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Encontro Diálogos e Saberes fomenta discussão sobre povos indígenas e quilombolas

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Last Updated: Monday, July 03 2023 13:43

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Após atividades na ADUFPI, evento segue no Auditório do CCE 


Na tarde desta quinta-feira (29/6), ocorreu no auditório do Centro de Ciências da Educação  (CCE), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o segundo dia do evento “Diálogo de Saberes: Partilhas afropindorâmicas para a justiça racial global, do Piauí às Américas”, com atividades distribuídas no turno da manhã e pela tarde. Com a proposta de promover um intercâmbio entre representantes indígenas, quilombolas e pesquisadores, a cerimônia teve início nesta quarta-feira (28/06).

29062023 DSC 0321Tribo Warao promove apresentação de danças e músicas típicas da comunidade


A programação do evento, à tarde, no CCE, contou com duas rodas de conversas e uma apresentação das crianças da tribo Warao, após isso, seguiu  com o Lançamento do livro “Nasci nas matas, nunca tive senhor: história e memória dos mocambos do baixo Amazonas.

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Prof. Gustavo Said enfatiza a importância dos diálogos promovidos durante o evento 

Segundo o Prof. Gustavo Said, um dos organizadores do evento, a ocasião resulta de uma parceria entre várias instituições e pesquisadores. A ideia é promover um amplo debate entre o saber acadêmico de matriz epistemológica e ancestrais dos povos originários, sobretudo, os indígenas quilombolas. “O anseio principal do evento é chamar a atenção da academia para a importância desses saberes ancestrais dos povos originais, e eu diria que, fazendo isso, podemos dar um passo em termos de justiça racial global. Implementar políticas para com essas injustiças raciais, muitas delas derivadas do processo colonizatório, não é uma coisa fácil, então, eu acho que o evento cumpre esse papel no sentido de alertar todos para a importância dessa temática”, enfatizou.

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Também organizadora do evento, Profa. Carmem Lúcia  ressalta a pluralidade do evento 

De acordo com uma das organizadoras do evento e professora do Departamento de Ciências Sociais da UFPI, Carmen Lúcia Silva Lima, a programação permitiu evidenciar a importância do Diálogos de Saberes. “Há uma pluralidade de discussões que nos faz visualizar os saberes de modo tradicional e também científico, uma vez que a mesa da manhã contou com a presença de três pesquisadoras de áreas distintas, Antropologia, Letras e História. Já no turno da tarde, o debate contou com a participação das instituições, mostrando o que pode ser feito em relação à defesa dos povos indígenas e quilombolas. Então, o evento proporciona essa mescla de diálogo entre tradicionalidade e conhecimento acadêmico”, frisou.

Ocorrendo pela primeira vez, o evento contou com a participação das tribos Tabajara Tapuio, de Lagoa de São Francisco, representado pelo Cacique Henrique; a Acroá Gamela, de Uruçuí; a Gueguê do sangue, de Uruçuí; e os indígenas Warao, de Teresina, e refugiados da Venezuela. 

A primeira roda de conversa, intitulada de “Violações dos direitos humanos dos indígenas e quilombolas: o que as instituições podem fazer?”, foi conduzida por Rubens da Silva, representando a INCRA/PI; Francisco Júnior, representando a FUNAI/Regional Nordeste II; e Cyntia Raquel da Costa, representando a SEDUC - PI. A discussão trouxe dados a respeito da situação dos povos indígenas em Teresina, além de fomentar questões sobre a importância dos debates a respeito das vivências e direitos destas comunidades. 

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Francisco Júnior, palestrante da primeira roda de conversa do evento 


“Cabe às instituições, e aqui destaco todas as que têm o dever institucional de promover e proteger os direitos dos povos indígenas, proporcionar políticas públicas que assegurem o usufruto exclusivo de seus territórios, a garantia de vida e dos direitos humanos destas populações”, ressaltou Francisco Júnior durante a conversa.

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Segunda roda de conversa promove discussão sobre os territórios indígenas e quilombolas 

O debate seguiu com a roda de conversa "Direito à terra: violências, descasos e denúncias, com os participantes: Mãe Maria Lucia, do Quilombo Boa Esperança (Teresina/PI); da Dan Akroá Gamella - Akroá Gamella (Uruçuí/PI); e  Lucas Vieira, do Coletivo de Advogados Antônia Flor (CAF)." A palavra que definiu todo o discurso dos palestrantes foi “território”, ao falarem de suas vivências e destacarem um pouco da cultura de suas comunidades ou áreas de atuação. Ainda na oportunidade, ressaltou-se como a atual realidade destes povos liga-se ao histórico escravista dos países latino-americanos e os demais. 

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Profa. Laura Lomas ressalta a importância do debate dos direitos sociais na academia 


Destacando a importância do evento para a comunidade acadêmica, a professora estadunidense, Laura Lomas, uma das palestrantes, reforçou a necessidade de discussões em torno das pautas sociais. “O encontro é uma forma de reconhecer o racismo social enraizado em nossa cultura e buscar formas de levar a discussão à universidade, para que assim o ambiente se torne um espaço de conhecimento. É importante que estejamos sempre desenvolvendo, por meio da ciência, vivências e experiências proveitosas e favoráveis às causas sociais’’, ressaltou.

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Integrante de comunidade quilombola e egresso da UFPI discursa sobre a programação do evento 


Giliard Feitosa, integrante do Quilombo Custaneira, é egresso do Curso de Letras da UFPI do Campus de Picos. Ele participou da primeira roda de conversas do evento e acompanhou as atividades no Campus de Teresina, o qual visitou pela primeira vez.

“O próprio tema do evento já denuncia a sua importância em si, diálogo. E aos saberes, eu acredito que os ganhos de se participar de eventos como esse são enormes. Estou saindo daqui com alguns deveres de casa, com algumas provocações, mas vejo que compensou o esforço de estar por aqui”, pontuou a respeito da relevância da cerimônia.

Além dos professores Gustavo Said, Laura Anne Lomas e Carmen Lúcia Silva Lima, a comissão organizadora conta com Mairton Celestino da Silva e Núbia da Silva Batista Brandão, da ADUFPI; Andreia Marreiro Barbosa, do Instituto Esperança Garcia; Adauto Neto Fonseca Duque, da UESPI e Lucas Matheus Evangelista Santos, do Centro de Defesa Ferreira de Sousa. 

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