Professora da UFPI é destaque internacional em pesquisa sobre o Zika vírus
Antes mesmo do Zika vírus chegar ao Brasil, a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Lilian Catenacci, já estava preocupada em realizar pesquisas a longo prazo para vigilância de arboviroses em áreas importantes da mata atlântica. Desde 2006, a professora iniciou pesquisas sobre saúde de animais silvestres de vida livre, além de coletas de mosquitos nas mesmas áreas onde os animais silvestres viviam.
Em 2013 a Profa. Lilian Catenacci ingressou no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Virologia do Instituto Evandro Chagas. Resultados preliminares desta pesquisa culminaram com ações de vigilância também nas comunidades locais pelas secretarias de saúde dos municípios de Una e Ilhéus e pela Seção de arboviroses e febres hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas. “Foi uma ação muito articulada e contou com parcerias de diversas instituições (nacionais e internacionais). Visitamos 13 comunidades em 15 dias, além de coleta sistematizada de mosquitos em áreas que não tinham sido previamente amostradas”, conta a professora.
Professora Lilian Catenacci coletando mosquitos no sub-bosque
Atualmente a professora realiza doutorado sanduíche nos Estados Unidos, tanto na Universidade de Saint Louis-Missouri como no Instituto de Medicina da Conservação do Zoológico de Saint Louis, Missouri, e deve retornar ao Brasil no final de março para realizar testes moleculares (PCR) nas amostras de mosquitos e nas amostras suspeitas de conter arbovirus, que neste caso, pode conter o Zika vírus. A grande valia desta pesquisa é que as amostras foram coletadas antes do Zika vírus virar uma epidemia no Brasil e, portanto, ajudará a rastrear se o vírus já estava circulante desde 2006 de forma branda ou assintomática nos mosquitos e nos animais silvestres.
Em 2017, a professora voltará para a UFPI/Campus Profa. Cinobelina Elvas, em Bom Jesus, onde ministrará as disciplinas de Clínica e Manejo de Animais Silvestres. “A abordagem ONE HEALTH (ou seja, ações integradas de saúde humana, animal e ambiental) já fazem parte da minha rotina também na UFPI: tive alunos realizando monografias relacionadas a esta área e em breve estes resultados também estarão publicados”, destaca.
Para conferir a reportagem divulgada nos EUA sobre a professora e os parceiros desta pesquisa, acesse aqui.
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