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Pesquisadores da UFPI publicam livro sobre a toxicidade de componentes artificiais dos alimentos

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Última atualização em Terça, 14 de Abril de 2020, 15h58

Em colaboração com docentes e alunos da UFPI, os professores Dr. Paulo Michel Pinheiro Ferreira (Departamento de Biofísica e Fisiologia, Teresina) e Dra. Joilane Alves Pereira Freire (Curso de Nutrição, Picos) coordenaram a publicação do livro intitulado “Aspectos Translacionais da Toxicodinâmica de Aditivos Alimentares”. A ideia partiu do estudo experimental da toxicidade de aromatizantes artificiais e da ausência de fontes didáticas sobre o assunto.

Os aditivos alimentares são substâncias misturadas aos alimentos sem o objetivo de nutrir, mas de modificar as características do alimento, aumentar a validade e alterar suas características com a finalidade de colorir (corantes), adoçar (edulcorantes), preservar (conservantes) e/ou conferir sabor e odor (aromatizantes/realçadores de sabor).

Um exemplo de aditivo alimentar é o composto diacetil (2,3-butanodiona, Figura 1), usado em aromatizantes sabor manteiga. Estudos mostram que esse composto causa bronquiolite obliterante, uma doença inflamatória comum em trabalhadores de fábrica de pipoca de microondas que compromete a função pulmonar.

figura 1.png 

Estrutura do principal componente de aromatizantes artificiais sabor manteiga (2,3-butanodiona).

Outro exemplo bem conhecido de aditivo alimentar são os realçadores de sabor tipo umami, como o L-glutamato de sódio (Figura 2). Eles geralmente vêm misturados a corantes, acidulantes e aromatizantes artificias presentes em pacotes. A exposição crônica ao aditivo L-glutamato de sódio pode levar a alterações renais por aumento de Ca2+ intracelular e acúmulo de radicais livres resultante do estresse oxidativo.

figura2.jpg

Mecanismo geral da toxicidade renal do L-glutamato de sódio.

A toxicidade de aditivos artificiais pode ser aguda ou crônica, a nível sistêmico (por exemplo, dermatites e alterações no comportamento) ou local (como diarreia). Embora alguns desses efeitos possam surgir em minutos ou horas, muitos outros malefícios podem ser observados somente a longo prazo, o que dificulta o entendimento dos mecanismos farmacotoxicológicos.

Mais recentemente nasceu uma preocupação, inclusive na população em geral, sobre a falta de padronização de limites e da fiscalização e controle de aditivos nos alimentos, já que em muitos países foram registradas violações ao se acrescentar tais substâncias acima do limite permitido. Esse livro então relata, do ponto de vista científico, as descobertas sobre os impactos celulares e orgânicos dos aditivos diante da substituição de alimentos in natura por produtos processados e levanta questionamentos a serem discutidos e desafios a serem enfrentados perante o empobrecimento da dieta associado ao crescimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, dislipidemias, cânceres e hipertensão.

Para baixar o livro gratuitamente, clique aqui.

 

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