Acesso Aberto é tema de Webinar organizado pelo NUEPES e UNA-SUS

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Aconteceu na tarde desta segunda-feira (14), o webinar “A Bireme rumo à Ciência aberta”. O evento é uma organização do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES) e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) da UFPI em colaboração com outras instituições membros da Rede UNA-SUS Nacional.

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Secretária Executiva da UNA-SUS da UFPI, Profa. Lis Cardoso Marinho Medeiros

Para a professora Lis Cardoso Marinho Medeiros, Secretária Executiva da UNA-SUS da UFPI, a conferência foi muito oportuna e atual para quem produz e consome conhecimento científico. “A ciência aberta oportuniza o acesso de todos ao conhecimento verdadeiro e de qualidade. É necessário que todo esse conteúdo chegue aos pesquisadores consultores e população em geral para que as tomadas de decisão sejam mais assertivas

O objetivo do webinar foi fazer uma reflexão sobre comunicação científica como uma forma eficiente, mas não só para pares de um campo científico, mas também para toda a sociedade ampliar o universo e principalmente, o compartilhamento da produção científica permitindo que o que é produzido saia de um ambiente restrito de sua produção e circule na forma de uma comunicação mais efetiva.

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Coordenadora de Comunicação Científica e Institucional da BIREME/OPAS/OMS, Lilian Calò

A Coordenadora de Comunicação Científica e Institucional da BIREME/OPAS/OMS e a ministrante do webinar, Lilian Calò, iniciou a palestra explicando o conceito de acesso aberto. Segundo a pesquisadora, o acesso aberto é a disponibilidade gratuita na internet pública que permite qualquer pessoa ler, baixar, copiar distribuir, imprimir, buscar, vincular, rastrear, transferir, usar artigos ou publicações para qualquer outra finalidade legal, sem barreiras financeiras, legais ou técnicas que não sejam inseparáveis do acesso à própria internet.

“A gente pensa que acesso é poder clicar em um link de um artigo que está na internet e conseguir baixar e ler, mas podemos ser enganados com isso, pois embora o acesso seja gratuito, o copywriter continua sendo da revista. Então, temos que ter muito cuidado em dizer que essa revista é de acesso aberto. Para ser aberto, o rodapé da página da revista tem que ter uma licença reconhecida para podemos afirmar que ela é de acesso aberto”, destaca.

Lilian Calò também traz à discussão a definição de publicação em Acesso Aberto, que é a literatura digital, online, grátis e livre da maioria de restrições de copyright e outras licenças.  E explicou que as licenças para a propriedade intelectual de trabalho criativo tem por objetivo flexibilizar as proteções e a liberdade para autores publishers e educadores.  

“Por exemplo, as Licenças Creative Commons surgiram para limitar os direitos da minha  obra. Eu escrevo um artigo em uma determinada revista. O editor desta revista vai determinar se vai ser acesso aberto para tudo, mas não para uso comercial. Então elas passam de all right reserved copiwriter (todos direitos reservados pela revista) a some rights reserved (o editor tem o direito de estabelecer quais os direitos para a revista). Então, ela vai da mais aberta (ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar, vincular, etc) com tanto que você cite a obra original até a mais fechada”, disse.

Durante o evento, Lilian falou sobre avaliação por pares na pré-publicação, processo por meio do qual um artigo submetido para publicação é analisado por especialistas que de forma geral não fazem parte do corpo editorial de um periódico.  Segundo Calò, a avaliação por pares pode ter pontos positivos e negativos. “Por um lado, melhorar a qualidade e dar credibilidade aos relatos de pesquisas publicados, e, por outro, pode impedir a publicação de resultados irrelevantes ou falsos”, explica.

Ao final do webinar, Lilian Calò disse que algumas das motivações dos dados abertos são aumentar a transparência em todas as etapas da pesquisa, aumentar a produtividade e colaborar para o avanço da ciência e contribuir para a sustentabilidade. “Um desafio dos dados abertos é demonstrar aos vários atores as vantagens de operar com um sistema transparente de geração, avaliação, uso e compartilhamento do conhecimento. Se não são compartilhados, se perdem, são corrompidos e podem não mais ser acessíveis depois de certo tempo”, finaliza.