Socialização do Projeto de Extensão “Alternativas Metodológicas em Estudos Étnicos-Raciais: Possibilidades de Aplicação na Geografia” no Polo de Miguel Alves

Na última sexta-feira (24), o curso de Geografia do Parfor/UFPI, Polo de Miguel Alves, realizou a socialização do Projeto de Extensão “Alternativas metodológicas em estudos étnico-raciais: possibilidades de aplicação na Geografia”. Durante o evento, que aconteceu na U. E. Francisco Fontenele (localidade Tamanduá), os cursistas realizaram oficinas apresentando diversas metodologias para trabalhar o tema nas aulas de Geografia.

“Aplicado a partir de atividades práticas e lúdicas, o Projeto teve como objetivo a aquisição de habilidades cognitivas, afetivas e/ou psicomotoras pelos alunos de escolas da rede municipal de Miguel Alves, em busca de uma aprendizagem significativa de conteúdos relacionados às questões étnico-raciais nas aulas de Geografia. A atividade visou contribuir para uma melhor compreensão acerca do ensino da Geografia, além da contribuição com a formação dos estudantes da escola básica e do ensino superior”, destaca a Coordenadora do Curso de Geografia, Profa. Bartira Viana.

A cursista de Geografia, Maria de Jesus Araújo Melo, explica que foram trabalhados temas pertinentes, como as questões étnico-raciais. “Ressaltamos a grande importância do evento não só para docentes e discentes, como também para a comunidade local, principalmente, pelos temas trabalhados. O evento contou com a participação de escolas convidadas e com o apoio da prefeitura, por intermédio da coordenadora local, professora Ana Campelo”.

O projeto foi coordenado pelos professores: Carlos Sait P. de Andrade, Izildete de Sousa Torres, Ada Raquel Teixeira Mourão, Rafael José Marques, Francisco das Chagas Gomes e Anna Kelly Moreira da Silva, que participou presencialmente das atividades. A professora explica que foi pensada uma exposição interdisciplinar na comunidade de Miguel Alves, que abordasse melhor o entendimento da importância do uso de alternativas metodológicas, por meio de 06 oficinas.

“O evento foi fundamental para comunidade conhecer a identidade sociocultural de Miguel Alves-PI, de ascendência afro-brasileira, manifestada em paisagens do lugar vivido pelos mesmos, além de problematizar as relações étnico-raciais nas escolas básicas da cidade e mapear as manifestações culturais e artísticas de origem afrodescendente, bem como reconhecer o lugar como identidade, assim como os laços de pertencimento por intermédio da representação cartográfica, para que tenham uma melhor compreensão acerca do ensino da Geografia”, detalha a Profa. Anna Kelly Moreira.

Para a Coordenadora do Polo de Miguel Alves, Profa. Ana Campelo, as atividades desenvolvidas na comunidade Tamanduá representaram um momento único e de muito aprendizado para todos. “Com temáticas dentro da Geografia e das relações étnico-raciais, o evento foi um momento ímpar, considerando as pesquisas realizadas pelos cursistas do Parfor/UFPI e os alunos, nascidos em terras quilombolas, que até então não queriam essa identidade. Mas com essa intervenção foi plantada uma sementinha”.

A Secretária Municipal de Educação de Miguel Alves, Maria Rosinete Oliveira, avalia a importância das atividades realizadas. “Enquanto Secretária de Educação e tendo acompanhado as atividades, posso afirmar que foram de essencial importância para promover em nossos alunos da rede municipal um sentimento maior e mais consciente de respeito e de valorização das diferenças, pois foi bastante ressaltada a necessidade de olharmos para o outro e compreendermos que somos todos iguais e, por esse motivo, todos possuem o direito de exercer sua cidadania de forma plena independentemente da cor ou condição social”.

A Coordenadora Institucional do Parfor/UFPI, Profa. Glória Ferro, disse que está bastante satisfeita com o resultado do trabalho desenvolvido nas Atividades Curriculares de Extensão (ACEs), que focalizou as relações étnico-raciais, ressaltando a importância de uma educação inclusiva e da necessidade de aprender a ensinar para a equidade social, já que não é possível pensar em cidadania plena vivenciando relações que geram preconceito, discriminação e exclusão social.

Confira mais fotos do evento aqui.

As oficinas trabalharam os seguintes temas:

Alternativas metodológicas em estudos étnico-raciais: buscando o sentido do Lugar Vivido na Comunidade através de representação de paisagens – Miguel Alves (PI) - A atividade teve como proposta descrever as manifestações socioculturais da comunidade pesquisada; associar os registros culturais da comunidade ao sentido de lugar vivido; representar as paisagens capturadas do lugar vivido e utilizar as paisagens representadas como recursos educativos em escolas municipais da cidade de Miguel Alves (PI).

Superar o racismo na educação para construção de uma sociedade democrática e plural: diferentes olhares sobre as relações étnico-raciais nas escolas básicas da cidade de Miguel Alves - A atividade realizou pesquisa sobre as relações étnico-raciais na escola básicas de ensino fundamental (2º ciclo) da rede municipal da cidade de Miguel Alves, tomando como base a percepção dos professores sobre o racismo na escola e realizar a leitura de textos sobre conceitos e diferenças étnico-raciais.

Mapeamento das manifestações culturais e artísticas de origem afro no Município de Miguel Alves – Piauí – A atividade identificou manifestações culturais e artísticas nas diversas comunidades do Município; com o intuito de conhecer as características e especificidades das manifestações mapeadas e inventariar as informações culturais obtidas.

Geologia e comunidades tradicionais: Conhecimentos etnogeológicos e suas contribuições para o campo científico – A atividade visou conhecer a caracterização físico-natural de Miguel Alves - PI; realizar uma cartografia social e cunho etnogeológica de Miguel Alves – PI e demonstrar a importância da geologia para a cultura popular e tradicional das comunidades locais, e preservação e conservação do meio ambiente e do patrimônio cultural no município de Miguel Alves.

Cartografia cultural e identidade Étnico-racial em uma perspectiva contemporânea- PI – A atividade propôs estabelecer vínculos interdisciplinares que garantam uma visão holística da ciência geográfica e apresentar modelos a partir dos novos mecanismos tecnológicos para a compreensão do espaço geográfico habitado no passado e no presente.

O uso de aplicativos nas aulas de campo de Geografia: aplicações para estudos étnico-raciais - A atividade foi demonstrada apresentando os aplicativos teórico/práticos para estudos étnico-raciais na área da Geografia.