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Pesquisadores da UFPI realizam curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória

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Última atualização em Quinta, 14 de Julho de 2022, 09h19

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Mesa de abertura do evento

Com o intuito de capacitar profissionais de saúde a detectar, notificar e controlar casos de doenças e viabilizar a promoção de ações de políticas públicas de saúde que o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais, Emergentes e Negligenciados (CIATEN/UFPI),  Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES) e prefeitura de Dom Inocêncio realizaram na manhã desta segunda-feira (04), na Câmara municipal da cidade, a abertura do Curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória.

Participaram da mesa de abertura o Secretário de Saúde de Dom Inocêncio, Fernande Ribeiro, Coordenadora Municipal de Epidemiologia de Dom Inocêncio, Débora D’ark Ribeiro, Secretário de Saúde de Bonfim do Piauí, Altair Paes Landim, Secretária Municipal de Fartura, Simone Neves, Secretário Municipal de São Brás no Piauí, Humberto Cardoso, a Coordenadora do Curso, professora Dorcas Lamounier,  a Coordenadora das Doenças Transmissíveis da SESAPI, Karinna Alves Amorim e a Coordenadora da Epidemiologia da  SESAPI, Marcia Pereira de Araújo.

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Professora Dorcas Lamounier Costa, Coordenadora do Curso Vigilância Epidemiológica e Notificação Compulsória

Em sua fala na abertura do evento, a professora Dorcas Lamounier falou da importância do curso para a promoção da vigilância epidemiológica, do conhecimento, da organização do serviço de saúde e dos municípios no processo de notificação. “Nós temos a intenção de disseminar este curso, holisticamente, em todo o Piauí para que possamos implementar o importante passo da saúde que é conhecer os agravos de saúde dos nossos municípios”, explica.

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 Marcia Pereira de Araújo, Coordenadora da Epidemiologia da  SESAPI

Após a mesa de abertura, iniciou a palestra “A relevância dos Sistemas de informação com ênfase no SINAN, onde a Coordenadora da Epidemiologia da  SESAPI, Marcia Pereira de Araújo explicou aos profissionais da equipe de atenção básica, vigilância em saúde, os procedimentos necessários para realizar a vigilância epidemiológica e  notificação.

“A vigilância epidemiológica é um conjunto de atividades que permite reunir informações indispensáveis para conhecer, o comportamento ou história natural da doença, bem como identificar ou prever alterações de seus fatores condicionantes com a finalidade de conhecer as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e  controle de determinantes de doenças”, disse.

Segundo Márcia Araújo, às notificações há fluxo, periodicidade e instrumentos que ajudam no monitoramento de ameaças à saúde e permitem verificar possíveis surtos que podem ser controlados precocemente. 

“Por meio da notificação compulsória, comunicação de doenças, agravos ou eventos, que às autoridades sanitárias, podem monitorar casos, sejam eles suspeitos ou confirmados”, explica.

Ao longo do curso, foram apresentados conhecimentos, recomendações para a notificação de alguns agravos como: doença de Chagas, Dengue, Sífilis, Leishmaniose, Hanseníase, Tuberculose, violência interpessoal e autoprovocada.

Doença de Chagas

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Professor Vagner José Mendonça falou sobre doença de Chagas

A doença de chagas é uma doença que atinge populações negligenciadas, que ocorre pela transmissão vetor popularmente conhecida por barbeiro.

Segundo o professor Vagner José Mendonça, alguns determinantes condicionam a ocorrência e prevalência do vetor no ambiente humano, dentre eles: a degradação do meio ambiente e habitações em condições precárias. 

“As moradias são um fator de risco muito importante para aparecimento de insetos vetores, mas tem um ponto importante a ser considerado, pois famílias que recebem auxílio para melhoria habitacional, nem sempre  derrubam a casa que estaria infestada de barbeiro. Elas constroem a casa de alvenaria, mas mantendo a casa de pau a pique. Deste modo, as condições ambientais e culturais são muito fortes como determinantes que favorecem o aparecimento de insetos vetores, aumentando o risco da transmissão da doença de chagas para a população, moradores que ali habitam”. 

De acordo com Vagner, a vigilância é uma forte ação e um serviço mais efetivo para situação de construção de saúde, notificação de qualidade para identificação dos vetores e notificação da doença e assim realizar a vigilância e reconhecimento de áreas endêmicas.  

Quanto à questão de sinais e sintomas da doença, Vagner explica que a astenia foi o principal sintoma que foi descrito nas notificações dos casos de doença de Chagas agudo, seguido de edemas e febre.

