Encerramento da 1ª turma do Curso de Especialização em Saúde da Mulher na UFPI

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Apresentação de trabalhos da Especialização em Saúde da Mulher

Na última quinta-feira, 26 de setembro, o Departamento de Biofísica e Fisiologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi palco das apresentações dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) dos alunos da especialização em Saúde da Mulher, oferecida pelo Núcleo de Estudos, Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES). Em uma sala repleta de expectativas, os egressos trouxeram à tona temas fundamentais para o debate sobre a saúde da mulher no Piauí.

O curso, que funciona em modalidade híbrida e quinzenalmente às noites de quinta e sexta-feira, tem como missão capacitar profissionais da saúde para uma atuação crítica, reflexiva e baseada em evidências, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da redução da mortalidade materna. Para Lis Marinho, coordenadora do curso, a presença de médicos da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade nas bancas de avaliação trouxe uma visão criteriosa e enriquecedora para os trabalhos.

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Professora Lis Marinho ao lado de Sylmara de Almeida Pacheco

Entre os diversos temas apresentados, um dos destaques foi o trabalho de Sylmara de Almeida Pacheco e Lizandra Maria de Holanda Barbosa, que abordou a “Situação Epidemiológica da Mortalidade de Mulheres em Idade Fértil no Piauí de 2013 a 2022”. A pesquisa destacou a relevância de entender os fatores que influenciam as elevadas taxas de mortalidade nessa faixa etária, com o objetivo de contribuir para a formulação de políticas públicas mais resolutivas. "A análise de dados de mortalidade é essencial para que o Brasil avance em suas metas relacionadas à saúde dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)," comentou Sylmara.

Na análise apresentada por Marina Leite Guimarães Serra e Ruth Raphaella Oliveira Lopes sobre o perfil da violência contra mulheres na capital do Nordeste, as autoras destacam que a violência é compreendida como um comportamento intencional, que utiliza força ou poder para ferir a liberdade e os direitos de outra pessoa. O estudo, que abrange o período de 2018 a 2022, tem como objetivo analisar as violências perpetradas contra mulheres, fornecendo uma base sólida para entender a dinâmica dessas agressões.

Os dados revelam áreas críticas para intervenções e apontam a necessidade de estratégias robustas de prevenção e apoio. Além disso, ressaltam a importância de políticas públicas que abordem as vulnerabilidades das vítimas, melhorando a resposta aos casos de violência. "As informações destacam a necessidade de estratégias de prevenção, apoio e políticas públicas que abordem as vulnerabilidades identificadas e melhorem a resposta aos casos de violência contra mulheres," afirma Ruth Raphaella.

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Professora Lis Marinho em diálogo com estudantes da Especialização

Os trabalhos também trouxeram à tona doenças infecciosas e condições associadas ao puerpério, além de temas como violência contra a mulher e os desafios enfrentados pelo sistema de saúde. Leonardo Cançado Monteiro Savassi, professor, avaliador e membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, destacou que esses temas possibilitam uma análise rica e multidimensional sobre o impacto dessas questões na rede de atenção à saúde do SUS. "As apresentações abordaram desde problemas específicos até grandes desafios, como a violência e a mortalidade de mulheres em idade fértil, oferecendo uma visão abrangente dos desafios na saúde da mulher", afirmou.

Os especialistas que participaram das bancas sublinharam a relevância das pesquisas apresentadas para a melhoria contínua dos processos de assistência à saúde. "A continuidade de pesquisas nesta linha é essencial para manter a qualidade dos serviços de saúde e permitir avanços nas políticas de saúde pública", comentou Larissa Bordalo de Figueiredo Pinto, uma das avaliadoras e membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade.

Larissa ainda enfatizou que muitos dos trabalhos apresentados possuem potencial para publicação, e que as conclusões desses estudos podem ter um impacto direto na forma como os serviços de saúde lidam com questões como a mortalidade materna e a violência de gênero.

O encerramento do curso trouxe não só uma sensação de dever cumprido, mas também a percepção de que os desafios ainda são muitos. "Os dados discutidos aqui hoje são a base para novas propostas e para a tomada de decisões no SUS," concluiu Savassi.

A especialização em Saúde da Mulher da UFPI mostra-se como um espaço essencial para a formação de profissionais que, com um olhar atento e fundamentado, podem transformar a realidade da saúde pública brasileira. O impacto dessas pesquisas se estende muito além dos muros da universidade, alcançando diretamente a vida das mulheres que dependem de um sistema de saúde eficiente e sensível às suas necessidades.

Acesse o infográfico exibido na apresentação.

Confira mais fotos:

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