Durante a disciplina de “Atividades Curriculares de Extensão (ACE) – Multiculturalismo, Diversidade Cultural, Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras”, os cursistas de Geografia, do Polo do PARFOR/UFPI de Miguel Alves, realizaram uma visita técnica à Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco do município.
Aula de campo na Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco de Miguel Alves
A visita ocorreu no dia 08 de janeiro. Segundo a Profa. Amalle Pereira, que ministra a disciplina de ACE, a atividade permitiu que os cursistas aprendessem sobre saberes da comunidade tradicional e grupo étnico das quebradeiras de coco. “Tais saberes são necessários para repensar o modelo formal de escola com seu modo de avaliação e transmissão de conhecimento. Além disso, a transformação da matéria prima em seus derivados é uma maneira de refletirmos sobre indústria. Compreender o percurso feito pelos derivados até chegar no consumidor final nos ajuda a entender, ainda, de maneira prática, o comércio”, explica.
Cursistas aprenderam saberes da comunidade tradicional e grupo étnico das quebradeiras de coco
A docente reitera que, as lutas das quebradeiras de coco contra o desmatamento feito, em especial, pelo agronegócio, mostram como elas se relacionam e respondem a demandas globais de maneira muito consciente. Temáticas como vegetação, sustentabilidade, território foram abordadas no diálogo entre alunos e quebradeiras.
“Na visita técnica muitas perguntas foram respondidas, dada a riqueza dos saberes das quebradeiras. Além disso, pudemos conhecer a casa que abriga a associação, que tem pias e outros instrumentos para tratar (lavar, bater, limpar, descascar, etc.) o coco. Também conhecemos o moinho, que conta com muitas máquinas, inclusive a máquina de moer. Ao fim de tudo, foi possível degustar biscoito e mingau feitos do mesocarpo do babaçu”, relata a Profa. Amalle.
Integrante do grupo de quebradeiras de coco apresenta produtos produzidos
Para o cursista Jardel Alves da Silva, a visita permitiu observar a importância dessa prática para a preservação das raízes culturais na comunidade local, bem como também, em outras comunidades que estão interligadas por meio dos produtos extraídos do babaçu. “A ação promovida pela associação, formada por 26 mulheres, permite que, além de um complemento na fonte de renda, a prática contribua de maneira significativa na alimentação de muitos estudantes tanto da rede municipal como da rede estadual, pois fornece produtos como a massa mesocarpo e o azeite do babaçu. Para nós, enquanto estudantes de Geografia, é enriquecedor ver como as pessoas podem se utilizar da natureza para a extrair o próprio alimento e a fonte de renda necessária, sem que haja uma devastação do meio ambiente”.
Cursistas aprenderam saberes da comunidade tradicional e grupo étnico das quebradeiras de coco
Segundo a Profa. Bartira Viana, Coordenadora do Curso de Geografia, atividades dessa natureza são fundamentais para a formação dos professores. “Contribuem para expandir as possibilidades de aprendizado e permitem que eles tenham uma compreensão crítica das temáticas estudadas”, ressaltou.
Cursistas aprenderam saberes da comunidade tradicional e grupo étnico das quebradeiras de coco
A importância de atividades como essa também é ressaltada pela Profa. Glória Ferro, Coordenadora Institucional do PARFOR/UFPI. “É fundamental que os cursistas vejam na prática conteúdos abordados em sala de aula. O processo formativo é cuidadosamente planejado de modo que haja essa unidade entre teoria e prática. Além disso, a atividade permitiu a discussão de temáticas necessárias, que contribuirão de forma significativa para a formação deles”.