Palestra "Pequena conversa sobre a ciência do carbono em nanoescala"

Ciência e tecnologia são responsáveis por colocar diariamente novas "coisas" à disposição do ser humano. E não só "coisas" novas, mas também "coisas" velhas que se tornam cada vez melhores. Melhores não só pela complexidade na montagem das suas peças básicas, mas também pelos materiais cada vez mais sofisticados que os compõem. Um desafio antigo em C&T é a busca do avanço na performance e miniaturização de dispositivos eletrônicos.

Um ponto central é o fato de o silício ter sido o material base que possibilitou a transformação de computadores enormes, do tamanho de um furgão, em dispositivos que cabem na palma da mão. Entretanto, é consenso que o uso do silício na sua presente forma será, em breve, incapaz de dar continuidade a essa linha de evolução. Tendo em vista se atingir a nanoescala, é necessário que encontremos novas possibilidades. O caminho entre o desenvolvimento de novas ideias em ciência, até sua transformação em tecnologia, na forma de produtos, é longo. Desta forma, há hoje um grande esforço mundial no estudo de novos materiais que possam vir a ser substitutos do silício no contínuo desenvolvimento tecnológico em eletrônica. O carbono apresenta-se como um potencial candidato, uma vez que este elemento é capaz de assumir diferentes formas estruturais de tamanho nanométrico, as quais apresentam uma enorme variedade de propriedades físicas de interesse em tecnologia. De um lado, cálculos teóricos expõem uma rica enciclopédia de propriedades físicas, as quais apresentam direta dependência com a estrutura atômica destes nanocarbonos. Por outro, uma pletora de técnicas experimentais é dedicada ao desafio de dominar a riqueza desta enciclopédia no mundo real, onde se apresentam desafios como a criação de estruturas em nanoescala, auto-organização, reprodutibilidade e produção em larga escala.

Ao decorrer desta palestra, será abordado uma ideia inicial das razões pela qual o carbono é tão especial, assim como apresentar um pouco do que se pode fazer hoje com computadores e com as atuais técnicas experimentais no tocante ao desenvolvimento do que se passou a chamar a "ciência do carbono", atualmente um dos principais ramos da nanociência.




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