar um número médio de alevinos necessários a essa demanda: 18.692,3 t / 0,8 Kg (peso médio de comercialização) = 23.365.375 alevinos. Segundo dados do MPA (2010) entre 2007 e 2009 o crescimento relativo da aquicultura foi de 43,8%, enquanto bovinos, aves e suínos foram respectivamente -8,6% , 9,2% e 12,9%.

A carcinicultura de água doce é uma atividade estável, e não está sujeita a grandes oscilações de produção, porque é bastante resistente à ação de patógenos e não acarreta problemas ambientais. Além disso, pode ser praticada com lucro em empreendimentos pequenos, médios ou grandes. Adapta-se muito bem aos sistemas familiares de produção, sendo adequada aos programas de desenvolvimento social e econômico. A atividade consiste em duas fases: a larvicultura e a engorda ou crescimento final (VALENTI, 1985). Em 2000, foram produzidas 118.500 t de Macrobrachium rosenbergii (FAO, 2002) e cerca de 100.000 t de M. niponense (MIAO e GE, 2002). Portanto, a produção mundial de camarões de água doce, ultrapassou 200.000t em volume e mais de US$ 1 bilhão em valor. No Brasil a produção anual de M. rosenbergiigira em torno de 400 toneladas e está concentrada na região sudeste do país.

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A aquicultura moderna está embasada em três pilares: a produção lucrativa, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social. Os três componentes são essenciais e indissociáveis para que se possa ter uma atividade perene. A simples criação dos organismos não é suficiente para o estabelecimento da atividade de forma lucrativa e perene. Todos os elementos da cadeia têm seu papel, e qualquer elo fraco limitará o desenvolvimento da atividade de forma geral. A aquicultura pode ser uma grande alcança de desenvolvimento social e econômico, possibilitando o aproveitamento efetivo dos recursos naturais locais, com a geração de renda, criação de postos de trabalho assalariado e/ou auto emprego.

A Universidade tem um importante papel na sociedade como produtora e difusora de conhecimento. Esse conhecimento é gerado por meio de pesquisa científica e retorna a sociedade pela formação de profissionais capacitados para atender as necessidades da população. Além desse e de outros benefícios praticados pela Universidade encontra-se a extensão universitária, que é uma atividade extremante importante para o desenvolvimento regional e também para a formação dos alunos.

Localização:

Base de Aquicultura da Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Reis Velloso está localizada na cidade de Parnaíba – PI, Bairro São Benedito, Avenida Padre Raimundo José Vieira

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