Aconteceu na tarde desta segunda-feira (01), por meio do canal de transmissão do YouTube do CIATEN, a abertura do curso “Indicadores Epidemiológicos da APS, com ênfase nos sistemas de informação”. O Curso é uma realização do CIATEN, em colaboração com a Universidade Aberta do SUS da Universidade Federal do Piauí (UNASUS/UFPI), Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Piauí (COSEMS-PI) e Secretaria de Estado da Saude do Piaui (SESAPI).
Para marcar a abertura do evento houve a apresentação do hino do Piauí e a composição da mesa de abertura do evento.
Pró-reitora de Extensão e Cultura - PREXC, Deborah Dettmam Matos
Após as apresentações do hino do Piauí, a pró-reitora de Extensão e Cultura - PREXC, Deborah Dettmam Matos, cumprimentou a todos e destacou a sua emoção em poder participar de ação de tamanha magnitude para APS.
“O curso está preocupado em identificar, detalhar, conhecer quais os indicadores, os critérios e como estes recursos destinados a atenção primária em saúde podem chegar aqui de maneira eficiente, pois de nada adianta o Governo Federal instituir programas e financiamentos, quando esses recursos não são capazes de chegar até essas populações mais vulneráveis. Gostaria de parabenizar a iniciativa, tive a oportunidade de conhecer sobre o projeto e percebi que são vários indicadores diferenciados que precisam ser estudados. É de suma importância os gestores estejam cientes dos novos critérios adotados pelo Ministério da Saúde”.
Carlos Henrique Nery, Coordenador Geral do Centro de Inteligência em Agravos Emergentes Tropicais e Negligenciados (CIATEN)
Ao dar as boas-vindas aos participantes e presentes, o professor Carlos Henrique Nery, Coordenador Geral do Centro de Inteligência em Agravos Emergentes Tropicais e Negligenciados (CIATEN), explicou que o Ciaten é uma entidade administrada por uma organização sem fins lucrativos (Instituto de Doenças do Sertão –IDS) e é um Núcleo de Pesquisas oficial de uma fundação pública (Universidade Federal do Piauí) em colaboração com a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI).
“O Ciaten foi criado para isso, para tratar de situações mais difíceis que representa o setor saúde. Este curso é a essência do Ciaten. Nós chegarmos à raiz dos níveis de Saúde, que é onde está o contato direto da medicina, da atenção à Saúde e do paciente, é o momento em que se congregam o Estado e a sociedade. Nessa intimidade deste contato, eu me sinto de missão cumprida, cada vez que se inicia um evento desta natureza essencialmente da atenção primária em saúde para reduzir as cargas das doenças e agravos negligenciados”, disse.
Presentes
Dentre os presentes que prestigiaram a abertura do evento estavam, a Presidente do Cosems, Auridene Maria da Silva Moreira Feitas, a representante da Sesapi e Gerência da Atenção Básica, Samara Lima e Carla Maria de Carvalho Leite, diretora do Centro de Ciências da Saúde (UFPI).
Auridene Maria da Silva Moreira Feitas, Presidente do Cosems-PI
A Presidente do Cosems-PI, Auridene Maria da Silva Moreira Feitas, destacou os desafios dos gestores de Saúde neste momento pandêmico. “O desafio neste momento tem sido muito grande, porque, além de nós estarmos no enfrentamento de uma pandemia, nós precisamos continuar mantendo todas as ações de Saúde que vêm acontecendo dentro dos municípios. Todos os dispositivos de Saúde realmente precisam ter uma continuidade nas suas ações”, enfatizou.
Carla Maria de Carvalho Leite, Diretora do Centro de Ciências da Saúde (UFPI), afirma que “o CIATEN é um dos mais importantes espaços que integra: ensino e serviço no estado do Piauí. O Centro de Ciências da Saúde está a disposição para colaborar com as atividades científicas e tecnológicas que o CIATEN vem desenvolvendo ao longo do tempo. Parabenizo a todos pelo compromisso e pelo curso que está se iniciando”.
O curso
Após abertura, a professora Dorcas Lamounier fez uma apresentação geral do curso e deu início ao primeiro módulo da formação. Ela ressaltou que a formação visa capacitar, mas também trocar experiências com muitos dos gestores que têm vivência bastante enriquecedoras.
“Nós analisamos que havia dois problemas entre o projeto Previne Brasil e o repasse financeiro aos municípios do Piauí. O primeiro era uma dificuldade que estava acontecendo nos sistemas de informação, apesar do município estar produzindo, cumprindo sua função com muito esmero, não havia um programa adequado de informação e com isso não havia como calcular os indicadores epidemiológicos para enviar e para receber o repasse. O segundo problema, que parece ser mais simples de resolver, mas que não é menos grave, é a própria dificuldade de calcular e de lidar com os formulários dos indicadores epidemiológicos. Então, percebemos que era um problema real, que estava impactando as ações de saúde nos municípios e que isso o CIATEN poderia dar uma ajuda”.
Professora Dorcas Lamounier
Segundo Dorcas Lamounier, o curso Indicadores Epidemiológicos da APS, com ênfase nos sistemas de informação visa capacitar gestores e qualquer membro interessado da estrutura da Estratégia de Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família na construção, na apresentação e preenchimento das fichas de qualificação do conjunto de indicadores que compõem o incentivo financeiro de Pagamento por Desempenho da Atenção Primária à Saúde (APS) para o ano de 2020 e 2021 no âmbito do Programa Previne Brasil.
De acordo com Lamounier, o Programa Previne Brasil propõe um novo modelo de financiamento federal, onde não haveriam repasses fixo pré-estabelecido, mas que este repasse estaria vinculado ao desempenho demonstrado por cada município. “O Programa Previne Brasil pretende estimular a informação, o arquivo dos municípios e a produção, garantindo transparência, repasse dos recursos financeiros do poder central para o municipal e do municipal para o cidadão que dele precisa. Com este curso, nós pretendemos demonstrar que os indicadores sintetizam a grande massa de trabalho que deve ser investida na atenção primária de saúde”, explica.
Epidemiologia e indicadores
Dorcas Lamounier, explica que a epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes da frequência dos fenômenos ou eventos relacionados à saúde em populações especificas e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde.
“A epidemiologia inclui a vigilância, observação, elaboração e teste de hipóteses, estudos observacionais e experimentais; a análise segundo características do tempo, espaço e classes de pessoas afetadas; e incluem doenças, causas de óbitos, comportamento como o uso do tabaco, adesão a condutas preventivas e ao uso de serviços de saúde”, disse.
Quanto aos indicadores, a pesquisadora explica que são instrumentos de medida utilizados para descrever e analisar uma situação existente, além de prever tendências futuras. “Esse indicador deve ser quantificável por meio de um índice que retrata o andamento do processo como um todo ou em parte”, explica.