O Planeta diante da pandemia da COVID-19

Imprimir
Última atualização em Terça, 28 de Abril de 2020, 10h51

 

 

Considerações sobre a questão ambiental, uma explanação realizada pelo professor de Geografia do Parfor/UFPI, Me. Hikaro Kayo de Brito Nunes.

A ciência mostra, mais uma vez, o seu papel de destaque na sociedade, mesmo que, diante desta Pandemia, haja mais perguntas do que respostas. Com toda a problemática e discussão necessária para o enfrentamento da COVID-19 é importante que saibamos relacionar esta pandemia com inúmeras esferas temáticas, como o fundamental papel da ciência, meio ambiente, economia e geopolítica.

Afinal de contas, como o meio ambiente está respondendo às mudanças abruptas da tão frenética produção mundial? Acompanhamos diariamente (principalmente final de março e começo de abril deste ano) nos noticiários e redes sociais alguns exemplos de mudanças e uma certa capacidade de resiliência ambiental, contudo, precisamos considerar a amplitude dessas mudanças, que são, na maioria dos casos, pontuais, isoladas e passageiras. Daí a necessidade de prolongarmos e aperfeiçoarmos estudos sobre a temática e como o desafio ambiental e a dominação da natureza estão inseridos nela.

            Temas como questão atmosférica (mudança no padrão de lançamento de gases poluentes) precisam ser analisados com atenção. Devemos ter muito cuidado com essa sensação de “ar puro” e que a visibilidade do Himalaia, o céu de São Paulo, de cidades chinesas, por exemplo, vão perdurar, até porque, quando há uma redução drástica da atividade econômica, logo após há um aumento repentino da emissão de carbono, como aconteceu na crise financeira de 2008.

O aumento da produção de lixo e resíduos sólidos (principalmente de origem hospitalar), bem como da energia elétrica e do gás residencial, a mudança do consumo, a alteração no “comportamento” de alguns animais e a transparência e aumento da qualidade das águas nos canais de Veneza, Nova York e em cidades da China são exemplos mais que necessários de que devemos discutir essas interferências. Será um desafio para a sustentabilidade?

A mesma água que devemos utilizar para fazer a higienização, é renegada a milhões de pessoas. É a falta de saneamento básico que interfere na qualidade ambiental e no combate a COVID-19 e os dados nacionais e mundiais são preocupantes diante deste bem tão necessário, simples e precioso. Espero que, num futuro próximo, Estado e política socioambiental estejam mais interligados e que esses exemplos de resiliência ambiental não possam ser vistos como a “salvação do planeta”. Não baixemos a guarda para a preservação ambiental!

Click para assistir:

 

 

Esse vídeo faz parte de um projeto do Centro Acadêmico de Geografia (CAGEO/UFPI).