Dengue

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Profissionais atentos às palestras

Anualmente, casos de dengue, chikungunya, zika explodem nas regiões do país, devido a combinação de chuvas, altas temperaturas, estilo de vida da população, precarização do saneamento básico, planejamento urbano desordenado, ausências de políticas públicas e educacionais que são determinantes fundamentais para o desenvolvimento de criadouros do aedes aegypti.

 O médico e professor Kelsen Dantas Eulálio palestrou sobre Dengue e explicou que o vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito aedes aegypti. “A dengue é uma doença infecciosa que pode ser classificada por quatro sorotipos. Os indivíduos com dengue podem apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas, manchas avermelhadas na pele, sangramentos, dor abdominal intensa. O diagnóstico da dengue depende do sorotipo que acomete a pessoa, podendo ser benigno ou indicar sinais mais graves que necessitam de urgência médica, pois pode ser fatal”.

Sífilis

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Karinna Alves Amorim apresentou a palestra sobre Vigilância Epidemiológica e Manejo Clínico da Sífilis

É uma infecção sexualmente transmissível, de notificação compulsória. Ela foi colocada no curso, pois hoje no Brasil, antes mesmo da covid-19, a sífilis é enquadrada como epidemia, pois existem muitos casos, mas muitos não sabem que estão com a doença. Cabe-se fazer a busca ativa dos casos, instruir tratamento e fazer a notificação.

Karinna Alves Amorim apresentou a palestra sobre Vigilância Epidemiológica e Manejo Clínico da Sífilis. Segundo Amorim, a epidemiologia e a notificação são importantes, pois os dados da notificação vão virar informação qualificada que norteará os gestores para tomadas de decisões e adotar prioridades a partir de dados que são disponibilizados.

Karina explica que a sífilis pode ser diferenciada a partir dos sintomas ou estágio em que se encontra, podendo ser dividida em sífilis primária, secundária, latente,  terciária e congênita. “A primária começa com uma lesão que pode ser na genitália, boca ou anus; A secundária se manifesta por meio de manchas na pele que não coçam e nem arde; A latente é quando a doença entra em estágio assintomático; a terciária, a mais grave é quando a bactéria começa afetar órgãos vitais como cérebro, coração e ossos provocando várias lesões no corpo e a congênita que é transmitida de mãe para filho. A sífilis tem cura e o diagnóstico e tratamento é simples”.

Leishmaniose

Na continuidade do curso, a professora Dorcas Lamounier, falou sobre a leishmaniose visceral humana. Segundo a pesquisadora, a doença é de notificação compulsória, onde todo caso suspeito deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde por meio de ficha de investigação padronizada pelo SINAN.

Segundo Dorcas, a vigilância epidemiológica é um dos componentes  do Programa de controle da Leishmaniose Visceral. “O objetivo é induzir as taxas de letalidade e grau de mortalidade através do diagnóstico e tratamento precoce dos casos, diminuir os risco de transmissão mediante controle da população de reservatórios e do agente transmissor”, explica.

Hanseníase e Tuberculose

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Professora Ivone Venâncio discutiu sobre os temas Hanseníase e tuberculose

Quanto os temas de Hanseníase e tuberculose, a professora Ivone Venâncio (UFPI),  trouxe o contexto epidemiológico da hanseníase, os aspectos clínicos, o quantitativo da doença no mundo e no Brasil, discutiu sobre o apoio das necessidades de pesquisas em evidências e dos profissionais se atualizarem em relação a este contexto para melhor  identificação dos casos tendo em vista que o Piauí tem número alto de casos multibacilares em relação aos casos de pessoas que tem doenças endêmicas e  poder de transmissão de forma lenta, mas endêmica.

“Este curso tem a importância de trazer a realidade da busca ativa com relação a identificação dos casos cada vez mais precoce e iniciar de tempo oportuno o processo de notificação tem em vista que a gente sabe que a notificação fica aberta, sem uma melhor qualidade do processo de investigação dos casos”.

Ivone Venâncio explica ainda que a tuberculose também traz uma realidade como problema de saúde pública. “É uma doença de caráter crônico e que precisa o olhar dos profissionais em relação a busca ativa dos casos, devido a subnotificação evidente dentro dessa realidade local. O curso vai favorecer os profissionais da atenção primária a melhor qualificação da ficha e encerramento oportuno dos casos para implantar estratégias que viabilizem melhor a detecção em tempo oportuno dos casos de tuberculose e reduzindo a carga da doença local.

O curso continuou até às 17 horas, com palestra sobre violência interpessoal e autoprovocada e atividades práticas com ficha de notificação.

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