Aula de campo do curso de Geografia do Polo de Batalha proporciona visita ao Riacho Bela Vista e à Pedra do Letreiro
Os alunos do curso de Geografia do Polo do Parfor/UFPI, em Batalha, tiveram a oportunidade de visitar no último sábado (11), o Riacho Bela Vista e a Pedra do Letreiro, dois importantes pontos turísticos do munícipio, tanto pela beleza natural como pela riqueza arqueológica.
Turma visita Riacho Bela Vista
A aula de campo foi proposta pelo Prof. Lucas Almeida, que ministra a disciplina Introdução à Geologia, e contou com a participação da Coordenadora do curso de Geografia do Parfor/UFPI, Profa. Bartira Araújo. O encontro teve o intuito de demonstrar para os alunos na prática aquilo que eles aprenderam em sala de aula.
Alunos no Riacho Bela Vista
A Geologia é a ciência da terra, que fala sobre a questão da composição das rochas e da dinâmica terrestre, explica o professor Lucas Almeida. “Tudo isso nós estivemos vendo durante uma semana intensiva de aulas e hoje os alunos estão podendo conhecer melhor na prática tudo que foi trabalhado, principalmente, no que diz respeito às rochas, à erosão, ao potencial geoturístico da região de Batalha, que possui lugares incríveis, paisagens belíssimas, que precisam ser bem exploradas para que sejam melhor preservadas. Nós sabemos que isso barra muito na questão da gestão pública, que é muito importante para que haja proteção e preservação desses locais. E tudo isso parte da dinâmica de você conhecer o lugar primeiro para depois poder agir de forma adequada diante desses belíssimos cenários”, destacou.
Professor Lucas Almeida explica detalhes sobre as rochas
Segundo a professora Bartira Viana, Coordenadora do Curso de Geografia do Parfor em Batalha - PI, o trabalho de campo pode contribuir para que o professor cursista "perceba e apreenda os vários aspectos que envolvem as diferentes paisagens. Tanto nos aspectos naturais quanto nos sociais, contribuindo para a inserção do geógrafo pesquisador na sociedade de forma crítica, oportunizando a vivência em local e possibilitando a construção do conhecimento", afirma.
Professora Bartira Araújo explica detalhes importantes sobre preservação desses locais para os alunos
A partir das aulas do curso de Geografia, os cursistas Jean Machado e Ricardo Moura tiveram a iniciativa de criar o projeto “Os Guardiões”, que inicialmente visa a revitalização e preservação da Pedra do Letreiro e, posteriormente, será ampliado para os demais pontos geoturísticos de Batalha.
“Chegamos ao final das nossas aulas de Introdução a Geologia e colocamos em prática tudo o que aprendemos na teoria. Tivemos um excelente professor que fez com que entendêssemos o material e pudéssemos aplicá-lo em campo. Agora, temos uma compreensão muito melhor da Terra e de como ela funciona. Todos nós sabemos que o mundo está em perigo, e que podemos fazer nossa parte para proteger o patrimônio natural do mundo. Isso começa com pequenas atitudes como preservar os patrimônios arqueológicos na nossa cidade, para que assim possamos olhar não só a beleza, mas a importância histórica dos sítios arqueológicos. Eles também são importantes não somente como um registro do passado, mas também como um meio de compreender a história e a cultura da nossa região e também entender os processos que moldaram a evolução da vida, pois só assim garantiremos que as gerações futuras também possam aproveitá-los”, destacou.
Visita à Pedra do Letreiro
Ricardo Moura explica que a Pedra do Letreiro foi inserida no Cadastro nacional de Sítios Arqueológicos desde 1995, com base na Lei Federal nº 3.924, de 1961, mas que até o momento nunca houve uma ação efetiva do poder público para sua preservação. “Além disso, o espaço está sendo vandalizado, a população joga lixo, a Pedra é constantemente alvo de pichações e depredações. Não há uma identificação no local informando que se trata de um sítio arqueológico e, talvez, por isso a população ainda não tenha consciência da importância do monumento. A cidade de Batalha possui um potencial gigantesco para o geoturismo e nós precisamos da ação do poder público para preservar nossa história e mudar essa triste realidade”.
Turma teve oportunidade de ver na prática conteúdo discutido em sala de aula
A aula contou com a participação do Coordenador de Obras do município de Batalha, Felipe Correia, que recebeu um requerimento assinado pelos alunos e professores do curso sobre a preservação dos sítios arqueológicos na cidade. “Será um compromisso do Prefeito Zé Luís do Frango e nosso da Secretaria de Infraestrutura em visibilizar a Pedra do Letreiro e todos os sítios arqueológicos existentes no nosso município. Um território com grande patrimônio histórico e potencial turístico que iremos valorizar e destacar a grande importância histórica-cultural, assim, buscando atrair turistas na cidade, movimentando a cultura, economia e destacar Batalha e levando conhecimento aos turistas e estudantes desse patrimônio histórico que são nossos sítios arqueológicos”, afirmou o Coordenador.
Entrega do requerimento para preservação do munumento ao representante da prefeitura de Batalha
Para o Coordenador do Polo de batalha, Prof. Milton Pereira, a experiência dos discentes, de vivenciar uma aula de campo, foi muito gratificante, tendo em vista que para a maioria foi a primeira vez em que visitaram de perto esses aspectos geológicos locais que pouco são explorados ou preservados. “Considerando as potencialidades locais exploradas, nessa aula foram explanadas detalhadamente a importância da floresta, as práticas de preservação e a relevância da Educação Ambiental para trabalhar as questões ambientais, uma vez que é importante fazer a conscientização sobre como o ser humano poderá preservar o meio onde ele está inserido. A partir dessa aula de campo, os alunos puderam estudar aspectos sociais, econômicos, culturais, políticos que ocorrem diariamente, mas que, sem a devida abordagem, acabam passando despercebidos durante o seu dia a dia”, destaca.
Profesora Bartira Araújo, Professora Dayane Martinelle
da turma Pedagogia, Professor Lucas Almeida e o coordenador do Polo, Professor Milton Pereira (à direita)
Para o também cursista de Geografia, Raimundo Nonato Firme, a aula de campo foi de muita importância para o conhecimento das riquezas geológicas desses dois pontos turísticos de Batalha. O Parque Bela Vista possui estruturas rochosas compostas por rochas sedimentares formadas há centenas de milhões de anos, favorece um córrego de águas que serve de banho turístico, um pouco acima há indícios de árvores fossilizadas, que serão objeto de estudos para os alunos. A Pedra do Letreiro é uma grande formação rochosa que está localizada no meio de um bairro residencial e tem sofrido muito com ações humanas e da própria natureza. Ela contem indícios de pinturas rupestres que remetem à presença do homem há centenas de milhares de anos naquele local. Foi uma super experiência dentro da aula de campo na disciplina de Introdução à Geologia”, avalia.
A professora Glória Ferro, Coordenadora Institucional do Parfor/UFPI, ressalta a importância de atividades dessa natureza, tendo em vista que “a proposta curricular dos cursos ofertados pelo Parfor precisa ser organizada de modo a oferecer uma formação concreta, contínua e relacionada à prática do professor cursista, oportunizando sua participação ativa no processo de organização da atividade pedagógica, bem como a aprendizagem dos conteúdos básicos da área em que atua, considerando a necessidade de planejar e efetivar seu trabalho didático-pedagógico na escola básica”.