Semana de Matemática na UFPI aborda desafios e perspectivas do ensino na área

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

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Mais de 150 estudantes de graduação e de pós-graduação em Matemática da Universidade e de outras instituições além de alunos de Ensino Médio participaram da Semana de Matemática da UFPI, que ocorre no Departamento de Matemática, de 2 a 5 de outubro. O evento tem organização do Centro Acadêmico da Matemática, de estudantes do curso, e do professor Paulo Alexandre Sousa, contando com o apoio da Administração Superior. Mesas-Redondas, palestras, apresentação de banners e atividades lúdicas integram a programação da Semana da matemática da UFPI. 

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Coordenador do evento, Prof. Dr. Paulo Alexandre Sousa

“ Criamos um evento com atividades bem diversificadas para atrair estudantes de ensino médio, de graduação e de pós-graduação. Destaco, na programação, os debates de temas relevantes para a área, como o novo currículo do ensino médio; atividades lúdicas como o uso do cubo mágico no ensino da matemática; palestras, que associam matemática e física; e a apresentação de trabalhos pelos alunos.”, destacou o coordenador do evento. 

Na tarde da quarta-feira, dia 4, ocorreu uma mesa-redonda com o tema Desafios e Perspectivas do Ensino da matemática. A atividade contou com a participação do ex-professor da UFPI, Nazareno Fonteles; do pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e indicado à Medalha Fields, Carlos Gustavo Moreira e do Prof. Me. Antônio Cardoso do Amaral, que leciona na escola Agustinho Brandão, em Cocal dos Alves, considerada modelo no país no ensino da disciplina; e teve como mediador, o pró-reitor de pesquisa da UFPI, e docente do Departamento de Matemática, Prof. Dr. João Xavier da Cruz Neto.

PRO REITOR

“ Conduzimos a mesa no sentido de questionar o atual modelo de formação do professor: o que é necessário ensinarmos aos nossos graduandos para que eles possam atuar de forma adequada no ensino básico. Precisar avançar no debate para impactar a qualidade dos indicadores relacionados ao ensino e à aprendizagem da matemática.”, avaliou o mediador Prof. Dr. Xavier.

  

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Mesa-redonda, um dos destaques na programação da Semana de Matemática da UFPI

 A necessidade de formação do licenciado nas universidades e a formação continuada dos profissionais foram pontos defendidos na fala do pesquisador e professor aposentado da UFPI, Nazareno Fonteles, como inegociáveis para o aperfeiçoamento do ensino da matemática.

“Advogo que a licenciatura precisa ter uma outra estrutura curricular diferenciada, em que o licenciado possa ter uma formação razoável em informática, estatística, física, química, além da parte matemática e pedagógica. A ideia é que esse professor tenha oportunidade de aprofundar aquilo que vai ensinar no grau de maturidade e de domínio necessários, por exemplo, a ajudar a preparar alguém para olimpíadas, para ingresso no IME (Instituto Militar de Engenharia) ou ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica), e sobretudo para ter domínio nas turmas elementares”. Destaco ainda a importância em termos uma aprendizagem mais ativa, ou seja, aquela em que o aluno é mais sujeito do que objetivo e o professor atua como mediador”, explicou Fonteles.

Antônio Cardoso de Amaral, professor na escola de ensino médio Agustinho Brandão, em Cocal dos Alves, falou da importância da interação aluno-professor para solidificação do conhecimento e também para melhor adaptação ao universo das novas tecnologias. A escola é referência nacional pelo excelente desempenho nas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), com mais de 150 medalhas conquistadas ao longo de 12 anos.

“É preciso estar atento às novidades vindas no campo da tecnologia, que exigem uma rapidez de raciocínio do aluno, bem como a quantidade de itens que são primordiais ao ensino da matemática. Alunos e professores precisam se adequar, trabalhando em parceria cada um olhando a dificuldade do outro. Na nossa experiência em Cocal dos Alves, temos estabelecido esta aliança, e colocado aos alunos o verdadeiro sentido de que a educação é a única porta para o bem-estar, e os estudantes têm conseguido grandes êxitos em tudo que estão fazendo, tanto nos cursos escolhidos como nas olimpíadas de matemática”, conta.

Graduação em Matemática na UFPI

O curso de Matemática presencial na UFPI tem 46 anos de fundação, com ofertas nas modalidades diurno e noturno. A graduação também é oferecida no Ensino a Distância e pelo Parfor. O curso tem avaliação 3 no Enade.

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Coordenador do Curso de Matemática da UFPI, Prof. Dr. Jurandir de Oliveira 

“ A universidade e o departamento buscam formas de diminuir a evasão de alunos, um  grande desafio. De 150 estudantes que ingressam anualmente na, cerca de 30 concluem a graduação. O perfil dos estudantes é de egressos de escolas públicas, em sua maioria. Nosso corpo de professores está em busca permanente de avanço na qualificação, e promovemos atividades que buscam maior envolvimento dos alunos para aperfeiçoar o ensino” disse o coordenador do Curso, Prof. Dr. Jurandir de Oliveira.

Na pós-graduação, estão disponíveis à comunidade os curso de mestrado acadêmico e profissional em Matemática. O mestrado acadêmico, por exemplo, conta com 24 docentes permanentes e 3 professores colaboradores – todos com doutorado. O curso obteve nota 4 ( numa escala até 5) na mais recente avaliação da Capes. São formados em média de 10 a 12 mestres por ano.

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Coordenador do Curso de Mestrado Acadêmico em Matemática, Prof. Dr. José Francisco Oliveira

“ Em todos os quesitos de avaliação da Capes temos obtido uma boa qualificação, o que nos possibilita abrir um curso de doutorado em médio prazo. A Capes avalia a formação do corpo docente, número de professores titulares, a formação discente, a produção científica e a iniciação social do programa”, detalha prof. Dr. José Francisco Oliveira, coordenador do Curso de Mestrado Acadêmico em Matemática da UFPI.