Núcleo de Pesquisa sobre Criança, Adolescentes e Jovens da UFPI produz documentário sobre a construção de masculinidades transgênero nas universidades

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O Núcleo de Pesquisa sobre Criança, Adolescentes e Jovens (NUPEC), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), idealizado e criado por estudantes e docentes interessados na abordagem acerca da construção de masculinidades transgênero, convida a todos para assistirem o documentário “Felicidade no olhar transbordou”. O filme é uma proposta conjunta, em parceria com o Coletivo Audiovisual LabCine.

O documentário discute sobre processos de (des)integração de estudantes transgênero, suas vivências e experiências no campo educacional. Trata, sobretudo, de inter-relações afetivas construídas a partir desse local “escola/universidade” que se revela, por um lado, como um espaço transformador e de abertura para novos mundos, e por outro, como espaço simbolicamente violento. Uma violência marcada por preconceito quanto à diversidade de orientação sexual.

Saiba mais sobre o documentário:

Nesses tempos de imposição de “ideologia de gênero”, debater esse assunto revela-se por demais importante, posto que os espaços de aprendizagens são por demais potencializadores de compreensões diversas acerca da diversidade de orientação sexual.

O objetivo é abordar, por meio do audiovisual, uma temática pouco difundida e explorada como o cotidiano escolar, como espaço de vivência de jovens transgênero. Sobre as dificuldades e preconceitos enfrentados nesse ambiente universitário/escolar, como também informar e tornar possível um diálogo entre o discurso de jovens trans e o da escola.

A narrativa documental se estrutura em três eixos principais, a saber: relações afetivas interpessoais; local de aprendizagem como espaço de sociabilidades e trocas; luta por direitos e ocupação de espaços por sujeitos transgênero a partir do relato de jovens estudantes trans, que constroem narrativa a partir de suas histórias de vida e relações com o ativismo transgênero e LGBTQI+.  A partir dessa estrutura roteirista, a estética fílmica acompanha o tom dos relatos na fotografia, som e montagem. Optou-se pela utilização de espaços neutros para dar ênfase ao discurso dos sujeitos e para contrastar com as cores que tomam a tela no terceiro ato do filme, quando o documentário é envolvido de cores, da revelação das novas (re)conquistas de direitos e expectativas para a construção de um futuro com a supressão da transfobia e da violência contra sujeitos trans.

Na fotografia, opta-se, em um primeiro momento, por planos fechados nos sujeitos entrevistados, a fim de criar um tom mais intimista, característico dos discursos em relatos de sujeitos transgênero. Posteriormente, ao revelar a escola/universidade como personagem em que os conflitos estão em constante diálogo, opta-se pela utilização de planos abertos, assim como no terceiro ato do filme, quando a ideia de coletividade é colocada em tela no discurso fílmico.

A captação do som dá ênfase nos relatos e na voz dos personagens, captadas por som direito. O documentário pretende explorar as possibilidades de um documentário direto, utilizando-se de entrevistas formais, como também da construção da narrativa por meio da interação entre grupo de filmagem e sujeitos abordados. Dessa forma, pretende-se retratar a história de vida dos personagens por meio de um material audiovisual construído com os próprios sujeitos.