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Museu de Arqueologia e Paleontologia realiza palestra “Bicho Homem: Quando Nós Somos a Matéria Prima”

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Última atualização em Sexta, 07 de Junho de 2019, 15h13

O Museu de Arqueologia e Paleontologia (MAP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) convida para a palestra “Bicho Homem: Quando Nós Somos a Matéria Prima” que ocorrerá no Auditório do Museu de Arqueologia e Etnologia (CCN2) da UFPI, às 14h, na próxima quinta-feira, dia 13 de junho, aberta ao público e que faz parte do Ciclo de Conferências no MAP: Tópicos em Zooarqueologia.

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Cartaz da palestra “Bicho Homem: Quando Nós Somos a Matéria Prima” ilustrado por um colar feito com dentes humanos pelos indígenas Capanaua da fronteira do Brasil com o Peru e que faz parte do acervo da Reserva Etnográfica Curt Nimuendaju do Museu Paraense Emílio Goeldi

A Zooarqueologia é a especialidade da Arqueologia que estuda materiais de origem faunística provenientes de sítios arqueológicos para, entre outras coisas, entender a ecologia do passado, o clima e principalmente a interação do homem com a fauna do passado. Apesar da maior parte dos vestígios de fauna na maioria dos sítios resultar do consumo da fauna como alimento, um tema também atraente é o uso de fauna como matéria-prima para a confecção de objetos. Este uso vai desde ferramentas pré-históricas até os pentes e botões de osso, chifre ou casco que achamos em sítios históricos ou nas gavetas dos nossos avós.

Menos comum e mais susceptível ao nosso estranhamento é o uso de partes do corpo humano como matéria-prima, apesar deste fenômeno ser transversal na experiência humana em termos de cronologia, cultura ou contexto religioso.

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Fragmento de furador feito em fêmur humano datado de c. de 4.500 anos atrás, proveniente do Recinto de Fossos dos Perdigões (Portugal) como publicado pela palestrante e coautores em 2016

Esta palestra apresentará casos arqueológicos e etnográficos envolvendo o uso de partes do corpo humano para a fabricação de ferramentas, objetos de decoração corporal e até mesmo como material construtivo, em contextos tão diversos quanto sítios pré-históricos portugueses, sítios pré-coloniais indígenas brasileiros e igrejas católicas do século XVI-XVII. Este trabalho resulta de pesquisa de equipes brasileiras e internacionais tendo como bioarqueólogos responsáveis o Dr. Tiago Tomé, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFPI e a Profa. Dra. Claudia Cunha, docente da Graduação em Arqueologia e do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFPI e foram desenvolvidos em Portugal e no Brasil nos últimos 5 anos.

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Detalhe de uma das paredes da Capela dos Ossos do Convento de São Francisco em Évora, Portugal

Segundo a Profa. Claudia Cunha, que também coordena o Grupo de Pesquisa em Bioarqueologia do Nordeste Brasileiro, o estudo desses casos ajuda a ilustrar a variabilidade comportamentos com a qual o ser humano encara a morte e a importância da integridade (ou não) do corpo após a morte. “O que para a cultura ocidental atual de matriz eminentemente judaico-cristã pode parecer desrespeitoso ou bizarro, foi e é encarado com normalidade, como honroso ou até sagrado para outras culturas atuais e passadas, e para a própria sociedade ocidental cristã há poucos séculos atrás”, explica.

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