Feira de Base Agroecologia da UFPI recebe selo de Tecnologia Social (TS)

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Última atualização em Sexta, 06 de Setembro de 2019, 17h13

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Há dois anos e meio a Feira de Base Agroecológica da Universidade Federal do Piauí (UFPI) tem incentivando a prática do bem-viver e da boa relação das pessoas com o mundo, a natureza e os animais, além de uma produção alimentícia saudável. De lá para cá, muitas ideias, ações, desafios e conquistas fizeram parte dessa trajetória. Agora, reconhecida com o selo de Tecnologia Social (TS) pela Fundação Banco do Brasil (FBB), este trabalho coletivo, de respeito às sociabilidades e construção de um sistema que integra todos os contextos e pessoas, reforça-se como um modelo que deve ser seguido pelo Brasil inteiro.

O selo é uma importante conquista e mostra o empenho de todos os elos essenciais para a continuidade da Feira, que durante mais de dois anos tem mostrado ser possível aderir a um modo de vida saudável e consciente, além atuar como ferramenta do empoderamento econômico das mulheres e servir como espaço de discussões de assuntos sociais pertinentes.

Para a coordenadora da Feira, Profa. Valéria Silva, esse reconhecimento reafirma os caminhos percorridos e os ideais defendidos, como a partilha de conhecimentos, as experiências da convivência urbana-rural e a soma de instituições em prol de um trabalho. “Temos investido muito e receber esse reconhecimento externo, que nos referenda como modelo válido, é um passo importante. Além de tudo, reforça a relação acadêmica horizontalizada e próxima da ação técnica. E, claro, sem separar o ato pedagógico que toca todos esses pontos e fazem da agroecologia essa convivência com o meio ambiente, o planeta, as pessoas e demais seres como um lugar de bem-viver”, destaca a professora.

Aluno do curso de Comunicação Social - Jornalismo, Joseph Oliveira começou a ser bolsista da Feira cinco meses após o projeto estar oficializado. Depois de vários convites da coordenadora, hoje ele vê que a Feira trouxe mudanças positivas e significativas para sua vida. “Fui atiçado a ficar mais atento às questões sociais, assim como na minha maneira de me posicionar no mundo e até no meu lado espiritual, já que passei a atenuar ideias não tão positivas sobre a vida. A Profa. Valéria acredita muito na força da comunicação, porque ela também vê como um alicerce de todo o projeto. Ganhar o selo representa uma união de esforços, ideias trocadas e ações coletivas”, reconhece.

A Feira da UFPI pensa a agroecologia como algo complexo, que se relaciona com várias dimensões da vida; e enxerga esse processo para além do não uso de veneno. A Profa. Valéria frisa que essa conquista simboliza, também, o reforço dessa forma de pensar que é válida para comunidades e experiências diversas. “O propósito é que partir das suas realidades locais elas possam reproduzir, fazendo as devidas alterações, esse modelo de feira que pensa a vida de forma ampla. O que nós gostaríamos mesmo é que a agroecologia chegasse para todas e todos. Com o selo, e é um pequeno passo que damos nesse sentido”, declara a coordenadora.

Comprometido com o ideal proposto pelo projeto, Joseph ressalta que sua relação com a Feira é profissional, humana e acadêmica. Ele ainda pontua que o contato o fez pensar em novos caminhos. “Passei a pensar em uma nova maneira de me posicionar, de visualizar um caminho mais abundante e a ter mais perspectiva de vida. Ela me proporciona o bem-viver, já que pensa no coletivo, na segurança e soberania alimentar e nutricional, então essa também é minha relação com ela”, finaliza.