História e memória de moradores do Conjunto Dirceu Arcoverde são contadas em livro lançado no SALIPI

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

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O último dia do Salão do Livro Piauiense (SALIPI), que aconteceu no domingo (10), também foi marcado por grandes lançamentos de obras da Editora Universitária (EDUFPI), como o livro "Nasce um bairro, renasce a esperança: história e memórias de moradores do conjunto Habitacional Dirceu Arcoverde". O livro é fruto de uma pesquisa dos Professores Doutores Cláudia Cristina da Silva Fontinele e Marcelo de Sousa Neto, do Programa de  Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

A obra aborda o processo de formação e desenvolvimento do bairro Dirceu Arcoverde, que é hoje o principal centro populacional da cidade de Teresina.

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Os autores durante o Bate-Papo Literário no SALIPI

O Prof. Dr. Marcelo de Sousa Neto fala sobre como surgiu a ideia do livro. "A pesquisa nasceu do próprio chegar profissionalmente na região. Tanto eu quanto a professora Cláudia éramos professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), eu continuo sendo professor lá na região e do próprio convívio com moradores na região, surgiu a intenção de começar a desenvolver pesquisas mais aprofundadas.Desde 2002 que nós pesquisamos e orientamos pesquisas sobre a região, mais especificamente, esse livro nasceu em 2014, quando conseguimos o financiamento do CNPQ para desenvolvermos essa pesquisa mais intensa que nasceu da sistematização dessas pesquisas anteriores que já estavámos desenvolvendo", explica o docente.

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 Profa. Dra. Cláudia Cristina da Silva Fontinele durante lançamento do livro

A Profa. Dra. Cláudia Cristina da Silva Fontinele afirma que o livro trata especificamente desse processo de segregação da população pobre que vivia em algumas regiões da cidade de Teresina, principalmente, na Zona Leste. "Onde hoje é o entorno da UFPI, que seriam atualmente os bairros São Cristovão, Jóckey Clube e Bairro de Fátima e alguns advindos também da região da Ilhotas, onde ficavam as ferrovias, a REFESA, existiam muitas casa insalúbres, e o fato que unia predominantemente os primeiros moradores, era o fato de morarem em residências insalúbres, consideradas perigosas pelo poder público, que então passou a construir esse bairro para conduzir essas pessoas até essa região".

Ela destaca, ainda, a força que esse livro dá ao protagonismo dos moradores. "Não é só um livro que abrange as dificuldades, a pobreza, as condições de saúde que esses moradores tinham, mas ele relata, principalmente, a capacidade de resistência, resiliência e de reconstrução de si mesmo".