Práticas corporais e valorização das expressões étnico-culturais na escola são tema da ACE I do curso de Educação Física de Floriano

Abordando as práticas corporais e a valorização das expressões étnico-culturais na escola: por uma Pedagogia antirracista, o curso de Educação Física, do Polo de Floriano, realizou nesse sábado (16), o evento de culminância da disciplina de Atividades Curriculares de Extensão I (ACE I) – Ética e Educação para as Relações Étnico-Raciais.

Evento contou com a participação dos alunos da Escola Municipal Antônio Waquim

O evento, que ocorreu na Escola Municipal Antônio Waquim, contou com uma programação variada, com apresentações das danças Maracatu e Maculelê (origem: Brasil - afro-indígena-brasileira), brincadeiras como Terra-Mar e Matacuzana (origem: Moçambique/Africa), e Corrida com Tora (origem: Brasil-Indígena), além dos jogos de Capoeira (origem: Angola/Africa) e Mancala (origem: Egito/Africa); e finalizada com ensinamentos de Ubuntu, filosofia africana que significa “humanidade para com os outros”, cuja essência prega que uma sociedade deve ser sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade. Uma pessoa que segue a filosofia Ubuntu tem consciência de que é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos.

Foram apresentadas brincadeiras como a Corrida com Tora

A docente da disciplina de ACE I, Profa. Simone Cavalcante, explica que o projeto de extensão teve como objetivo promover oficinas pedagógicas com foco no reconhecimento e na valorização da cultura afro-brasileira e das identidades étnico-culturais no contexto da educação básica e sua interface com as práticas corporais nos espaços escolares. "A nossa turma conseguiu atingir esse objetivo, na medida em que as crianças participaram efetivamente de todas as atividades propostas. Foi um momento em que a relação teoria e prática se concretizou, dentro do processo ensino e aprendizagem. Além de rever conceitos e metodologias no âmbito da educação para as relações étnico-raciais”.

Evento contou também com participação de grupo de capoeira

Amanda Guedes, cursista de Educação Física, avalia a importância da atividade desenvolvida. “O retorno da disciplina teve como intuito desenvolver habilidades, atenção, concentração, competências, despertar as práticas racistas existentes na nossa cultura, nos quais os estudantes foram contemplados com os ensinamentos ministrados pelos acadêmicos em Educação Física. Foram desenvolvidas diversas atividades como: jogos, danças e brincadeiras de origem de diversos países: afro-indígena-brasieleira. Aprendi bastante com a disciplina e com as atividades realizadas no decorrer do dia. Para mim, foi muito gratificante e importante o contato com as crianças”.

Cursistas realizam atividade durante evento

Segundo a Coordenadora do Polo de Floriano, Profa. Delcimar Azevedo, “a culminância da ACE I proporcionou aos cursistas uma riqueza de informações no que se refere aos jogos e brincadeiras. Foi um momento de compartilhamento e troca de conhecimentos entre os cursistas, com teoria e práticas, e quem mais ganhou com isso foram as crianças da Escola Municipal Antônio Waquim, que tiveram um dia de lazer com as brincadeiras e jogos propostos”, pontua.

Alunos brincam com perna de pau durante evento

Os impactos do racismo estrutural foram mencionados pelo Coordenador do curso de Educação Física, Prof. João Claudino. “Vivenciamos e verificamos no nosso país e no mundo como o racismo estrutural impacta negativamente o dia a dia do povo preto. Sendo assim, um momento como esse, em que o tema da ACE qualifica e fundamenta os nossos cursistas para se posicionarem positivamente na sociedade. Primeiro, trabalhando na sala de aula, e depois levando para impactar diretamente a comunidade dentro e fora da escola. É, portanto, de fundamental importância para o seu processo de formação integral”.

Evento abordou temas fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem

A Coordenadora Institucional do Parfor/UFPI, Profa. Glória Ferro, reitera a importância do tema discutido. “O que a Educação Física tem a ver com as relações étnico-raciais, com a diversidade, com a etnia? Estamos trazendo essa discussão para a academia, porque ela é extremamente necessária. No atual contexto, precisamos repensar a compreensão que temos sobre corpo e movimento, que são dois conceitos centrais da Educação Física. Não é mais aceitável pensarmos o corpo apenas nos seus aspectos fisiológicos. Atualmente, o que se espera é que a Educação Física considere também esse corpo como uma dimensão sociocultural e também subjetiva. Defendemos uma Educação Física que abra espaço para discussões importantes sobre aspectos éticos e sociais, contribuindo, assim, para a adoção de uma postura livre de preconceito e discriminação diante das manifestações e expressões dos diferentes grupos étnicos. Ou seja: uma Educação Física que colabore para o pleno exercício da cidadania”.

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