Conheça algumas das mulheres que atuam na gestão do Centro de Tecnologia

No relatório Women in Business 2022, da Grant Thornton, dados revelam que 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres. Apesar da pequena queda em relação ao ano de 2021, quando o resultado foi de 39%, os últimos anos apresentaram um avanço significativo nos dados, já que em 2019 apenas 25% das posições de liderança estavam sob o comando feminino.

A ascensão das mulheres dentro do espaço profissional e da posição de liderança é decorrente do esforço e da entrega de muitas profissionais que decidiram lutar e ir adiante no sonho de uma formação melhor e mais capacitada.

A atual vice-diretora do Centro de Tecnologia, Profa. Dra. Giovana Espindola, graduada em Engenharia Cartográfica pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), viveu uma experiência desafiadora no início da sua formação, mas que não a impediu de seguir na formação almejada. Sendo da primeira turma mista do Colégio Militar de Curitiba e da segunda turma mista do IME, no Rio de Janeiro, Giovana construiu sua trajetória em um espaço que ainda era pouco diversificado. Apesar dos desafios, a gestora acredita que as mulheres precisam acreditar e não ter medo de se posicionar para o espaço que almejam chegar.

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Professora Giovana Espindola, vice-diretora do CT

"Acredito que precisamos falar, falar sempre. Precisamos evitar que homens sejam os porta-vozes dos nossos direitos. Assim, também precisamos lutar pela fala, impedindo qualquer tipo de interrupção e desconstrução deste direito. Precisamos falar frequentemente, didaticamente, mesmo que muitas vezes não sejamos ouvidas. Os espaços de fala são poucos, e precisam ser conquistados, nas salas, nos debates, nos eventos, nas ruas, nas assembleias. Com educação e elegância, precisamos falar e relatar como vemos o mundo, o que nos oprime, e o que nos define. Nós precisamos falar para nos tornarmos sujeitas de nossas próprias revoluções", afirmou Giovana.

A professora Dra. Nícia Leite foi a primeira mulher na gestão do Centro de Tecnologia da UFPI, localizado no Campus de Teresina. Formada em arquitetura pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a professora conta que diferentemente dos estereótipos criados sobre a presença feminina nas áreas de exatas e tecnologia, sua gestão contou com apoio e respeito, não sendo identificado, em seus dois mandatos, qualquer ocorrência de preconceito em relação à sua posição como mulher.

"Eu não encontrei barreiras ou preconceitos por ser uma mulher na gestão de um centro que a presença majoritária é de homens. Pelo contrário, sempre tive apoio dos colegas, tanto do departamento quanto dos outros cursos. Isso eu acho louvável, pois nunca me olharam de uma forma diferenciada por eu ser mulher, situação diferente da que acabei encontrando em alguns ambientes externos à Universidade e que infelizmente ainda acontecem", explicou Nícia.

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Professora Nícia Leite, chefe de departamento do curso de Arquitetura e Urbanismo

Apesar de o olhar da sociedade para a mulher ainda evoluir a passos pequenos, as mulheres têm mostrado que seu potencial como profissional não difere dos potenciais de qualquer outro profissional do sexo oposto.

A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo do CT, Dra. Juliana Lopes Aragão, Arquiteta e Urbanista e também graduada no curso de História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirma que não teve dificuldades dentro da sua experiência como gestora acadêmica, pois sempre acreditou nas suas capacidades e formação profissional. "Nunca tive nenhum problema pela condição feminina, ao contrário, acho que as trocas sempre foram enriquecedoras, então não relacionaria para questão de gênero, eu diria que é uma questão de gente. Gestão é um aprendizado por ser um outro local profissional que o professor assume, razão pela qual acredito na qualidade das pessoas que estão envolvidas no processo de gestão. Logo, tive boas ajudas independente do gênero durante minha estadia na coordenação do curso, atribuindo que o respeito adquirido se deu pela competência, envolvimento e compromisso que todo profissional deve ter com a função que ele desempenha", concluiu a professora.

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Professora Juliana Lopes, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo