Professores do NUEPES e Conferencista do VI CIAPS realizam visita técnica em Parnaíba
Entre os dias 06 a 08 de maio aconteceu a visita técnica a cidade de Parnaíba- Piauí. O evento fez parte da programação do VI CIAPS, que aconteceu entre os dias 04 e 06 de maio no Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí. Equipe que participou da visita técnica Estiveram presentes na comitiva de visitantes professores do NUEPES, dentre elas a professora Lis Marinho, Rosimeire Ferreira, Salete Cipriano, Zulmira Monte, Zenira Martins, bem como, os apoios do Mestrado Profissional em Saúde da Mulher, Lídia Araújo dos Martírios Moura Fé e Nayana Duarte. Além disso, participaram do grupo de visitantes conferencistas que ministraram palestras durante o evento. O objetivo da visita técnica foi se reunir com autoridades da UFDPAR e com colaboradores do hospital HEDA e Unidade básica de saúde da região. Segundo a professora Lis Marinho, organizadora da visita técnica, o momento foi importante para que os convidados tenha o conhecimento da realidade contextualizada. “Ao estar no local onde encontramos índices alarmantes de notificações de morte materna por causa evitável foi essencial para traçarmos metas e buscar parcerias futuras sobre a temática”, explica.
Egresso do Mestrado em Saúde da Mulher tem trabalho publicado em livro do CONASEMS
O médico Aldemes Barroso da Silva, aluno egresso do Mestrado Profissional em Saúde da Mulher da UFPI, teve o trabalho “Demandas e causas de judicialização da saúde no Piauí” publicado no livro “Judicialização da Saúde nos Municípios: Teses Jurídicas, Diagnósticos e Experiências de Gestão” do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde – CONASEMS. Capa do livro O livro é fruto do projeto Judicialização da Saúde nos Municípios: como responder e prevenir, sob a coordenação do Prof. Daniel Wei Liang Wang e tem como objetivo reunir produção científica sobre a judicialização da saúde a partir da perspectiva dos municípios brasileiros. Segundo Aldemes Barroso a judicialização da saúde é um fenômeno multifacetado, que expõe os limites e as possibilidades institucionais estatais e que instiga a produção de respostas efetivas pelos agentes públicos, gestores e pelo sistema de justiça em busca de alternativas legais para preservação do direito à saúde. Para a produção do trabalho, Aldemes contou com a participação de gestores dos municípios de: Teresina, Oeiras, Uruçuí, Pimenteiras, Piripiri, Elesbão Veloso, Bom Jesus, Floriano, Bocaina, Francisco Ayres, Joaquim Pires, São Gonçalo do Gurguéia, Campo Maior, Angical do Piauí, Ribeiro Gonçalves, Picos, Parnaíba, Coronel José Dias, além dos responsáveis pela Farmácia de Medicamentos Excepcionais e Complexo Regulador Estadual. “Esses municípios foram elencados por serem locais que concentram maiores demandas judiciais, sendo regiões estaduais situadas em macrorregionais de saúde com maior número de habitantes”, explica. A pesquisa feita pelo pesquisador evidenciou que 50% dos participantes, a maioria, atuavam em clínica médica e que a aquisição de recursos medicamentosos representou a causa prevalente de judicialização da saúde (65%). “As demandas da judicialização são feitas na maioria envolvendo a clínica médica e estão relacionadas a medicamentos indicados para determinado tratamento”, disse. Aldemes Barroso explica que nos resultados obtidos, ao apontar as informações ou ações necessárias para reduzir ou minimizar os transtornos associados à judicialização da saúde, os participantes descreveram estratégias voltadas para criação de câmara técnica com entes envolvidos e escuta técnica com a gestão, além da elaboração de documento técnico norteador para os entes federativos e a capacitação sobre o processo de judicialização, finaliza.
Pesquisadores da UFPI realizam curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória
Mesa de abertura do evento Com o intuito de capacitar profissionais de saúde a detectar, notificar e controlar casos de doenças e viabilizar a promoção de ações de políticas públicas de saúde que o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais, Emergentes e Negligenciados (CIATEN/UFPI), Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES) e prefeitura de Dom Inocêncio realizaram na manhã desta segunda-feira (04), na Câmara municipal da cidade, a abertura do Curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória. Participaram da mesa de abertura o Secretário de Saúde de Dom Inocêncio, Fernande Ribeiro, Coordenadora Municipal de Epidemiologia de Dom Inocêncio, Débora D’ark Ribeiro, Secretário de Saúde de Bonfim do Piauí, Altair Paes Landim, Secretária Municipal de Fartura, Simone Neves, Secretário Municipal de São Brás no Piauí, Humberto Cardoso, a Coordenadora do Curso, professora Dorcas Lamounier, a Coordenadora das Doenças Transmissíveis da SESAPI, Karinna Alves Amorim e a Coordenadora da Epidemiologia da SESAPI, Marcia Pereira de Araújo. Professora Dorcas Lamounier Costa, Coordenadora do Curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória Em sua fala na abertura do evento, a professora Dorcas Lamounier falou da importância do curso para a promoção da vigilância epidemiológica, do conhecimento, da organização do serviço de saúde e dos municípios no processo de notificação. “Nós temos a intenção de disseminar este curso, holisticamente, em todo o Piauí para que possamos implementar o importante passo da saúde que é conhecer os agravos de saúde dos nossos municípios”, explica. Marcia Pereira de Araújo, Coordenadora da Epidemiologia da SESAPI Após a mesa de abertura, iniciou a palestra “A relevância dos Sistemas de informação com ênfase no SINAN, onde a Coordenadora da Epidemiologia da SESAPI, Marcia Pereira de Araújo explicou aos profissionais da equipe de atenção básica, vigilância em saúde, os procedimentos necessários para realizar a vigilância epidemiológica e notificação. “A vigilância epidemiológica é um conjunto de atividades que permite reunir informações indispensáveis para conhecer, o comportamento ou história natural da doença, bem como identificar ou prever alterações de seus fatores condicionantes com a finalidade de conhecer as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e controle de determinantes de doenças”, disse. Segundo Márcia Araújo, às notificações há fluxo, periodicidade e instrumentos que ajudam no monitoramento de ameaças à saúde e permitem verificar possíveis surtos que podem ser controlados precocemente. “Por meio da notificação compulsória, comunicação de doenças, agravos ou eventos, que às autoridades sanitárias, podem monitorar casos, sejam eles suspeitos ou confirmados”, explica. Ao longo do curso, foram apresentados conhecimentos, recomendações para a notificação de alguns agravos como: doença de Chagas, Dengue, Sífilis, Leishmaniose, Hanseníase, Tuberculose, violência interpessoal e autoprovocada. Doença de Chagas Professor Vagner José Mendonça falou sobre doença de Chagas A doença de chagas é uma doença que atinge populações negligenciadas, que ocorre pela transmissão vetor popularmente conhecida por barbeiro. Segundo o professor Vagner José Mendonça, alguns determinantes condicionam a ocorrência e prevalência do vetor no ambiente humano, dentre eles: a degradação do meio ambiente e habitações em condições precárias. “As moradias são um fator de risco muito importante para aparecimento de insetos vetores, mas tem um ponto importante a ser considerado, pois famílias que recebem auxílio para melhoria habitacional, nem sempre derrubam a casa que estaria infestada de barbeiro. Elas constroem a casa de alvenaria, mas mantendo a casa de pau a pique. Deste modo, as condições ambientais e culturais são muito fortes como determinantes que favorecem o aparecimento de insetos vetores, aumentando o risco da transmissão da doença de chagas para a população, moradores que ali habitam”. De acordo com Vagner, a vigilância é uma forte ação e um serviço mais efetivo para situação de construção de saúde, notificação de qualidade para identificação dos vetores e notificação da doença e assim realizar a vigilância e reconhecimento de áreas endêmicas. Quanto à questão de sinais e sintomas da doença, Vagner explica que a astenia foi o principal sintoma que foi descrito nas notificações dos casos de doença de Chagas agudo, seguido de edemas e febre. Dengue Profissionais atentos às palestras Anualmente, casos de dengue, chikungunya, zika explodem nas regiões do país, devido a combinação de chuvas, altas temperaturas, estilo de vida da população, precarização do saneamento básico, planejamento urbano desordenado, ausências de políticas públicas e educacionais que são determinantes fundamentais para o desenvolvimento de criadouros do aedes aegypti. O médico e professor Kelsen Dantas Eulálio palestrou sobre Dengue e explicou que o vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito aedes aegypti. “A dengue é uma doença infecciosa que pode ser classificada por quatro sorotipos. Os indivíduos com dengue podem apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas, manchas avermelhadas na pele, sangramentos, dor abdominal intensa. O diagnóstico da dengue depende do sorotipo que acomete a pessoa, podendo ser benigno ou indicar sinais mais graves que necessitam de urgência médica, pois pode ser fatal”. Sífilis Karinna Alves Amorim apresentou a palestra sobre Vigilância Epidemiológica e Manejo Clínico da Sífilis É uma infecção sexualmente transmissível, de notificação compulsória. Ela foi colocada no curso, pois hoje no Brasil, antes mesmo da covid-19, a sífilis é enquadrada como epidemia, pois existem muitos casos, mas muitos não sabem que estão com a doença. Cabe-se fazer a busca ativa dos casos, instruir tratamento e fazer a notificação. Karinna Alves Amorim apresentou a palestra sobre Vigilância Epidemiológica e Manejo Clínico da Sífilis. Segundo Amorim, a epidemiologia e a notificação são importantes, pois os dados da notificação vão virar informação qualificada que norteará os gestores para tomadas de decisões e adotar prioridades a partir de dados que são disponibilizados. Karina explica que a sífilis pode ser diferenciada a partir dos sintomas ou estágio em que se encontra, podendo ser dividida em sífilis primária, secundária, latente, terciária e congênita. “A primária começa com uma lesão que pode ser na genitália, boca ou anus; A secundária se manifesta por meio de manchas na pele que não coçam e nem arde; A latente é quando a doença entra em estágio assintomático; a terciária, a mais grave é quando a bactéria começa afetar órgãos vitais como cérebro, coração e ossos provocando várias lesões no corpo e a congênita que é transmitida de mãe para filho. A sífilis tem cura e o diagnóstico e tratamento é simples”. Leishmaniose Na continuidade do curso, a professora Dorcas Lamounier, falou sobre a leishmaniose visceral humana. Segundo a pesquisadora, a doença é de notificação compulsória, onde todo caso suspeito deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde por meio de ficha de investigação padronizada pelo SINAN. Segundo Dorcas, a vigilância epidemiológica é um dos componentes do Programa de controle da Leishmaniose Visceral. “O objetivo é induzir as taxas de letalidade e grau de mortalidade através do diagnóstico e tratamento precoce dos casos, diminuir os risco de transmissão mediante controle da população de reservatórios e do agente transmissor”, explica. Hanseníase e Tuberculose Professora Ivone Venâncio discutiu sobre os temas Hanseníase e tuberculose Quanto os temas de Hanseníase e tuberculose, a professora Ivone Venâncio (UFPI), trouxe o contexto epidemiológico da hanseníase, os aspectos clínicos, o quantitativo da doença no mundo e no Brasil, discutiu sobre o apoio das necessidades de pesquisas em evidências e dos profissionais se atualizarem em relação a este contexto para melhor identificação dos casos tendo em vista que o Piauí tem número alto de casos multibacilares em relação aos casos de pessoas que tem doenças endêmicas e poder de transmissão de forma lenta, mas endêmica. “Este curso tem a importância de trazer a realidade da busca ativa com relação a identificação dos casos cada vez mais precoce e iniciar de tempo oportuno o processo de notificação tem em vista que a gente sabe que a notificação fica aberta, sem uma melhor qualidade do processo de investigação dos casos”. Ivone Venâncio explica ainda que a tuberculose também traz uma realidade como problema de saúde pública. “É uma doença de caráter crônico e que precisa o olhar dos profissionais em relação a busca ativa dos casos, devido a subnotificação evidente dentro dessa realidade local. O curso vai favorecer os profissionais da atenção primária a melhor qualificação da ficha e encerramento oportuno dos casos para implantar estratégias que viabilizem melhor a detecção em tempo oportuno dos casos de tuberculose e reduzindo a carga da doença local. O curso continuou até às 17 horas, com palestra sobre violência interpessoal e autoprovocada e atividades práticas com ficha de notificação.
Acesso Aberto é tema de Webinar organizado pelo NUEPES e UNA-SUS
Aconteceu na tarde desta segunda-feira (14), o webinar “A Bireme rumo à Ciência aberta”. O evento é uma organização do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES) e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) da UFPI em colaboração com outras instituições membros da Rede UNA-SUS Nacional. Secretária Executiva da UNA-SUS da UFPI, Profa. Lis Cardoso Marinho Medeiros Para a professora Lis Cardoso Marinho Medeiros, Secretária Executiva da UNA-SUS da UFPI, a conferência foi muito oportuna e atual para quem produz e consome conhecimento científico. “A ciência aberta oportuniza o acesso de todos ao conhecimento verdadeiro e de qualidade. É necessário que todo esse conteúdo chegue aos pesquisadores consultores e população em geral para que as tomadas de decisão sejam mais assertivas O objetivo do webinar foi fazer uma reflexão sobre comunicação científica como uma forma eficiente, mas não só para pares de um campo científico, mas também para toda a sociedade ampliar o universo e principalmente, o compartilhamento da produção científica permitindo que o que é produzido saia de um ambiente restrito de sua produção e circule na forma de uma comunicação mais efetiva. Coordenadora de Comunicação Científica e Institucional da BIREME/OPAS/OMS, Lilian Calò A Coordenadora de Comunicação Científica e Institucional da BIREME/OPAS/OMS e a ministrante do webinar, Lilian Calò, iniciou a palestra explicando o conceito de acesso aberto. Segundo a pesquisadora, o acesso aberto é a disponibilidade gratuita na internet pública que permite qualquer pessoa ler, baixar, copiar distribuir, imprimir, buscar, vincular, rastrear, transferir, usar artigos ou publicações para qualquer outra finalidade legal, sem barreiras financeiras, legais ou técnicas que não sejam inseparáveis do acesso à própria internet. “A gente pensa que acesso é poder clicar em um link de um artigo que está na internet e conseguir baixar e ler, mas podemos ser enganados com isso, pois embora o acesso seja gratuito, o copywriter continua sendo da revista. Então, temos que ter muito cuidado em dizer que essa revista é de acesso aberto. Para ser aberto, o rodapé da página da revista tem que ter uma licença reconhecida para podemos afirmar que ela é de acesso aberto”, destaca. Lilian Calò também traz à discussão a definição de publicação em Acesso Aberto, que é a literatura digital, online, grátis e livre da maioria de restrições de copyright e outras licenças. E explicou que as licenças para a propriedade intelectual de trabalho criativo tem por objetivo flexibilizar as proteções e a liberdade para autores publishers e educadores. “Por exemplo, as Licenças Creative Commons surgiram para limitar os direitos da minha obra. Eu escrevo um artigo em uma determinada revista. O editor desta revista vai determinar se vai ser acesso aberto para tudo, mas não para uso comercial. Então elas passam de all right reserved copiwriter (todos direitos reservados pela revista) a some rights reserved (o editor tem o direito de estabelecer quais os direitos para a revista). Então, ela vai da mais aberta (ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar, vincular, etc) com tanto que você cite a obra original até a mais fechada”, disse. Durante o evento, Lilian falou sobre avaliação por pares na pré-publicação, processo por meio do qual um artigo submetido para publicação é analisado por especialistas que de forma geral não fazem parte do corpo editorial de um periódico. Segundo Calò, a avaliação por pares pode ter pontos positivos e negativos. “Por um lado, melhorar a qualidade e dar credibilidade aos relatos de pesquisas publicados, e, por outro, pode impedir a publicação de resultados irrelevantes ou falsos”, explica. Ao final do webinar, Lilian Calò disse que algumas das motivações dos dados abertos são aumentar a transparência em todas as etapas da pesquisa, aumentar a produtividade e colaborar para o avanço da ciência e contribuir para a sustentabilidade. “Um desafio dos dados abertos é demonstrar aos vários atores as vantagens de operar com um sistema transparente de geração, avaliação, uso e compartilhamento do conhecimento. Se não são compartilhados, se perdem, são corrompidos e podem não mais ser acessíveis depois de certo tempo”, finaliza.