Transformar uma dissertação ou tese em livro amplia o alcance da pesquisa e possibilita que seu conteúdo chegue a leitores para além do meio acadêmico. Essa adaptação exige ajustes de linguagem, formato e narrativa, de forma a produzir uma obra atrativa, original e acessível.
1. Compreender as Diferenças entre o Texto Acadêmico e o Livro
· Finalidade da dissertação/tese: demonstrar rigor metodológico e profundidade analítica para uma banca avaliadora.
· Finalidade do livro: envolver, informar e sensibilizar leitores diversos, muitos sem formação acadêmica.
2. Adaptação da Linguagem
· Evitar jargões e termos excessivamente técnicos.
· Explicar conceitos de forma evidente e objetiva.
· Reduzir o uso de notas de rodapé, mantendo-as apenas quando indispensáveis.
3. Reestruturação da Narrativa
· Introdução: captar a atenção do leitor e apresentar a relevância do tema.
· Desenvolvimento: organizar os argumentos de forma lógica e coerente, eliminando repetições e dados desnecessários.
· Garantir um fio condutor, com transição fluida entre capítulos.
4. Revisão de Literatura e Metodologia
· Reduzir a revisão de literatura às referências essenciais, integrando-as ao longo do texto.
· Resumir a metodologia, descrevendo de forma breve o percurso da pesquisa.
5. Seleção de Resultados e Dados
· Incluir apenas os resultados mais significativos.
· Evitar excesso de dados que não contribuem diretamente para a narrativa central.
6. Uso de Citações
· Privilegiar a voz autoral.
· Utilizar citações pontuais e apenas quando indispensáveis.
7. Conexão com a Sociedade
· Explicar a relevância do tema para o leitor comum.
· Mostrar impactos em políticas públicas, debates sociais e na vida cotidiana.
8. Escrita Envolvente
· Utilizar narrativa que desperte interesse e estimule a reflexão.
· Envolver o leitor no problema apresentado e nas soluções propostas.
9. Prefácio ou Apresentação
· Convidar especialista para redigir texto breve e acessível.
· Destacar a importância do tema e apresentar o percurso da pesquisa até a publicação.
Observação:
Algumas editoras comerciais costumam convidar autores para publicar suas dissertações ou teses como livros, sem nenhuma alteração no conteúdo. Isso deve ser evitado. Quando o texto acadêmico é apenas reproduzido, perde-se o objetivo principal de um livro: ser lido, compreendido e provocar interesse em públicos diversos.
Requisitos para uma Coletânea Bem Avaliada pela CAPES
1. Qualidade Editorial e Relevância Científica
· Revisão por Pares: cada capítulo deve passar por avaliação de especialistas da área para assegurar a qualidade científica.
· Conselho Editorial Qualificado: a coletânea deve estar vinculada a um conselho composto por especialistas.
· Editora Reconhecida: publicação por editora universitária, associação científica ou editora bem avaliada no meio acadêmico.
· Idioma: obras em inglês, espanhol ou outros idiomas internacionais ampliam alcance e relevância, sobretudo em áreas com grande internacionalização.
2. Estrutura e Organização da Coletânea
· Unidade Temática: presença de tema central bem definido que oriente e unifique os capítulos.
· Introdução e Conclusão: textos bem elaborados que contextualizem o tema, apresentem objetivos e unifiquem a obra.
· Capítulos de Alta Qualidade: consistência teórica, inovação e relevância científica, sempre relacionados ao tema central.
· Avaliação Global: considerar qualidade individual dos capítulos e contribuição coletiva para a área.
3. Vínculo com Linhas de Pesquisa
· Relacionar-se a linhas de pesquisa de programas de pós-graduação ou grupos de pesquisa reconhecidos, assegurando pertinência acadêmica.
4. Critérios de Impacto
· Financiamento: valorização de obras financiadas por agências de fomento (CAPES, CNPq) ou instituições acadêmicas.
· Circulação e uso Acadêmico: potencial para ampla citação e utilização na área de conhecimento.
· Contribuição para a área: trazer análises inéditas ou inovadoras que ampliem o debate científico.
5. Atualização e Originalidade
· Referências Recentes: diálogo com a produção científica mais atual na área.
· Produção Original: evitar mera compilação de textos já publicados, oferecendo conteúdo inédito e relevante.