Curso de Ciências da Natureza realiza aulas de campo

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

No período de 21 a 23 de setembro, o Curso de Ciências da Natureza da UFPI realizou três aulas de campo por meio da disciplina “Ensino de Ciências em Ambientes não Escolares”, ministrada pelo Prof. Rômulo Fontenele. A metodologia de pesquisa é o “estudo do meio”, na qual o professor e os alunos visitam lugares para ter experiências com a natureza, as pessoas das comunidades, seus aspectos ambientais, ecológicos, econômicos, sociais, históricos, artísticos, paisagísticos e culturais, com fins de conhecer a realidade do patrimônio natural e cultural desses espaços educativos não formais, onde a vida e a história cultural de um povo acontecem. 

 

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Iniciou no dia 21.09.2018, com saída às 8:00 horas do Espaço Rosa dos Ventos.

                          Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

 

Aula de Campo 1: Visita à Mina de Ametista de Batalha-PI, em 21.09.2018

       No primeiro dia, ocorreu a Visita à “Mina de Ametista” do Riacho da Zuada, que fica localizada a cerca de 140 km ao norte de Teresina, na cidade de Batalha-PI. A mina movimentou a produção dessa pedra preciosa no Piauí desde o início do século XX até a década de 1990. Hoje é um registro das riquezas minerais de nosso Estado, localizada em uma área de cerrado ainda conservada.

 

 

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Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

Na mineralogia, a ametista é uma variedade gemológica do quartzo, de coloração roxa ou púrpura que se deve à presença de ferro bivalente (Fe2+), comumente usada como pedra preciosa e ornamental. Na mina em Batalha é muito comum ainda encontrar ametistas no solo próximo à mina.

 

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                           Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

Na volta da Mina de Ametista, fizemos uma parada para abastecer os cantis na casa do Seu Inacinho e da Dona Maria, moradores da velha guarda da cidade de Batalha.

 

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                          Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

 

               Aula de Campo 2: Visita ao Delta do Parnaíba, em 22.09.2018.

O Delta do Parnaíba é uma das mais belas paisagens do mundo, localizado entre os estados do Maranhão e Piauí, sendo a cidade de Parnaíba-PI seu portal de acesso. O Delta do Piauí, em mar aberto, é um fenômeno natural que ocorre também no Rio Nilo, na África, e em Me Kong, no Vietnã. É uma mão aberta, cujos dedos representam a Barra de Tutoia, a Barra do Caju, a Barra do Igaraçu, a Barra das Canárias e a Barra da Melancieira, com ramificações de igarapés que formam um santuário ecológico importantíssimo para a sobrevivência das espécies nos manguezais, assim como das comunidades humanas ribeirinhas, por ser fonte de alimentos e pelo turismo sustentável na região.

       Além do patrimônio natural do delta, como o mangue vermelho, os caranguejos, as tartarugas e cavalos marinhos, o peixe boi e o camurupim, os macacos pregos e guarás, as comunidades apresentam um rico patrimônio cultural com história de povos antigos e atuais, sambaquis e sítios arqueológicos, artesanato, pesca, culinária, danças e folclore.

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               Fonte: http://deltarioparnaiba.com.br/delta-parnaiba-historia/

Nos igarapés do Delta, navegamos de barco com o Seu Sebastião, que nos levou para ver pequenas e grandes ilhas a partir do Porto de Tatus, localizado na Ilha Grande de Santa Izabel. De lá, fomos navegar o Parnaíba e conhecemos a foz do Rio Parnaíba com o Oceano Atlântico, que forma a Baía das Canárias e a Ilha dos Poldros. Tivemos contato com o manguezal, com sua rica diversidade de aves, macacos, peixes, além dos pescadores e catadores de caranguejo. Nas fotos, o embarque no Porto de Tatus, visita aos igarapés e a Ilha dos Poldros, na foz do Parnaíba, encontro com o Atlântico.

 

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     Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

      

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      Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

No dia 22 de setembro, visitamos a sede do Projeto Tartarugas Marinhas, no SESC Praia em Luís Correia-PI, onde tivemos uma aula sobre a conservação das espécies que desovam no litoral do Piauí.

  

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   Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

Finalizamos o segundo dia na Praia de Macapá-PI, onde foi possível contato com o ambiente marinho e a observação de espécies de vertebrados e invertebrados, além de algas, bem como o efeito de mudanças climáticas que ocasionam o avanço do mar sobre a comunidade de Macapá, cuja vila mais antiga foi engolida pelo mar, que continua avançando sobre as barracas e casas. O forte desta região é o turismo esportivo sustentável baseado na prática do Kitesurf.

 

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Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

Aula de Campo 3: Visita ao Parque Nacional de Sete Cidades, em 23.09.2018.

No dia 23 de setembro, domingo, retornamos do litoral do Piauí para visitar o Parque Nacional de Sete Cidades, situado nos municípios de Piracuruca e Brasileira, no Piauí. Ele possui uma área de 6.221,48 ha, com um perímetro de 36 Km. A maior parte da flora encontrada no parque é típica de cerrado, com espécies como murici, cascudo, lixeira, bacuri, pequi e pau-terra. Nas manchas de caatinga encontram-se juazeiros, juremas, aroeiras e cactos, como o xique-xique e a coroa-de-frade. Há manchas de matas ao longo do curso dos rios e das nascentes, onde são comuns o pau-d`arco e a embaúba (ICMBIO, 2018).

       O PARNA de Sete Cidades preserva um dos mais importantes sítios arqueológicos do Brasil, com monumentos geológicos e nascentes que brotam do semiárido do Piauí. As formações rochosas são monumentos naturais com até 190 milhões de anos e formam sete conjuntos nomeados de “Sete Cidades”.

 

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                      Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

    

Grupos indígenas como os Tupi, Caraíbas e Tapuias povoaram a bacia do Rio Parnaíba no Piauí, como os dos índios Tremembés, Aroás, Cupinharões, Tabajaras e Amoipirás, e deixaram pinturas rupestres como testemunho de sua vida na região. A partir de 1710, ocorreram lutas entre colonizadores portugueses e indígenas piauienses nas quais muitos morreram, mas há descendentes vivos destes povos indígenas, o que contrasta com o mito da extinção dos índios no Piauí.

 

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   Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)

Os sítios arqueológicos com pinturas rupestres dão testemunho destes povos do passado e de outros, em seus mistérios de cidades encantadas e extraterrestres. A maior parte das pinturas se encontram na Segunda Cidade, com vários registros de palmas de mãos, o que é um forte indicativo de pinturas indígenas, incluindo-se a mais famosa delas, no Sítio da Mão dos Seis Dedos. Nesta cidade se encontra ainda o Arco do triunfo, a Biblioteca e o mirante. Na sexta cidade encontramos a Pedra da Tartaruga, uma das famosas atrações do parque.

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     Fonte: Dados da Viagem de Campo (2018)