Evento registra intensa participação do público
A Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL) e do Departamento de História (DH), realizaram na tarde desta quarta-feir, 20 de agosto, no Cine Teatro, a solenidade de abertura do evento "Centenário Clóvis Moura: vida e obra do intelectual piauiense". O evento homenageia a trajetória intelectual e pessoal do jornalista, poeta, historiador, sociólogo e militante contra o racismo que completaria 100 anos em julho deste ano.
Mesa de honra do evento
A abertura do evento contou com as presenças do vice-reitor da UFPI, Edmilson Miranda; do coordenador do evento e presidente da Fundação Maurício Grabois, Professor Dalton Macambira; do diretor do Centro de Ciências Humanas e Letras, Prof. Vítor Sandes; além do Prof. Manuel Domingos Neto, presidente da Academia Piauiense de Cultura; e do professor Antônio Fonseca Neto, representando a presidência da Academia Piauiense de Letras.
Nascido em Amarante (PI), em 10 de julho de 1925, chegando a residir em Natal (RN), Salvador (BA) e Juazeiro (BA) antes de se estabelecer como jornalista e intelectual em São Paulo, Clóvis Moura foi inovador ainda em seu primeiro livro publicado em 1959, Rebeliões da senzala, em que buscava a compreensão da experiência negra no Brasil através do conceito de materialismo histórico. Desde então, o pensador natural do Piauí concentrou seu foco no estudo das revoltas e quilombos de diferentes regiões do país, seus aspectos sociais, políticos, assim como do papel ativo da população negra na formação civil do país.
Coordenador do evento, Dalton Macambira
Em sua fala, na abertura do evento, o coordenador Dalton Macambira apresentou um resumo da trajetória de vida e das colaborações do intelectual Clóvis Moura ao debate sobre racismo e resistência negra, influenciando pesquisadores brasileiros e latino-americanos. “Que o centenário de Clóvis Moura seja uma oportunidade para a gente reafirmar nosso não ao racismo e a todas as formas de discriminação, sejam de raça, de gênero e de qualquer espécie”, declarou Macambira.
Diretor do CCHL, Vitor Sandes
O diretor do CCHL, Vitor Sandes, destacou em seu discurso o legado de Clóvis Moura na denúncia ao racismo e à escravidão, ressaltando a importância de sua obra para a compreensão da história social do Brasil. Complementou que a vida e a obra de Clóvis Moura dialoga com a missao do CCHL: “promover a formação de agentes sociais ativos, reflexivos e críticos considerando a pluralidade, a inclusão e a diversidade”.
Vice-reitor, Edmilson Miranda
As falas da mesa de honra foram finalizadas pelas reflexões trazidas pelo vice-reitor, Edmilson Miranda. Em sua mensagem ele enfatizou a necessidade de divulgar o legado do intelectual Clovis Moura, sua contribuição para a sociologia brasileira e seu impacto na luta por igualdade e justiça. “O centenário de Clovis Moura é uma oportunidade de não apenas homenageá-lo, mas também de reafirmar o compromisso com a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática, justa e igualitária”, disse o vice-reitor.
Mesa-redonda” Clóvis Moura e suas múltiplas facetas intelectuais”
Ao fim das falas de abertura, houve a mesa-redonda” Clóvis Moura e suas múltiplas facetas intelectuais”, com a coordenação da Profa. Barbara Johas. Ela afirmou que são significativas as contribuições de Clóvis Moura para a compreensão da sociedade brasileira e suas dinâmicas sociais e culturais, sendo o autor “pioneiro por trazer para dentro do marxismo brasileiro um olhar que privilegia a condição e as questões da racialização”. A mesa-redonda contou com os debatedores Caio Felipe Rodrigues Miranda (estudante/História/UFPI) e os palestrantes acadêmico José Elmar de Melo Carvalho (APL) e o Prof.Nílson Cordeiro Ferreira (Confraria Camoens/PI).
O evento encerra logo mais à noite, às 18h, com a Palestra Magna “Vida e obra de Clóvis Moura”, sob coordenação da Profa. Bartira Viana (CCHL).
Também prestigiaram a solenidade a Pró-Reitoria de Extensão, Waleska Albuquerque; o Professor João Paulo Charonne, chefe do Departamento de História; o Prof. Fábio Leonardo Castelo Branco, coordenador do curso de História; o Professor Pedro Vilarinho, coordenador do programa de pós-graduação na História do Brasil; a Profa. Maria da Glória Ferro, coordenadora institucional do Parfor-UFPI; e Antônia Aguiar, coordenadora do Memorial Esperança Garcia.
O evento é organizado pelo Departamento de História da UFPI em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em História do Brasil (PPGHB) e CCHL. Como parceiros da realização do evento, participam a Fundação Maurício Grabois Seção Piauí, a Academia Piauiense de Letras (APL), a Academia Piauiense de Cultura (APC), a Confraria Camoens, a Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC) e o Parfor Equidade.
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