Pesquisa é desenvolvida pelo Grupo de Estudos em Fruticultura da Universidade Federal do Piauí (Frutagro/UFPI)
O Grupo de Estudos em Fruticultura da Universidade Federal do Piauí (Frutagro/UFPI) desenvolve pesquisas de campo, viveiros e laboratórios, focando na implantação e manejo da adubação e nutrição da fruticultura no Vale do Gurguéia e na região Meio-Norte do Piauí. Essas pesquisas abrangem diversas condições climáticas e de solo, envolvendo culturas como limão tahiti, maracujá, acerola, goiaba, banana e caju. Atualmente, está em andamento um projeto de tese de doutorado em Ciências Agrárias intitulado "Uso do silício como elemento mitigador de estresses hídricos e nutricionais em frutíferas cultivadas em sistemas fertirrigados”, com foco principalmente no maracujá e no limão tahiti. A pesquisa é conduzida pelo discente Eduardo William de Araújo Costa, sob a orientação do professor Gabriel Barbosa.
Com o objetivo de promover uma maior integração entre extensão e pesquisa, e atuar em iniciativas que contribuem para a conservação ambiental, o projeto tem investigado o uso eficiente de fertilizantes nitrogenados, visando reduzir os impactos ambientais. Em conjunto com o uso de fontes nitrogenadas na fruticultura, o Frutagro tem explorado novas fontes de silício (Si), como a nanossílica, que é considerada benéfica para as plantas. O Si, um elemento químico amplamente utilizado na agricultura, ajuda no controle de estresses das plantas, especialmente em períodos de seca, funcionando como um excelente estimulante para a recuperação vegetal.
Os estudos estão sendo realizados na Fazenda Balsan, em Alvorada do Gurguéia, e na Fazenda Experimental Alvorada do Gurguéia (FEAG), órgão complementar do Campus Professora Cinobelina Elvas, em Bom Jesus. A FEAG desempenha um papel crucial no ensino, pesquisa e extensão, proporcionando experiência técnico-científica à comunidade acadêmica através de experimentos, cursos, estágios, seminários, visitas e outros eventos, além de oferecer orientação e serviços técnicos a estudantes, profissionais e produtores.
Os principais resultados dos estudos recentes em viveiro indicam que o silício favorece a mitigação da toxicidade por estresse nutricional em frutíferas. No entanto, ainda são necessários avanços nos estudos envolvendo produção, produtividade e qualidade dos frutos a nível de campo, com testes de novas fontes e doses de silício ao longo dos ciclos de cultivo de diferentes espécies.
Na foto, da esquerda para a direita os professores Gabriel Barbosa e Gustavo Pereira, ambos são coordenadores do Frutagro
O professor Gabriel Barbosa explica que o uso do silício, especialmente via fertirrigação no cultivo de mudas e no crescimento inicial sob excesso de nitrogênio na forma de amônio, aumenta o acúmulo e a eficiência do uso do nitrogênio. Isso se deve à maior atividade de enzimas antioxidantes e melhor atividade fotossintética das plantas de diversas frutíferas, com destaque para os estudos recentes com o maracujazeiro, desenvolvidos em dissertações e teses sob sua orientação.
Em suas declarações, o professor reafirma a importância da pesquisa para alcançar avanços significativos nessa área. “Apesar da relevância, a falta de pesquisas relacionadas à adubação e nutrição de frutíferas com nitrogênio e silício no solo aumenta a necessidade de estudos para adaptar práticas de manejo às condições edafoclimáticas do sudoeste piauiense, mitigando riscos como o uso excessivo de fontes amoniacais nos sistemas de produção”, comenta.
Doutorando em Ciências Agrárias, Eduardo William
Para o doutorando Eduardo William, ainda há necessidade de mais pesquisas relacionadas a plantas frutíferas que garantam técnicas de plantio voltadas para a sustentabilidade econômica. “Os resultados do uso de silício em plantios de maracujazeiro foram positivos. As fontes amoniacais tendem a ser mais baratas, mas, em altas concentrações, causam problemas nas plantas. O silício contorna esse problema, diminuindo os danos pelo excesso de amônio e pode aumentar o crescimento e a produtividade. Este será o tema abordado na minha tese de doutorado pelo PPGCA”, destaca.
Ainda de acordo com Eduardo, a pesquisa tem como principal finalidade técnica apoiar produtores piauienses e de outros estados na área de fruticultura, propondo que aumentem sua produção de forma mais eficiente e com menor custo, minimizando os impactos ambientais. “O Nordeste é a principal região produtora de maracujá, destacando-se Bahia e Ceará. No entanto, Piauí e Maranhão têm a menor produção entre os estados. Portanto, este estudo melhora as perspectivas de produção de alta qualidade para essa região”, conclui.
Saiba mais sobre o Frutagro
No Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), em Bom Jesus, o grupo é coordenado pelo Prof. Gabriel Barbosa, que é lotado no Curso de Engenharia Agronômica do CPCE/UFPI, Subcoordenador do PPGCA e Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ/UFPI). No Centro de Ciências Agrárias (CCA), em Teresina, o Frutagro é coordenado pelo professor Gustavo Pereira, lotado no Departamento de Fitotecnia.
A equipe do Frutagro conta com diversos pesquisadores da UFPI (CPCE, CCA, CCN, CTBJ) e de outras instituições, como Embrapa, Unesp, Unemat, UFERSA, UFMS, UFRR e IFTO, envolvendo cerca de 30 estudantes de graduação, sendo 10 bolsistas de Iniciação Científica e outras modalidades, e 10 discentes de Pós-Graduação vinculados ao PPGCA, com bolsas da CAPES e FAPEPI.