Veículo off-road do projeto “B-R-O BRÓ BAJA”.
Após mais de uma década desde o surgimento do “Projeto e construção de veículo Off-Road (Mini Baja) para competições Baja SAE BRASIL”, a equipe atual manteve vivo o legado deixado pelos antigos integrantes, e este ano, está determinada a levar seu carro para competir. O programa de extensão, que opera sob o nome fantasia “B-R-O BRÓ BAJA”, é composto por 15 membros, todos estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica, Produção, Elétrica e de Materiais.
A equipe é organizada em seis diretorias: Chassi, que se ocupa do projeto estrutural e da produção da gaiola de proteção; Powertrain, que otimiza a transmissão da potência do motor; Elétrica, que cuida dos projetos elétricos; Direção e Suspensão, responsáveis pela estabilização do peso do piloto e dos componentes; Freios, que desenvolve o sistema de frenagem; e Gestão, Financeiro e Marketing, que administra as finanças e promove a equipe nas redes sociais.
O principal objetivo do “Projeto e construção de veículo Off-Road (Mini Baja) para competições Baja SAE BRASIL” é participar da competição Baja SAE, tanto a nível nordeste quanto nacional. A SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos), organiza essa competição entre cursos de Engenharia do Brasil. Ela incentiva os alunos a projetarem e fabricarem um carro protótipo off-road para colocarem em prática seus conhecimentos adquiridos em sala de aula e competirem em várias modalidades como: enduro, velocidade, arrancada e avaliação do projeto.
Waydson Martins, professor coordenador do projeto.
Waydson Martins, professor doutor de Engenharia Mecânica e coordenador do projeto, discorre acerca da evolução da equipe ao longo dos anos. “No início, uma oportunidade do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos permitiu começar o projeto e levar a primeira equipe à competição regional para apresentar o projeto e comprar alguns insumos. Após o término do projeto do CNPQ e meu início no doutorado, outros coordenadores assumiram, mas não fabricaram um veículo antes da pandemia. Recentemente, Ícaro me procurou para cadastrá-lo novamente com novos integrantes. Agora, a equipe atual está muito ativa, especialmente na busca por patrocínios, que são cruciais. Quando não conseguem, vendem produtos como cremosinho para arrecadar fundos. Este ano, houve um retorno positivo das empresas em relação aos patrocínios”, diz.
Icaro Vinicius Melo, capitão da equipe “B-R-O BRÓ BAJA”, explica o que o motivou a voltar com a iniciativa. “Dentre os projetos envolvendo carros do Centro de Tecnologia, eu gostei bastante do Baja, porque sempre tive afinidade com carros mais de interior e trabalhar com um veículo off-road além de ser interessante, o custo dele é menor comparado aos do Fórmula SAE. Então, falei com o professor Waydson se teria a possibilidade de cadastrar novamente o projeto”, afirma.
Apesar da empolgação com o retorno do projeto, a equipe enfrentou diversos desafios. Icaro compartilhou os três maiores. “Fazer as pessoas acreditarem que nossa equipe tinha chance de levar pela primeira vez um carro off-road para competir foi bem difícil, uma vez que o projeto foi fundado há alguns anos e as tentativas anteriores não tiveram sucesso. Além disso, a diferença entre teoria e prática é muito evidente. Embora tenhamos uma boa formação teórica, a execução se torna extremamente difícil devido à falta de recursos e capacitação adequada”, diz.
Integrantes do projeto “B-R-O BRÓ BAJA” manufaturando o carro off-road.
Além disso, o projeto envolve os alunos em atividades práticas, aplicando conceitos teóricos do curso e desenvolvendo habilidades de trabalho em equipe e empreendedorismo. Dessa forma, os estudantes têm a oportunidade de vivenciar todas as fases do ciclo de vida de um produto, desde a concepção da ideia até a entrada no mercado. O resultado indica a qualidade do projeto, medido por critérios como inovação, viabilidade técnica, eficiência, custo-benefício e impacto social. Essa abordagem prática prepara os estudantes para os desafios do mercado de trabalho, incentivando a criatividade e a colaboração.
Emerson Kaio, membro da diretoria de chassi, compartilha como o projeto tem impactado sua vida acadêmica. “Mesmo sendo estudante de Engenharia de Materiais, sempre tive uma paixão por Mecânica. Decidi me juntar à equipe porque, desde criança, sou fascinado por carros. Poder aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, especialmente no que diz respeito às peças, é uma experiência incrível. O Baja também me deu a oportunidade de conhecer novas pessoas e participar de competições, o que enriquece ainda mais minha trajetória acadêmica. Um dos momentos mais marcantes foi aprender a utilizar um software de desenho, no qual minha primeira tarefa foi criar o desenho do nosso chassi”, relata.
Membros do projeto prontos para competirem em João Pessoa.
A equipe “B-R-O BRÓ BAJA” se prepara para competir na “3ª Edição do Baja Maurisstad”, um evento amistoso que acontece entre os dias 23 e 25 de agosto e será realizado no Centro Tecnológico da Universidade Federal de João Pessoa (UFPB). Em fase de expansão, essa competição foi criada para aumentar as oportunidades de participação no Nordeste, oferecendo uma alternativa mais acessível em termos de taxa de inscrição em comparação à “Competição Baja SAE Nordeste”, que é uma etapa regional do programa “Baja SAE Brasil".
Para mais informações, acesse o instagram da equipe @ufpibaja.