Pesquisas da UFPI utilizam bioimpressora na produção de minichips para tratamento e diagnóstico de doenças

MINI 0016.jpg

O Laboratório de Materiais Bioinspirados e Nanotecnologia Aplicada (BioMat), do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Piauí, utiliza uma bioimpressora 3D, recentemente adquirida a partir da aprovação projetos financiados pela CNPq, para o tratamento e diagnóstico de doenças. Conforme o coordenador do BioMat, Prof. Dr. Anderson de Oliveira Lobo, a tecnologia de última geração da área de Bioengenharia vem sendo estudada nas principais universidades do mundo. O professor desenvolveu a tecnologia juntamente com cientistas da Harvard Medical School e Massachusetts Institute of Technology durante seu estágio pós-doutoral.

MINI 005 (1).jpg

Prof. Dr. Anderson Lobo, coordenador do BioMat

“Com essa tecnologia, podemos criar órgãos em chips, para cultivo de células vivas em combinação de biomateriais em microcanais, capazes de fazer circular e realizar perfusão das células (como liberação de oxigênio e/ou nutrientes, simulando circulação sanguínea, por exemplo), com o objetivo de reproduzir as funções fisiológicas de tecidos e órgãos do corpo humano” comenta o Prof. Anderson.

MINI 0013.jpg

A capacidade de reproduzir sistemas biológicos e os aparelhos em grande escala, juntamente com a capacidade de realizar múltiplas experiências em um único chip - pequeno o suficiente para caber na palma da mão – traz, entre suas vantagens, a redução de gastos nas pesquisas. O Professor explica que o uso da tecnologia permite conhecer previamente os efeitos de um medicamento ou produto em um órgão do corpo e saber inclusive se a substância terá impacto sobre outros órgãos que não são alvo de estudo. “Será possível analisar as respostas específicas de determinado órgão a células do corpo humano em reação à qualquer exposição a ser testada em laboratório e introduzidas no sistema”, completa o pesquisador destacando que o sucesso da tecnologia pode eliminar, a longo prazo, o uso de animais em testes.

MINI 0010 (1).jpg

“No laboratório BioMat, atualmente, sintetizamos hidrogéis injetáveis, por exemplo, para produzir scaffolds com liberação controlada de oxigênio, utilizando-se da Bioimpressora, com intuito de aplicações em várias áreas da medicina. No momento, produzimos cobertura de feridas para induzir a rápida cicatrização, como também a regeneração de cartilagem, que é o único tecido que não se regenera por si só”.

No sistema de órgãos-em-chip (do inglês “organ on a chip”), é possível combinar três tecidos, como a do coração, fígado e pulmão, criados por bioimpressão, usando biotintas personalizadas, resultando em construções de hidrogel 3D que são colocados em microrreatores. Atualmente, os trabalhos de pesquisa contam com alunos do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais e uma pós-doutoranda atuando diretamente nesse tema.

Assista à matéria em vídeo: 

 

WhatsApp Image 2019-07-11 at 16.18.12.jpeg