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Aula inaugural e palestra com profissional da Nasa

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

Na manhã desta quinta-feira (06), o Centro de Ciências da Natureza (CCN) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizou a solenidade de abertura do período letivo 2013.1 para os alunos do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, nível Mestrado. Durante a aula inaugural realizada no Auditório Afonso Sena Gonçalves, foram apresentadas as palestras "Descobertas no Paleozóico", com o Prof. Dr. Juan Carlos Cisneros Martínez (UFPI/CCN/Arqueologia), e "Uso do Espectrômetro Mössbauer Portátil (Mimos II)", com o Prof. Dr. Göestar Klingelhöfer (pesquisador da National Aeronautics and Space Administration - NASA). A apresentação foi aberta à comunidade acadêmica.

Palestra - "Descobertas no Paleozóico"

Paleontólogo e professor do curso de bacharelado em Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre da UFPI, Prof. Dr. Juan Cisneros expôs aos presentes as recentes descobertas paleontológicas nos territórios do Piauí, Maranhão e Tocantins, apresentando a Bacia Sedimentar do Parnaíba enquanto extenso campo de preservação de seres vivos e de evidências de suas atividades biológicas em minerais.

Durante a palestra, o enfoque dirigiu-se ao diálogo construído entre a Paleontologia (ciência natural que estuda os animais e vegetais que viveram no passado, pela análise de fósseis) e a Arqueologia (ciência humana que estuda as sociedades humanas que viveram no passado, por meio do exame de objetos que foram produzidos e utilizados por estas).

Prof. Dr. Juan Cisneros apresenta descobertas paleontológicas realizadas no território piauiense e arredores

Na oportunidade, foram apresentados achados paleontológicos da formação "Pedra de Fogo", correspondente ao período geológico Permiano - último período da Era Paleozoica, com ampla distribuição nos estados do Piauí e Maranhão. Dentre as descobertas, foram colocadas espécies marítimas fossilizadas, encontradas onde agora localiza-se o cerrado piauiense e maranhense; restos fósseis de anfíbios que viveram na Era Paleozoica, encontrados nos municípios de Nazária - Piauí e Timon - Maranhão; e estruturas vegetais fossilizadas, como a samambaia Psaronius brasiliensis, que contribui para a determinação de idade dos fósseis estudados.

O professor Juan Cisneros colocou o estado do Piauí enquanto "Capital do Permiano", e destacou a importância do estudo realizado pelos paleontólogos nas formações rochosas sedimentares das quais o território piauiense é rico, pois ainda que um fóssil descoberto não apresente uma nova espécie aos estudiosos, tais espécies podem já ter sido encontradas em outros países, o que permite serem feitas correlações geográficas entre localidades distanciadas.

O palestrante salientou, ainda, a expressividade do Piauí no interior da pesquisa paleontológica. "Muitas vezes, os sítios paleontológicos também têm artefatos arqueológicos associados; embora não com a mesma idade, mas localizados no mesmo local. O Piauí está abençoado por muitas rochas sedimentares, mais de 80% da área é formado por estas rochas, e é um dos melhores lugares para procurar fósseis", colocou.

Mestrandos e graduandos dos cursos de Arqueologia, Ciências dos Materiais, Física, Química participam de aula inaugural do Mestrado em Arqueologia da UFPI

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFPI, Prof.ª Dr.ª Jacionira Coêlho Silva ressaltou a aula inaugural enquanto ação curricular voltada para ampliar o conhecimento do grupo de mestrandos e demais presentes sobre os artefatos paleontológicos encontrados no Piauí. "O estudo da Arqueologia no Piauí é conhecido mundialmente e a Paleontologia é tão importante quanto a primeira. Através da palestra apresentada, pretendemos ampliar a visibilidade para a grande riqueza de fósseis que existe no Piauí", disse.

Aluno ingressante no Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFPI, Alexandre Costa, atribui à Paleontologia um caráter interdisciplinar com outras áreas, como a da Geografia. "Nenhuma ciência transmite conhecimento por si só, ela precisa criar outros ramos para chegar à explicação do fato. É importante juntar o estudo da Paleontologia ao da Arqueologia e ao de outras ciências para explicar, por exemplo, a origem de um fóssil ou de um artefato arqueológico", destacou.

Palestra - "Uso do Espectrômetro Mössbauer Portátil (Mimos II)"

Em seguida, o Prof. Dr. Göestar Klingelhöfer, pesquisador da National Aeronautics and Space Administration (NASA), teceu explicações sobre o Espectrômetro Mössbauer Portátil (Mimos II), aparelho utilizado para investigar a mineralogia de rochas ricas em metais ferrosos. Durante a apresentação, o pesquisador apresentou o funcionamento, as divisões estruturais e as aplicações práticas do equipamento, como a busca por indícios de que houve água em Marte e a identificação de minerais componentes em artefatos arqueológicos e paleontológicos.

Pesquisador da NASA, Prof. Dr. Göestar Klingelhöfer, durante sua apresentação sobre o aparelho Mimos II

Na oportunidade, o Prof. Dr. José Domingos Fabris, com pós-doutorado no Centre d'Études Nucléaires de Grenoble (1978; França) e no Birkbeck College, London University (1990; Inglaterra), elogiou a minimização do aparelho, que lhe conferiu uma portabilidade útil para o cumprimento das funções que executa.

Estudantes do 3º período do curso de Arqueologia da UFPI, Hilziany Gois e Tailine Rodrigues apontaram a aplicabilidade da espectrometria no estudo arqueológico, tanto para a identificação e confirmação científica de um artefato quanto para a otimização do trabalho do arqueólogo. "O fato de o espectrômetro ser portátil auxilia a análise arqueológica. Por exemplo, utilizá-lo garante que não haja degradação do material como haveria caso fosse necessário deslocar a descoberta ao laboratório para fazer a análise", colocou Tailine.

Pesquisador da NASA apresenta funcionamento do Espectrômetro Mössbauer Portátil (Mimos II)

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