O curso de Letras-Libras do Polo do Parfor/UFPI, em Piripiri, realizou, por meio da disciplina Atividades Curriculares de Extensão I (ACE – I), ministrada pelo Prof. Edigar Gonçalves, o evento de extensão “As relações étnico-raciais na educação bilíngue de alunos surdos: desafios e perspectivas”.
As atividades aconteceram no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí de Piripiri (IFPI); na U. E. Judith Alves Santana; na U. E. Paulo Ferraz, localizada no município de Capitão de Campos; no Centro Educativo Municipal Vereador Valdemar Soares de Oliveira; e no Centro Estadual de Educação Profissional Rural Professor Antônio de Brito Fortes, na localidade Alfinim (Piracuruca), nos dias 10 e 11 de março. Foram realizadas palestras, minicursos e oficinas voltadas para o tema.
O Prof. Edigar Gonçalves explica que foram seguidos quatros eixos norteadores: As relações étnico-raciais no ambiente educacional – combatendo o racismo entre os alunos (uma abordagem direcionada aos alunos, práticas antirracistas, etc.); Movimento negro surdo (aspectos educacionais, abordar a questão dos sinais, produção literária de surdos negros, os que os artigos sobre a temática relatam); Surdos indígenas (aspectos educacionais, as línguas de sinais indígenas, os vocábulos em língua de sinais etc..); Apontamentos para uma formação docente para a educação das relações étnico raciais no ensino bilíngue de alunos surdos (direcionadoao público de professores, ou professores em formação).
“O objetivo das atividades foi proporcionar uma reflexão e sensibilizar sobre a temática. Alunos e professores do Ensino Fundamental, Ensino Médio, educadores e demais profissionais das escolas dos municípios de Piripiri, Capitão de Campos e Piracuruca, participaram dos eventos, tendo como principais autores os alunos do curso de Letras-Libras do Parfor/UFPI, que conduziram diversas palestras, reflexões por meios de atividades lúdicas, oficinas de materiais com foco na identidade afro-brasileira, indígena e negra surda”, afirma.
Segundo o professor, os cursistas construíram e divulgaram glossários de sinais sobre as religiões de matrizes africanas, ouviram relatos de estudantes e professores sobre a importância do tema e de situações de preconceito vivenciadas em ambientes educacionais.
A Coordenadora do curso de Letras-Libras, Profa. Maraisa Lopes, destaca o trabalho realizado pelos cursistas e a importância de discutir temas como esse junto à comunidade. “Esse é o papel da Universidade. Precisamos incluir a comunidade na discussão de questões que são extremamente importantes para todos nós. Neste evento, foi pensada a educação bilíngue de alunos surdos com foco nas relações étnico-raciais. Nos próximos semestres, serão trabalhadas outras questões. Espero que possamos sempre contar com a participação e colaboração de todos, pois é só assim que nós poderemos evoluir”.
Para a cursista de Letras-Libras, Francisca Liana Urquiza, “os diálogos com estudantes e professores acerca da inclusão e temáticas étnico-raciais são necessários, pois permitem a reflexão de práticas pedagógicas e promovem mudanças significativas nas relações sociais”, avalia.
A escolha de cada grupo em realizar as oficinas nas escolas foi muito importante, destaca a cursista Rosemeire Coutinho de Morais. “Com certeza conseguimos envolver muito mais pessoas neste tema tão relevante no ambiente escolar. E para mim, como docente, foi um despertar para esse importante tema, que até então não tinha direcionado tanta sensibilidade. Parabéns a todos os envolvidos, em especial ao professor Edigar, pelo belíssimo trabalho realizado na disciplina e na condução dos trabalhos das oficinas”.
De acordo com a Coordenadora do Polo de Piripiri, Profa. Leda Borges, foi uma atividade de extensão, que “proporcionou a socialização de experiências e reflexões de temáticas relacionadas ao curso de Letras-Libras aos cursistas, que perceberam a importância da inclusão de índios, negros, negros-surdos, onde o racismo aflige a população negra em diversos setores sociais”, afirmou.
Para a Profa. Ariadna Amaral, coordenadora pedagógica do CEM Vereador Valdemar Soares de Oliveira, a escola foi agraciada com o Curso de Extensão. “As acadêmicas do curso de Letras-Libras produziram e divulgaram conhecimentos sobre o desenvolvimento histórico e cultural no Brasil, tendo como foco a contribuição para o processo de educação inclusa no sistema educacional brasileiro de direitos à comunidade surda”.
Falando sobre a importância da atividade, a Coordenadora Institucional do Parfor/UFPI, professora Glória Ferro, destacou que “o projeto formativo do Programa vislumbra a formação de professores da educação básica comprometidos com a construção de uma sociedade que acolha a todos nas suas diferenças: uma sociedade melhor de se viver. Isso passa inevitavelmente pela (re)educação das relações étnico-raciais”, conclui.