Nessa quinta-feira (08), os cursistas de História, do Polo de Miguel Alves, visitaram a Comunidade da Boa Esperança, em Teresina. A atividade ocorreu na disciplina de História da África, ministrada pelo Prof. Agostinho Coe.
Na ocasião, foi feita uma visita à Casa/Museu Sueli Rodrigues, onde foram recebidos pela Maria Lúcia, Presidenta do Centro de Defesa Ferreira de Sousa e uma das mantenedoras da Casa Sueli Rodrigues, e pelos artistas locais: Baibai, Jazi e Chico Pokémon - musicistas/produtores culturais.
Cursistas visitaram a Casa/Museu Sueli Rodrigues
“Durante a visita, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da história dos primeiros habitantes de Teresina e a luta cotidiana para manter as ancestralidades africanas na comunidade, diante dos ataques do capital e da tentativa de tornar a região um lugar para empreendimentos imobiliários de alto poder aquisitivo, por via da implementação de projetos tais como o Lagoas do Norte”, explicou o Prof. Agostinho Coe.
Também foi realizada uma trilha margeando o Rio Poti, com debates sobre os assoreamentos, a poluição do rio, a construção de barragens, a poluição sonora pelo uso de jet skys, o que, segundo o professor da disciplina, configura as várias tentativas de expulsar as populações ribeirinhas com a prática recorrente dos racismos ambientais.
Atividade ocorreu na disciplina de História da África
“A visita ao Museu da Boa Esperança e às comunidades Ribeirinhas da Boa Esperança na região do Poty Velho, em Teresina, foi uma importante iniciativa do Prof. Dr. Agostinho Coe, como atividade da disciplina História da África. Na nossa concepção, atividades dessa natureza são muito importantes para que os alunos possam refletir sobre os postulados culturais das populações africanos no Piauí. Além de possibilitar o debate sobre racismo e os modos de vida nessa comunidade”, destacou o Coordenador do curso de História, Prof. Francisco Vilanova.
Para o cursista Nanildes Xavier da Silva, foi uma experiência incrível, que contribuiu para o seu crescimento profissional e pessoal. “A atividade proporcionou debates de temas muito relevantes e nós vimos na prática o quanto a questão da preservação da história de uma comunidade é importante. Esse encontro despertou em mim uma maior curiosidade sobre a história dos meus antepassados, pois eles também viviam em uma região ribeirinha, são negros e, infelizmente, foram expulsos da terra onde viviam, justamente por essa questão do racismo ambiental”, detalhou.
Na ocasião, foram debatidos temas fundamentais para a formação dos cursistas
A Coordenadora do Polo de Miguel Alves, Profa. Ana Campelo, afirmou que aulas de campo como essa são extremamente importantes para a formação dos cursistas e que a coordenação local estará sempre à disposição para contribuir em tudo que for preciso para a realização de atividades que enriqueçam osconteúdos vistos em sala de aula.
Trilha margeando o Rio Poti
Segundo a professora Glória Ferro, Coordenadora Institucional do PARFOR/UFPI, atividades como essa são fundamentais para difundir o respeito que deve existir às diferentes etnias e culturas que constituem o patrimônio sociocultural brasileiro. “Nesse sentido, os espaços formativos têm o papel fundamental (e desafiador!) de reconhecerem a diversidade etnocultural como parte legítima e inseparável da identidade nacional, alimentando práticas educativas que valorizem a história dos diferentes grupos que compõem a sociedade brasileira e promovam a superação de qualquer tipo de preconceito e discriminação”.
Durante trilha às margens do Rio Poti