Especial mulheres na Engenharia: Projeto que empoderam
Ao longo da história, as Engenharias têm sido predominantemente ocupadas por homens. Contudo, à medida que o tempo avança, torna-se evidente que as mulheres estão conquistando uma crescente visibilidade e protagonismo nessas áreas, desafiando estereótipos e superando barreiras históricas.
A implementação de projetos que abordem a relevância da presença feminina foi necessária para influenciar e impulsionar o aumento do número de mulheres nas Engenharias, como ocorre nos trabalhos realizados dentro dos cursos do Centro de Tecnologia (CT). Essas iniciativas, além de promoverem o empoderamento desse público, funcionam como estímulos às estudantes, ressaltando sua relevância no ramo trabalhista e contribuindo para a transformação de percepções sociais e culturais associadas a essas profissões.
Evento do projeto “Protagonistas - Mulheres na Engenharia de Produção”
O projeto “Protagonistas - Mulheres na Engenharia de Produção” (@protagonistas.ufpi) é um dos programas dentro do CT que busca evidenciar os desafios enfrentados por mulheres no mercado de trabalho da engenharia. Sua missão também ressalta os sucessos alcançados por essas profissionais e as valiosas contribuições que podem oferecer para inspirar e orientar aquelas que estão iniciando sua jornada nesse campo desafiador.
Nayara Cardoso, professora doutora do curso de Engenharia de Produção e orientadora do projeto “Protagonistas”, explica o processo de criação da ação: “Um grupo de alunas preocupadas com as oportunidades profissionais e pensando em desistir do curso me procuraram após ouvirem sobre as dificuldades enfrentadas por mulheres na profissão. Nesse momento, surgiu a ideia de fazer o evento, para que elas pesquisassem a situação das engenheiras de produção formadas na UFPI no mercado de trabalho. Após o resultado mostrar que apenas três profissionais, das que responderam, estavam fora desse cenário profissional, o grupo se acalmou e então foi sugerido fazer o Protagonistas”, afirma.
Além disso, existe o projeto “Mulheres na Engenharia: o Despertar começa na escola” orientado pela Renata Shirley de Andrade, professora doutora de Engenharia Civil do CT, que visa estimular a participação feminina nas áreas de ciências e tecnologia. Renata Shirley ressalta a importância de iniciativas que promovam essa inclusão. “Infelizmente ainda existe uma cultura que insiste em subestimar a capacidade da mulher nessas áreas, como se estivéssemos destinadas a qualquer outra área, menos a tecnológica. Enquanto os meninos são constantemente estimulados a atuar na área da programação e do desenvolvimento tecnológico. A maioria das mulheres com quem conversei compartilha relatos semelhantes ao manifestar o desejo de estudar engenharia, algumas até mesmo desagradáveis, o que pode desestimulá-las. Então, como a escola e a universidade são locais em que podemos nos reeducar e difundir conhecimento para a comunidade, eu acredito que seja importante a aplicação desses projetos”, esclarece.
Participantes do “Projeto Athena” na conclusão do segundo módulo
Outro projeto de extensão importante que acontece no Centro de Tecnologia é o “Projeto Athena”, do curso de Engenharia Elétrica. Izadora Lima, aluna e participante do programa, compartilha sobre como o projeto mudou sua experiência de formação. “O projeto nos dá a oportunidade de ter contato direto com a comunidade externa, conhecer diferentes realidades e levar um pouco do nosso conhecimento adquirido no curso para outras mulheres, mostrando que todas são capazes de atuar em áreas antes majoritariamente masculinas, como a Engenharia Elétrica. Participar do Athena, expande os meus horizontes para além da UFPI. Ele me mostra um pouco do meu papel social e me relembra a cada dia que a profissão de engenheira me traz também a oportunidade de alcançar e beneficiar as pessoas de diferentes formas”, relata.
Ao priorizar a visibilidade e o protagonismo feminino, esses projetos não só motivam as alunas a perseverarem em suas trajetórias acadêmicas e profissionais, como também desempenham um papel crucial na construção de uma comunidade mais diversificada e inovadora no âmbito das Engenharias. Assim, essas iniciativas não apenas têm um impacto positivo direto na formação acadêmica das alunas, mas influenciam de maneira significativa na transformação de paradigmas e na promoção da equidade de gênero nessas áreas.