O que um livro precisa ter?

O que um livro precisa ter para ser bem avaliado pelo sistema que mede a qualidade dos programas de pós-graduação?

 

Dica: preste atenção em todos os quesitos que são avaliados e deixe bem claro no livro que a obra atende a todos os quesitos.

 A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) adota critérios específicos para classificar livros acadêmicos, visando avaliar a produção científica dos programas de pós-graduação no Brasil. A classificação dos livros é realizada com base em indicadores formais e indiretos de qualidade, distribuídos em diferentes quesitos.

Quesito I: Indicadores Formais da Qualidade do Livro

Este quesito avalia aspectos objetivos relacionados à obra, como:

·          Aderência à área de avaliação e perfil institucional estratégico do PPG: Verifica se o conteúdo do livro está alinhado com a área de avaliação e com os objetivos estratégicos do programa de pós-graduação.

·          Idioma: Considera se a obra é publicada em idioma nacional, estrangeiro ou multilíngue.

·          Tipo de Editora: Avalia se a editora é universitária, comercial, associação científica, entre outras.

·          Financiamento: Analisa a origem dos recursos para a publicação, como agências de fomento, instituições acadêmicas ou financiamento próprio.

·          Conselho Editorial: Verifica a existência e a qualificação do conselho editorial responsável pela obra.

·          Informações sobre os Autores: Considera a relevância e a contribuição dos autores para a área de conhecimento.

·          Parecer e Revisão por Pares: Avalia se a obra passou por um processo de revisão por especialistas da área.

·          Índice Remissivo: Verifica a presença de um índice que facilite a consulta aos conteúdos do livro.

·          Vínculo com a Linha de Pesquisa: Analisa se o livro está relacionado às linhas de pesquisa do programa de pós-graduação.

 

Quesito II: Indicadores Indiretos de Qualidade

Este quesito envolve a análise de características que indicam a qualidade da obra, tais como:

·          Natureza do Texto: Valorização de produções científicas originais e relevantes.

·          Leitor Preferencial: Nível de complexidade e público-alvo da obra.

·          Origem da Obra: Indicador da rede articulada de produção de conhecimento, como colaborações entre instituições.

 

Quesito III: Indicadores de Avaliação Direta de Qualidade

Para áreas que realizam a leitura completa da obra, são considerados:

·          Inovação: Originalidade na formulação do problema de investigação e contribuição inovadora para o campo do conhecimento.

·          Relevância: Consistência teórica, coerência conceitual e contribuição para o desenvolvimento científico da área.

·          Impacto: Potencial da obra para influenciar o desenvolvimento científico e cultural, além de sua circulação e uso no meio acadêmico.

 

Escala de Avaliação

A classificação dos livros é realizada em uma escala de cinco níveis, com base na pontuação obtida (de 0 a 100 pontos):

·          L1: Elevada Qualidade (acima de 85 pontos)

·          L2: (de 71 a 84 pontos)

·          L3: (de 61 a 70 pontos)

·          L4: (de 51 a 60 pontos)

·          L5: Menor Qualidade (até 50 pontos)

·          LNC: Não Classificado (itens que não atendem aos requisitos que definem um livro, como cartilhas e materiais didáticos)

 

Requisitos para uma Coletânea Bem Avaliada pela CAPES

1.       Qualidade Editorial e Relevância Científica

o    Revisão por Pares: Cada capítulo da coletânea deve passar por um processo de revisão por especialistas da área para garantir a qualidade científica do conteúdo.

o    Conselho Editorial Qualificado: É essencial que a coletânea seja vinculada a um conselho editorial composto por especialistas da área.

o    Editora Reconhecida: A obra deve ser publicada por uma editora universitária, associação científica ou outra editora bem avaliada no meio acadêmico.

o    Idioma: Publicações em idiomas internacionais (inglês, espanhol, etc.) tendem a ter maior alcance e relevância, especialmente em áreas de grande internacionalização.

2.       Estrutura e Organização da Coletânea

o    Unidade Temática: A coletânea deve ter um tema central bem definido, que oriente os capítulos e garanta a coerência entre as contribuições.

o    Introdução e Conclusão: Deve conter introdução e conclusão bem elaboradas, que contextualizem o tema, apresentem os objetivos da coletânea e unifiquem os capítulos.

o    Capítulos de Alta Qualidade: Os capítulos devem apresentar consistência teórica, inovação e relevância científica. Cada capítulo precisa estar bem relacionado ao tema central.

o    Índice Remissivo: A presença de um índice que facilite a navegação é um ponto positivo.

3.       Vínculo com Linhas de Pesquisa

o    A coletânea deve estar vinculada às linhas de pesquisa de programas de pós-graduação ou grupos de pesquisa reconhecidos, garantindo a pertinência acadêmica.

4.       Critérios de Impacto

o    Financiamento: Publicações financiadas por agências de fomento (CAPES, CNPq, etc.) ou instituições acadêmicas são valorizadas.

o    Circulação e Uso Acadêmico: A coletânea deve ter potencial de impacto na área de conhecimento, sendo amplamente citada e utilizada por outros pesquisadores.

o    Contribuição para a Área: Deve trazer contribuições inéditas ou inovadoras, ampliando o debate científico no tema abordado.

5.       Atualização e Originalidade

o    Referências Recentes: Os capítulos devem dialogar com a produção científica mais recente na área.

o    Produção Original: O conteúdo não pode ser mera compilação de textos já publicados; deve oferecer análises inéditas e relevantes.

6.       Classificação na CAPES

Dica: Para obter uma boa classificação, as coletâneas devem ser avaliadas como um todo, considerando a qualidade individual dos capítulos e a contribuição coletiva para a área de conhecimento.