II CEP promove palestras sobre doença de Chagas no PI e sobre recém-chegada espécie de praga ao Brasil
O II Congresso de Entomologia do Piauí, realizou no meio do Centro de Ciência Agrárias (CCA) e Colégio Técnico de Teresina, na tarde desta segunda-feira (19), a palestra que foi parte do ciclo de palestras da mesa redonda intitulada Vetores e agravos tropicais negligenciados.
Profa. Dra. Veruska Cavalcanti Barros
A moderadora da mesa, Profa. Dra. Veruska Cavalcanti Barros - UFPI, explica a importância e objetivo dessa abordagem. "Visamos aqui gerar novos olhares para o inseto, porque não necessariamente a eliminação total desses insetos da natureza vai resolver o problema, muito pelo contrário. Se eles existem aqui, sua função não apenas transmitir a doença, eles têm também um papel ecológico, pois chegaram primeiro que nós", explica Veruska.
Profa. Dra. Jacenir Reis dos Santos
A palestrante Professora Jacenir Reis dos Santos, cuja palestra aborda o tema Aspectos epidemiológicos e entomológicos da doença de chagas no Estado do Piauí em associação com a educação em saúde, esclarece que a abordagem de sua palestra é parte de um projeto sobre a doença de chagas desenvolvido na FIOCRUZ PI. Esse projeto envolve um inquérito sorológico de uma região do sudeste do Piauí, que é São João do Piauí, e um inquérito entomológico, que é recorrente desse com várias atividades, para ver quais espécies ligadas à doença de chagas circulam na área. Também foi realizada a avaliação do hábito alimentar desses insetos e do índice de infecção por Trypanosoma cruzi.
"Em minha fala discorro sobre a doença de chagas e seus insetos vetores, e na parte final trago os resultados desse trabalho. Essa palestra foi voltada para os alunos de graduação e pós-graduação e os próprios pesquisadores e professores do CCA. Trouxemos resultados de teses de doutorado e dissertações de mestrado que ainda nem foram publicados, ou seja, provavelmente são informações novas para a maioria do público que aqui se encontra", comenta Jucenir.
Bemisia tabaci no Brasil: panorama atual da distribuição de espécies crípticas
De modo a tronar conhecida a recém-chegada espécie de praga ao Brasil, a mosca-branca (Bemisia tabaci), aconteceu no auditório do Colégio Técnico de Teresina da Universidade Federal do Piauí (UFPI), a palestra dirigida pela Profa. Renate Krause Sakate, fitopatologista na Faculdade Ciências Agronômicas da UNESP de Botucatu (SP).
A programação é parte do ciclo de palestras da Mesa Redonda cujo tema é "Manejo da mosca-branca, Bemisia tabaci, no Brasil. Essa espécie constitui-se uma grande ameaça para s cultivos no País, e, portanto, requer conhecimento e análises específicas a seu respeito de modo que se realize o manejo adequado da praga e solucione quaisquer problemas enfrentados pelos agricultores.
Profa. Renate Krause Sakate
A professora Renate Krause também comenta que a palestra visa comentar as espécies de mosca-branca existentes no Brasil e discutir sobre quais cultivos são adaptáveis a esse inseto. "A principal abordagem aqui é mostrar à plateia como está, hoje no Brasil, a distribuição da mosca-branca, a Bemisia tabaci. Nós ainda trouxemos vários trabalhos que foram desenvolvidos no nosso laboratório, em parceria com a empresa Corteva. E uma grande preocupação no Brasil é que o feijoeiro é uma planta extremamente adaptável a essa nova praga invasiva, que acabou de entrar no nosso País", explica Renate.
Mestre Daniel de Lima Alvarez
Daniel de Lima Alvarez, mestre em proteção de plantas pela UNESP de Botucatu, foi um dos integrantes da Mesa Redonda. Ele acentua a relevância do tema, uma vez que a mosca-branca tem colocado em risco trabalhos de cultivo. "Essa praga é altamente prolífera e invasiva, o que significa que essa é de diferentes cultivos, podendo representar uma grande ameaça a diversos cultivos do País, principalmente com a recente entrada de uma nova espécie críptica", explana Daniel.