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Pesquisadores da UFPI estudam o mercado de drogas em Teresina

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

Com o objetivo de identificar a principal "droga de abuso" consumida em Teresina, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí está realizando o primeiro levantamento de dados sobre drogas de abuso em Teresina. "A ideia principal de nossa pesquisa é, acima de tudo, saber qual é a principal droga de abuso consumida na cidade e a partir daí, sistematicamente, procurar acompanhar esse mercado", explica o coordenador do estudo Prof. Maurício Amaral, farmacêutico farmacologista/toxicologista.

Professor Maurício Amaral coordena pesquisa sobre o mercado de drogas de abuso em Teresina

Por meio do estudo será possível também saber o valor real do comércio de drogas ilícitas e, a partir dos dados coletados, fazer um comparativo com o investimento aplicado, anualmente, no seu enfrentamento. "Isso é primordial para que a gente possa avaliar racionalmente se nossa política de combate ao tráfico de drogas está funcionando ou, se não, qual(is) seria(m) o(s) motivo(s) de não estar", pontua o pesquisador.

A pesquisa busca identificar a principal droga de abuso consumida em Teresina

A pesquisa teve início em 2012 e se estenderá até 2014. O levantamento é feito a partir de dados fornecidos pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Piauí, parceiro do projeto. Dados iniciais apontam que, em 2012, a droga com maior número de apreensão foi a cocaína em forma de crack (fumada) ou em forma de sal ("cheirada" ou injetada). "Estamos no meio do trabalho, mas o que podemos visualizar até aqui é que a demanda parece estar aumentando para cocaína. Entretanto, é muito precipitado afirmar isso. Precisamos de no mínimo um acompanhamento de 5 a 10 anos para realmente confirmarmos essas impressões iniciais", esclarece Maurício Amaral.

Por meio do estudo também será possível registrar a presença de novas substâncias ilícitas no mercado de drogas de abuso. Recentemente, a Polícia Civil apreendeu comprimidos da dietilamida do ácido lisérgico (LSD), droga alucinógena mais consumida no mundo, e do SKUNK, uma espécie de Cannabis sativa (maconha) feita em laboratório por meio de uma combinação adequada de solo, iluminação, temperatura e umidade.

Ao final da pesquisa, os dados apurados serão entregues ao Estado juntamente com sugestões alternativas de combate às drogas.

Parcerias

A pesquisa é coordenada e executada pelo Departamento de Farmácia da UFPI e conta com apoio da Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas do Estado do Piauí (CEDROGAS) e do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.

Três alunos do Curso de Farmácia da UFPI participam da pesquisa e recebem bolsa do CEDROGAS, que também está adquirindo equipamentos para o laboratório do Curso de Farmácia. A parceria busca descobrir novos fármacos a serem utilizados no tratamento de dependentes químicos.

Drogas de abuso

O uso de drogas de abuso é considerado um problema de saúde pública no Brasil e ocasiona intercorrências indesejáveis como crises familiares, atos violentos, internações hospitalares, além do aumento de gastos com saúde e segurança pública.

Drogas de abuso são substâncias que modificam, aumentam, inibem ou reforçam as funções fisiológicas, psicológicas ou imunológicas do organismo de maneira transitória ou permanente. Entre as drogas de abuso lícitas estão o álcool e a nicotina. As ilícitas são dividas em estimulantes (cocaína e anfetaminas), depressoras (morfina e heroína) e alucinógenas (LSD, ecstasy, PCP).

Drogas de abuso

Segundo o III Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, realizado pelo Centro Brasileiro de Informação Sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), a presença da cocaína se mostrou três vezes maior nas áreas urbanas, com principal incidência no Sudeste 46% dos usuários, ou 1,4 milhão de pessoas; seguida pela região Nordeste (27%), Norte e o Centro-Oeste (10% cada) e o Sul (7%). Ao todo, mais de 6 milhões de brasileiros já experimentaram cocaína ou derivados ao longo da vida.

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