Em um ambiente Universitário, lugar onde diversos sonhos são realizados, o equilíbrio emocional é importante para lidar com os empecilhos que são encontrados ao longo da jornada. É nesse contexto que a professora Carla Eiras desempenha um papel significativo para que a comunidade do Centro de Tecnologia tenha autoconhecimento para gerenciar os sentimentos e trabalhar a produtividade.
Carla Eiras, professora do curso de Engenharia de Materiais da UFPI
Em uma percepção além do olhar de docente do curso de Engenharia de Materiais do CT, Carla, durante o exercício da profissão, identificou um certo desânimo dos alunos em relação ao curso escolhido por eles ou até mesmo problemas pessoais. Em 2017 começou a fazer cursos na área de desenvolvimento humano e sempre que tinha oportunidade, no final da aula, dividia com os discentes o que vinha aprendendo, ação que provocava certa melhora entre os estudantes.
Esse olhar diante das dificuldades enfrentadas pelos alunos motivou a professora a ajudá-los a ter uma qualidade de vida melhor, dentro e fora da Universidade. “Nessa mesma época a disciplina da felicidade havia sido implementada, pela primeira vez no Brasil, na Universidade de Brasília (UNB). Assim, entrei em contato com o professor responsável, tive acesso a ementa da disciplina e propus no Curso de Engenharia de Materiais dentro de uma disciplina optativa”, afirma Carla.
A disciplina da Felicidade, optativa, tem a proposta de focar na inteligência emocional e trabalhar a ligação dos alunos com os outros e com eles mesmos, uma visão relevante quando consideramos a evasão universitária nos cursos de engenharia no qual os alunos não têm oportunidades para falar de suas dificuldades e dores, provocando o isolamento e agravando o estado de apatia.
Nesse caso, conhecer as próprias emoções é conhecer e entender a si mesmo e o próprio temperamento com a possiblidade de melhorar a forma de se relacionar com o outro, seja no ambiente de trabalho ou em qualquer outro local. Portanto, saber superar desafios desenvolve a resiliência e capacita o estudante para o mercado de trabalho.
Devido a pandemia de Covid-19 a disciplina acabou não sendo mais ofertada, mas teve continuidade através de um curso de extensão on-line no qual 120 alunos, de diferentes regiões do país, participaram. “No ambiente da disciplina ou do curso de extensão os alunos compartilhavam suas dores e inseguranças e passavam a se sentir acolhidos, dando abertura para o processo de autoconhecimento”, completou Carla Eiras.
Atualmente, a professora está envolvida em reformular o conteúdo do curso por meio de estudos na área para que em breve novas turmas sejam ofertadas. “Quero reestruturar a ementa do curso e disciplina para poder auxiliar a comunidade acadêmica a compreender suas emoções e entender que não se deve acolher todo pensamento que surge como verdade absoluta a respeito de si
mesmo”, concluiu.